Autor de correspondência. Email: professorquintana@hotmail.com
Este trabalho tem dois objetivos. O primeiro é analisar o reflexo do uso de chats e fóruns de discussão no processo de aprendizagem, sob a perspectiva do nível de satisfação e de eficácia de aprendizagem. O segundo é verificar a percepção do estudante sobre o uso destas tecnologias. A combinação de tecnologias da educação com o processo de ensino, por meio de alternativas complementares pode gerar reflexos no aprendizado, em ambientes nos que o estudante tem mais facilidades e habilidades. Com isso, envolve-se o professor em um processo de ajuste na sua forma de atuar para atingir o objetivo de levar o conhecimento e a informação ao estudante. O estudo consistiu na realização de um experimento em que foram constituídos um grupo de tratamento e um grupo de controle. O primeiro, além das atividades normais da disciplina, experimentou as interações tecnológicas no primeiro bimestre. No segundo bimestre, os grupos foram invertidos, com o grupo de controle passando a ser o de tratamento e vice-versa. Os resultados mostram que o uso das tecnologias não interferiu na satisfação e eficácia de aprendizagem. Em relação à percepção, observou-se que 80% dos estudantes entendem que o efeito da tecnologia no processo de aprendizagem pode ser positivo.
This article has 2 objectives. The first one is to analyze the reflections on the use of chats and discussion forums in the learning process, from the perspective of the levels of satisfaction and learning efficiency. The second is to review the students' perceptions of the use of these technologies. When it is done through complementary alternatives, the combination of education technologies with the teaching process can generate reflections on learning, in an environment where the student has more facilities and skills, but it also serves as a motivating element. With this, the teacher is involved in a process of adjustment, as it allows to achieve the goal of bringing knowledge and information to the student. The study consisted of an experiment in which a treatment group and a control group were constituted. Besides the normal activities of the discipline, the first one experimented with the technological interactions during the first 2 months. In the second 2-month period, the groups were reversed, with the control group becoming the treatment group, and vice versa. The results show that the use of the technologies did not interfere in the satisfaction and the efficacy of learning. Regarding perception, it was observed that 80% of students understand that the effect of technology in the learning process can be positive.
Este artículo tiene dos objetivos. El primero es analizar las reflexiones sobre el uso de los chats y foros de discusión en el proceso de aprendizaje, desde la perspectiva de los niveles de satisfacción y la eficiencia del aprendizaje. El segundo es revisar las percepciones de los estudiantes sobre el uso de esas tecnologías. Cuando se hace a través de alternativas complementarias, la combinación de tecnologías de la educación con el proceso de enseñanza puede generar reflexiones sobre el aprendizaje en un entorno en el que el estudiante tiene más habilidades y destrezas, pero también sirve como elemento motivador. Con esto, el profesor se involucra en un proceso de ajuste, ya que ello le permite lograr la meta de brindarle conocimiento e información al estudiante. El estudio consistió en un experimento en el que se conformaron un grupo de tratamiento y un grupo de controles. Además de las actividades normales de la discplina, en el primer grupo se experimentó con las interacciones tecnológicas durante los dos primeros meses. En el periodo de segundo mes, se invirtieron los grupos: el grupo de controles pasó a ser el de tratamiento y viceversa. Los resultados muestran que el uso de las tecnologías no interfirió en la satisfacción y la eficacia del aprendizaje. Con respecto a la percepción, se observó que el 80% de los estudiantes entienden que el efecto de la tecnología en el proceso de aprendizaje puede ser positivo.
Os estudantes colocam forte ênfase no uso da tecnologia para colaborar na organização de suas relações sociais. Assim, eles entendem que os principais benefícios da utilização das tecnologias na educação são o apoio para a comunicação com professores e outros colegas e a conveniência e o controle que estas lhes oferecem na gestão dos seus estudos (
Existem várias formas de interação entre a tecnologia e o processo de aprendizagem. Os fóruns de discussão facilitam a troca de informações, pois permitem aos estudantes acompanhar várias discussões que ocorrem simultaneamente (
No estudo de
É importante apontar que uma das características da área da contabilidade no Brasil é a existência de uma quantidade significativa de cursos de graduação. Segundo o censo do
Desta forma, o objetivo do presente estudo foi analisar o reflexo do uso de
Avalia-se que o diferencial do estudo esteja na utilização de um experimento para identificar, por meio da percepção dos estudantes, a medida de satisfação e eficácia de aprendizagem. Além de indicar como a utilização de tecnologias, especialmente
A escolha do
Este trabalho está dividido em cinco seções. A primeira trata da definição do objetivo de pesquisa e do contexto em que o tema está exposto. A segunda seção traz a revisão da literatura com um foco principal nas tecnologias da educação. A seção seguinte descreve os procedimentos metodológicos. Por fim, a quarta e quinta seção apresentam, respectivamente, os resultados e as conclusões.
Em ambientes de aprendizagem
Para entender como o uso da tecnologia pode contribuir para aumentar a satisfação com a aprendizagem, deve-se, inicialmente, definir como acontece essa relação entre satisfação e aprendizagem. Por isso, optou-se pelo modelo de
A satisfação refere-se à combinação de recompensas extrínsecas e reforço intrínseco e se estes são compatíveis com a percepção anterior do estudante. Por exemplo, seria de esperar que um estudante que terminou o período no décimo melhor desempenho, em uma turma de 100 alunos, se sentisse bem. Mas, se esse estudante tinha um concorrente, que era percebido como inferior, e esse competidor ficou em sétimo lugar, o estudante pode se sentir mal. Tudo o que precede pode ser satisfatório para certos estudantes, pelo menos em parte do tempo. No entanto, o uso indevido desses resultados pode ser negativo. O passo final no processo de motivação é criar satisfação para que isso não represente um elemento que descontinue a motivação de aprender (
Assim, ações de reforço intrínseco (desejo interno de aprender) e recompensas extrínsecas (reconhecimento pelas realizações dos estudantes) são essenciais para que a satisfação de aprendizagem seja um componente da motivação do estudante (
Desta forma, podem-se identificar três componentes da satisfação:
Além disso, é possível identificar três determinantes essenciais de satisfação: eficácia de aprendizagem percebida, capacidade de aprendizagem percebida e aprendizado com o apoio do grupo (
Neste sentido, observa-se que, além de medir eficácia de aprendizagem objetivamente pelos resultados dos testes ou provas, pode-se examinar o grau em que o estudante acredita que ele adquiriu habilidades específicas. Assim, quando os materiais são entregues de uma forma mais simples pode-se melhorar a eficácia da aprendizagem do estudante e a sua satisfação, pela capacidade de aprendizagem percebida por ele (
Além disso, estudos como o de
Desta forma, observa-se a possibilidade de uma relação consistente entre a utilização das tecnologias da educação e a satisfação no processo de aprendizagem, dentro deste ambiente. Neste sentido, a combinação de tecnologias da educação com o processo de ensino, por meio de alternativas complementares, pode gerar reflexos no aprendizado, em um ambiente onde o estudante conta com mais facilidades e habilidades, e que serve de elemento para sua motivação e consequente melhoria do desempenho. Com isso, envolve-se o professor em um processo de ajuste na sua forma de atuar para atingir o objetivo de levar o conhecimento e a informação ao estudante.
A crescente utilização de ferramentas digitais em sala de aula –
As tecnologias de informação e os meios de comunicação oferecem muitas oportunidades para apoiar os processos de ensino-aprendizagem. Eles promovem motivação, interesse, criatividade, imaginação e comunicação, o que promove a habilidade para resolver problemas e trabalho em equipe, reforça a autoestima e permite maior autonomia na aprendizagem. Assim, as plataformas educacionais facilitam a criação e gestão de conteúdos e o desenvolvimento de atividades educacionais, o que possibilita a aplicação de propostas abrangentes individualizadas para cada estudante. Por meio de ferramentas de comunicação, as plataformas educacionais permitem a construção de redes de comunicação e interação com pessoas de outros lugares, isto abre a instituição educacional para o mundo e facilita a criação de comunidades virtuais de aprendizagem (
Neste sentido, os educadores estão se defrontando com diversas questões, em função da disseminação de computadores e redes sociais, relacionadas com o papel das tecnologias em suas práticas profissionais. Estas questões surgem da inquietação pessoal, e são motivadas tanto pelo desejo de exploração do potencial didático desses novos recursos quanto pelo abandono da zona de segurança do trabalho consolidado em direção a um território desconhecido (
O modelo de aceitação da tecnologia proposto por
O referido modelo, originalmente denominado
Neste sentido, o modelo sugere que as pessoas poderão usar a tecnologia se entenderem que o seu uso lhes será favorável, com foco na facilidade de uso e na utilidade percebida. Assim, o tempo que seria destinado a uma atividade pode ser despendido em outras atividades, em função da facilidade de uso percebida. Em consequência, a realização de mais atividades com o mesmo esforço provoca um efeito direto sobre a utilidade percebida (
Por ser um modelo comportamental, também é útil para entender a causa da não aceitação de determinada tecnologia, ou seja, está diretamente relacionado com o usuário e suas percepções sobre a tecnologia (
As tecnologias da educação são uma ferramenta potencialmente poderosa para estender as oportunidades educacionais, formais e informais. As tecnologias de informação tornam possível a aprendizagem assíncrona, ou aprendizagem caracterizada por um lapso de tempo entre a entrega das atividades e a recepção do material pelo curso. Além disso, certos tipos de tecnologias, como teleconferência, permitem que a instrução seja dada simultaneamente, para estudantes dispersos geograficamente, ou seja, a aprendizagem síncrona (
O estudo foi realizado em uma universidade federal do sul do Brasil. Os participantes foram os estudantes do primeiro semestre do curso de Ciências Contábeis matriculados na disciplina Contabilidade Introdutória. Os motivos da escolha da instituição estão relacionados à facilidade de acesso do pesquisador, que, além de ser seu professor, tem relação com os demais professores do curso, e a direção da universidade, o que possibilita maior controle das variáveis do experimento. Além disso, no curso, foi desenvolvido um projeto sobre o uso da tecnologias na educação, o que aproximou o curso à proposta de estudo. Também existe interesse da instituição na realização de estudos nesta área, visto que existe uma unidade que desenvolve projetos sobre o uso das tecnologias.
Foi realizado um experimento, cuja intervenção era o uso das tecnologias da educação, com o intuito de identificar os reflexos do uso dessas tecnologias sobre o processo de aprendizagem. Os dois grupos foram definidos como de Tratamento (GT) e de Controle (GC), aqui o primeiro experimentou as interações tecnológicas. Neste estudo, as variáveis independentes estão relacionadas às interações tecnológicas. Duas tecnologias foram utilizadas em cada bimestre do experimento: um fórum de discussão e dois
Para a coleta das informações foram empregados dois questionários aplicados ao final de cada bimestre. O primeiro teve o objetivo de analisar a satisfação dos estudantes e a eficácia de sua aprendizagem. O segundo visou conhecer a percepção discente sobre os impactos das tecnologias no aprendizado. O primeiro questionário foi aplicado aos dois grupos e o segundo apenas para o grupo que utilizou a tecnologia.
Para a realização do experimento foram seguidas as seguintes etapas:
Composição dos dois
grupos (tratamento e controle) de estudantes, matriculados na disciplina
Contabilidade Introdutória do curso de Ciências Contábeis. A distribuição dos
estudantes foi feita dividindo-os em duas turmas, por meio de um sorteio. Isto
atende ao requisito de randomização da composição dos grupos. ( Troca dos grupos, ao
final do 1o bimestre, ou seja, o grupo de tratamento do 1o
bimestre passou a ser o grupo de controle no 2o bimestre, e este
passou a ser o grupo de tratamento. A intenção foi equalizar o efeito do
tratamento, evitando que os estudantes de um grupo se sentissem prejudicados em
relação ao outro grupo. Este procedimento visa (a) evitar o No primeiro dia de
aula, foi explicado que iria ocorrer o experimento e que os estudantes
precisariam assinar um termo de consentimento para concordar em participar do
estudo. Utilização
das tecnologias para o grupo de tratamento no transcorrer dos bimestres, com a
realização de dois chats e um fórum de discussão. Aplicação de um
questionário ao final de cada bimestre para os dois grupos. A finalidade era
analisar a satisfação e a eficácia de aprendizagem com o uso de tecnologias,
conforme modelo de Aplicação de outro
questionário, ao final de cada bimestre, para o grupo de tratamento. O objetivo
era identificar a percepção dos estudantes em relação ao uso das tecnologias e
seu reflexo no processo de aprendizagem. Análise comparativa das
respostas do questionário sobre satisfação e eficácia de aprendizagem, nos
grupos de controle e de tratamento, e entre as respostas do primeiro e segundo
bimestres. Análise das respostas
do questionário sobre a percepção dos estudantes. O objetivo era identificar os
reflexos que o uso da tecnologia poderia provocar no processo de aprendizagem e
que não foram mensurados através do desempenho e do questionário de satisfação
e eficácia de aprendizagem.
O sistema de apoio foi baseado no ambiente virtual de aprendizagem da plataforma
O primeiro questionário, utilizado para a coleta de dados, foi sobre satisfação e eficácia de aprendizagem, adaptado de
O segundo instrumento de coleta de
dados foi o questionário sobre a percepção dos estudantes em relação ao uso de
tecnologia. O instrumento procurou identificar a percepção dos estudantes em
relação à habilidade e às dificuldades no emprego da tecnologia (
O experimento foi realizado no 1º semestre de 2015, na disciplina Contabilidade Introdutória, ministrada para os alunos do 1º semestre do curso de Ciências Contábeis. Seguindo o procedimento metodológico descrito na seção anterior, a turma foi dividida e formaram-se os grupos de tratamento e de controle. Com o objetivo de randomizar a composição dos grupos, antes do processo de matrícula dos ingressantes, o pesquisador fez contato com a Divisão de Registro e Matrícula para compor esses grupos. Considerando que o processo de matrícula na universidade é baseado nos resultados do Sistema de Seleção Unificado (SISU) do Ministério da Educação, o pesquisador buscou informações sobre a distribuição dos estudantes nas duas turmas criadas. Foi constatado que os estudantes eram distribuídos de acordo com um número de vaga (informação do SISU). Para efeito de registro, foram identificados como “Vaga 1”, “Vaga 2”, “Vaga 3”, e assim até a “Vaga 50”.
Conforme o exposto no parágrafo anterior, o pesquisador reuniu-se com o coordenador do curso de Ciências Contábeis para realizar um sorteio e, assim, compor as duas turmas de forma aleatória, tendo em conta a identificação das vagas. Isto, porque é importante considerar a validade interna do experimento, que deve garantir para a seleção aleatória de forma a equalizar a composição dos grupos (
No primeiro bimestre, uma das turmas, designada “Turma A”, foi definida como Grupo de Tratamento (GT). A “Turma C” foi definida como Grupo de Controle (GC). No segundo bimestre houve a inversão entre controle e tratamento, de forma que os estudantes não fossem prejudicados com respeito ao uso da tecnologia. A
Turma A. Grupo de tratamento
Turma A. Grupo de Controle
Turma C. Grupo de controle
Turma C. Grupo de Tratamento
Conforme o mencionado anteriormente, esse procedimento foi realizado para compensar as ameaças ligadas às variáveis externas que podem comprometer a validade interna do experimento, a
Na sequência, com o início das aulas, foi possível precisar o número de estudantes que, realmente, iriam frequentar a disciplina, pois alguns estudantes matriculam-se mas não frequentam a disciplina. A
Tratamento
34
Tratamento
30
Controle
32
Controle
30
No início do semestre letivo foi estabelecido uma programação que previa a realização de dois chats e um fórum de discussão para o grupo de tratamento em cada bimestre. O primeiro chat ocorreu na terceira semana de aula. A atividade foi realizada sem imprevistos, com a participação de 30 estudantes. No início do segundo mês de aula teve início o fórum de discussão. Este foi conduzido a partir de um caso prático. O fórum foi realizado no sistema
No segundo bimestre, as turmas foram invertidas, de forma que o GT virou GC. Neste bimestre também foram realizados dois
O desenvolvimento do experimento durante os dois bimestres permitiu a comparação entre os resultados do 1º e 2º bimestre, em relação à satisfação e eficácia de aprendizagem, percepção dos estudantes sobre o uso da tecnologia e desempenho dos grupos. A
Em relação à satisfação em aprender, no GT, foram registradas 124 respostas de concordância, que representam 66,7% do total. Já no GC foram 97 respostas de concordância (67,4% do total). Ao analisar as respostas em relação à satisfação em aprender da turma, por meio do teste de correlação de Pearson, observou-se um coeficiente de 0,9872. O que indica uma alta correlação entre as respostas de concordância para esse item, ou seja, a Turma A teve respostas muito semelhantes quando era GT e quando era GC.
Na eficácia de aprendizagem percebida, a concordância chegou a 146 respostas (78,5%), no GT e a 112 respostas (77,8%), no GC. O teste de correlação de Pearson resultou em um coeficiente de 0,9950, o que também indica uma forte correlação entre as respostas.
Desta forma, nestes aspectos não houve mudança significativa no percentual de concordância na Turma A, o que denota que o uso da tecnologia não interferiu na satisfação em aprender e na eficácia de aprendizagem percebida. Por outro lado, no item de aprender com apoio do grupo, nesta tabela, ressalta-se que a Turma A teve uma concordância de 55,9% (52 respostas) quando foi GT, e que a esta aumentou para 68% (49 respostas) quando foi GC. O teste de correlação de Pearson resultou em uma correlação moderada, com coeficiente de 0,6539, o que mostra que no momento do uso da tecnologia a percepção das Turmas sobre aprender com apoio dos colegas foi um pouco menor do que no momento das aulas presenciais. Isso indica que o uso da tecnologia, apesar de não ter afetado a percepção sobre satisfação e eficácia, provocou uma visão de maior distanciamento entre os colegas, talvez porque a aula
Legenda:
não concordo totalmente (1), não concordo parcialmente (2), indiferente (3), concordo
parcialmente (4), concordo totalmente (5).
3
30
29
48
76
186
Satisfação
em aprender. Bimestre 2º (GC)
3
26
18
34
63
144
1
15
24
54
92
186
Eficácia
de aprendizagem percebida. Bimestre 2º (GC)
0
16
16
43
69
144
1
11
14
40
27
93
Aprendizado
do curso. Bimestre 2º (GC)
2
12
10
19
29
72
1
6
34
29
23
93
Aprender
com apoio do grupo. Bimestre 2º (GC)
0
12
11
28
21
72
Os resultados da Turma C aparecem na
Legenda:
não concordo totalmente (1), não concordo parcialmente (2), indiferente (3),
concordo parcialmente (4), concordo totalmente (5).
3
4
21
58
94
180
Satisfação
em aprender. Bimestre 2º (GT)
33
29
31
13
44
150
0
8
24
67
81
180
Eficácia
de aprendizagem percebida. Bimestre 2º (GT)
19
24
28
36
43
150
4
9
11
41
25
90
Aprendizado
do curso. Bimestre 2º (GT)
15
14
13
15
18
75
0
4
21
36
29
90
Aprender
com apoio do grupo. Bimestre 2º (GT)
14
13
15
25
8
75
Os resultados evidenciam que a turma que iniciou o semestre com a tecnologia (Turma A) não teve maiores problemas com o seu uso e tampouco com o não uso da tecnologia. Por outro lado, a turma que começou sem a tecnologia (Turma C), e passou a usá-la durante o segundo bimestre, apresentou um nível maior de insatisfação e de não concordância com os pontos apresentados no questionário. Conforme apontou-se previamente, um dos itens de validade interna de um experimento é a
O questionário sobre a percepção dos estudantes sobre o uso da tecnologia foi aplicado apenas para o grupo de tratamento, com o objetivo de identificar qual foi o sentimento dos estudantes. A formulação do questionário e o seu e
Em relação à percepção dos estudantes sobre o uso de tecnologia, observa-se na
Você
se considera habilidoso no trato com a tecnologia? (
24
7
17
8
Ter
conhecimento antecipado de que as atividades da disciplina envolveriam o uso
de tecnologias trouxe motivação para você?
18
13
13
12
O
uso da tecnologia, de alguma forma, provocou desvio de foco na hora de
realizar a atividade proposta? (
20
11
12
13
Você
sentiu dificuldade com o uso das tecnologias durante a disciplina? (
14
17
14
11
Em relação ao
O teste de correlação de Pearson apresentou o coeficiente 0,8851, o que indica uma correlação forte entre as respostas do 1º e o 2º bimestre, em relação à percepção dos estudantes sobre a facilidade de uso da tecnologia e a confirmação que as duas turmas concordam com este item. No entanto, em relação à utilidade percebida, o coeficiente apurado foi -0,4070, ou seja, a pouca correlação existente é negativa, e isso se deve à diferença da percepção de utilidade, em que a Turma A tem uma posição mais favorável à utilidade e a Turma C, uma posição contrária.
Na
Legenda:
não concordo totalmente (1), não concordo parcialmente (2), indiferente (3),
concordo parcialmente (4), concordo totalmente (5).
Total
Utilidade
percebida: Turma A, 1º Bimestre
16
34
53
58
25
186
Utilidade
percebida: Turma C, 2º Bimestre
48
21
34
24
23
150
Facilidade
de uso: Turma A, 1º Bimestre
2
17
33
73
61
186
Facilidade
de uso: Turma C, 2º Bimestre
20
23
21
40
46
150
Mesmo com dificuldade para perceber a utilidade da tecnologia, nota-se que 80% do total dos estudantes que responderam ao questionário (com a suma dos dois grupos) entendem que o efeito da tecnologia no processo de aprendizagem pode ser positivo e que o uso da tecnologia no ensino de Contabilidade pode trazer algum diferencial. A maioria do grupo indicou que o ideal é o uso moderado da tecnologia no processo de aprendizagem, ou seja, o grupo entendeu que a tecnologia é importante no processo, mas o uso intenso ainda não é algo entendido como adequado.
Há similaridade entre os grupos no que se refere à descrição da experiência com o uso da tecnologia. Ambos destacam-na como algo interessante, inovador e importante, mas evidenciam que existem algumas dificuldades de habilidade pessoal e de acesso à Internet que prejudicam o processo. Além disso, existe uma preferência dos estudantes pela aula presencial, principalmente, porque em Contabilidade utilizam-se muitos dados e números e, com isso, o uso da tecnologia acaba dificultando a visualização dessas informações, especialmente no segundo bimestre, em que o foco foi controle de estoque.
Neste trabalho, foi explorado o uso da tecnologia sob a perspectiva da
Para atingir o objetivo de analisar o reflexo do uso de
Em relação a identifição da percepção dos estudantes sobre o uso de tecnologia da educação no processo de aprendizagem (
Conclui-se, assim, que o reflexo do uso do
A limitação descrita pode ter efeito na generalização dos resultados, pois conforme
Assim, recomenda-se a realização de estudos futuros semelhantes ou complementares a este, possivelmente utilizando estratégias de pesquisa distintas e com outras ferramentas tecnológicas, para poder mensurar seus efeitos. Enfim, espera-se que este trabalho possa contribuir para aprimorar a compreensão sobre a relação entre satisfação em aprender, eficácia de aprendizagem, percepção do uso da tecnologia e os resultados de aprendizagem. Por fim, os resultados sugerem duas conclusões. A primeira é que a percepção dos estudantes sobre a utilidade da tecnologia no processo de aprendizagem é um fator que interfere nos resultados do seu processo de aprendizagem. A segunda é que a satisfação em aprender não está totalmente relacionada à eficácia no processo de aprendizagem, principalmente quando este envolve o uso de tecnologias da educação.
Artigo de pesquisa científica e tecnológica.