A internacionalização dos negócios e a integração dos mercados corporativos foram as razões pontuais para a mudança gradual das normas contábeis no âmbito mundial (Tijjani et al., 2023). No ano de 2005, no Brasil, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), com o propósito de assegurar-se em anuência com as International Financial Reporting Standards (IFRS), que são emitidas pelos International Accounting Standards Board (IASB), criou o órgão chamado “Comitê de Pronunciamentos Contábeis” (CPC), que ficou responsável pelo processo de harmonização das normas de contabilidade internacionais (Nascimento et al., 2022).

Manifesta-se que, desde a sua inclusão em 2001, as IFRS têm detido de uma concordância crescente no contexto global (Tijjani et al., 2023). Então, a convergência das normas contábeis brasileiras às IFRS foi promovida pela criação do CPC e pela Lei 11.638/2007 (Homero Junior, 2019). Assim, é relevante ressaltar que a Lei 11.638/2007 foi o marco inicial de uma série de transformações na legislação, que fez o Brasil acatar um novo modelo de regulação contábil, fazendo criar práticas contábeis brasileiras que resultou na divulgação dos CPC, sendo prevalecente para se chegar à referida convergência de padrões de contabilidade internacionais emitidos pelos IASB e estipulados pelas IFRS (Macedo et al., 2012; Oliveira et al., 2013; Ribeiro, 2014, 2016).

Ressalta-se que cada documento expedido pelo CPC condiz a uma norma internacional de contabilidade lançada pelos IASB (Costa et al., 2012). Por intermédio dos CPC, todos os pronunciamentos imperativos à convergência contábil brasileira de acordo com as IFRS e com os IASB encontram-se emitidos e divulgados. O primeiro CPC foi admitido em 2008 e sua publicação ocorreu no mês de dezembro do mesmo ano (Nascimento et al., 2022). Realça-se que, até outubro de 2023, o CPC já expôs um total de 53 pronunciamentos (CPC, 2023).

Em síntese, em função das exigências de convergência internacional das normas contábeis, centralização na emissão dessas normas contábeis, representação e processo democrático na produção das informações contábeis, criou-se o CPC (Alves et al., 2017). No que se refere à produção científica das informações contábeis, têm-se revistas acadêmicas, que se estabelecem como meios de publicação da produção científica dos trabalhos acadêmicos de assuntos associados a seus respectivos campos do conhecimento (Freire, 2021), como é o caso das ciências contábeis (Costa et al., 2022; Cruz et al., 2021; Gesser et al., 2020).

Por isso, pode-se verificar que os estudos acadêmicos correlacionados ao tema do CPC são dispostos a uma interação com diversos outros temas das ciências contábeis e campos do saber afins (Ribeiro, 2018), como educação superior (Alves et al., 2017), cryptocurrencies (Pelucio-Grecco et al., 2020), transparência (Pereira Júnior & Malaquias, 2020), administração (Igarashi et al., 2015), governança corporativa (Kolozsvari & Rodrigues, 2015), gestão ambiental (Garcia et al., 2015), finanças (Dal Magro et al., 2014).

Por conseguinte, fica manifesto a relevância da temática do CPC para o campo do conhecimento da Contabilidade e para área do saber correlatadas. Dessa maneira, é salubre que mais investigações sobre a produção acadêmica do assunto do CPC possam ser criadas e, concomitantemente, publicadas, colaborando em sua maior compreensão, a partir do entendimento da relevância do tema do CPC, intervindo, em coexistência, em seu crescimento na literatura acadêmica brasileira (Ribeiro, 2018; Nascimento et al., 2022).

Em face do exposto, ressalta-se e destaca-se que, ao se fazer uma pesquisa sobre o assunto do CPC na literatura acadêmica, no que se refere a trabalhos acadêmicos que mapearam a produção científica do mencionado tema, para a qual foi usado o website Google Scholar (Morais Neto et al., 2012), encontraram-se estudos que enfatizaram de forma indireta a referida temática, ao colocar em realce temáticas como contabilidade internacional (Ribeiro, 2014), Lei 11.638/2007 (Ribeiro, 2016), IFRS (Gesser et al., 2020), normas internacionais de contabilidade (Cruz et al., 2021), convergência contábil (Costa et al., 2022).

No entanto, exclusivamente dois estudos científicos deixaram em realce o assunto do CPC, foram eles o de Ribeiro (2018) e o de Nascimento et al. (2022). Ambas as pesquisas trazem dados, informações e saberes importantes e valorosos no que se respeita ao assunto do CPC no cenário científico do Brasil, explanando assim a relevância e a emergência do citado tema no Brasil; entretanto, constatam-se algumas semelhanças entre essas duas pesquisas acadêmicas, tais como: 1) a utilização da bibliometria e da sociometria ou ARS; 2) procura das investigações sobre CPC nas revistas científicas de contabilidade, utilizando-se para isso do Qualis da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); 3) paridade na temporalidade da busca dos trabalhos acadêmicos; 4) similitude no número de estudos encontrados; 5) afinidades dos indicadores sociobibliométricos (sociometria e bibliometria); e 6) conexão nos resultados dos dois trabalhos científicos.

Nesse contexto, reitera-se a relevância da bibliometria e especialmente da ARS por serem lentes de análise. Assim, métodos de pesquisa oferecem um exame quantitativo de publicações acadêmicas, permitindo ver padrões, tendências e relacionamentos entre os atores envolvidos no processo de criação de valor no cenário acadêmico (Judijanto et al., 2023; Ribeiro, 2023a). Logo, uma das maneiras que a literatura científica encontrou de analisar as redes sociais, sua estrutura e sua formação — que são geradas através dos atores envolvidos no processo de construção do saber acadêmico — foi por meio da ARS ou sociometria, e tal afirmação pode ser observada, constatada e fortalecida por meio de estudos que investigaram temas relacionados à Administração, à Contabilidade e/ou a áreas afins, tais como: Pessoa Araújo et al. (2017), Ribeiro (2021) e Ribeiro e Souza (2022).

Posto isso, ergue-se a seguinte questão de pesquisa, que alicerçou e encaminhou este estudo: Qual a estrutura e a formação das redes sociais na academia brasileira dos estudos publicados sobre o tema do CPC sob a óptica da SPELL entre 2009 e 2023? Logo, o objetivo deste estudo foi analisar a estrutura e a formação das redes sociais na academia brasileira dos estudos publicados sobre o tema do CPC sob a óptica da SPELL entre 2009 e 2023. Justifica-se o uso da ARS neste estudo, pois é o método mais aderente e indicado para não apenas se conseguir responder à referida questão de pesquisa, como também alcançar o mencionado objetivo deste trabalho acadêmico (Chen, 2024).

Aqui cabe colocar em distinção e manifesto as singularidades deste artigo em confrontação com as pesquisas acadêmicas dos autores Ribeiro (2018) e Nascimento et al. (2022), que são uso de forma dominante da técnica de investigação da ARS; busca dos trabalhos acadêmicos sobre o tema do CPC, usando a plataforma de dados SPELL, pesando com isso a seleção dos estudos científicos não somente no campo do saber da Contabilidade, mas também nas áreas do conhecimento da Administração e Turismo.

Uma investigação entre os períodos de 2009 e 2023, fazendo emergir a contemporaneidade do tema do CPC na academia do Brasil; três vezes mais estudos identificados quando comparado com os respectivos estudos de Ribeiro (2018) e Nascimento et al. (2022); e aferição e análise de índices da ARS, com ênfase nas análises de redes sociais one-mode (um modo) e two-mode (dois modos), fazendo contemplar, por exemplo, as redes sociais das palavras-chave (one-mode) e dos temas abordados e dos pesquisadores em conjunto (two-mode), conforme Ribeiro (2021).

Em consideração a isso, alega-se a utilização do banco de dados SPELL, por esta ter sido lançada em 2012 e ser uma base de dados em formato eletrônico que tem grande cobertura, e, concorrentemente, aglomera enorme variedade de estudos científicos que foram divulgados nas revistas acadêmicas das áreas do saber da Administração, Contabilidade e Turismo (Hourneaux Junior et al., 2023; Neves et al., 2018).

A base de dados SPELL ainda conta com aproximadamente de 69 mil documentos indexados e possui mais de 43 milhões de acessos que coopera de maneira considerável para a pesquisa científica. Cerca 4 mil estudos publicados nas 120 revistas científicas indexadas são incluídos no banco de dados a cada período. Realça-se também que a SPELL oferece acesso livre aos estudos indexados, o que cria mais de 16 milhões de downloads (Rafael, 2023; SPELL, 2024).

Em referência à ARS, justifica-se seu uso integral neste trabalho acadêmico por esta ser influente no entendimento e compreensão da formação, estrutura e fluxo das comunicações, informações, conhecimentos, achados e contribuições das divulgações científicas disseminadas e socializadas no contexto acadêmico (Andrade et al., 2016; Ribeiro et al., 2014), por meio dos atores envolvidos no processo de constituição do aprendizado científico, no que respeita a temáticas acadêmicas de respectivas áreas do conhecimento (Graeml et al., 2010; Silva et al., 2021), como é o caso de temas que se interagem ao campo do saber da Contabilidade (Nascimento et al., 2022; Ribeiro, 2018).

Fortalece-se que as redes de colaborações de estudiosos estão entre as formas mais palpáveis de formação e estruturas de cooperação, podendo ser visualizadas como redes sociais de um modo (one-mode), em outros termos, matrizes simétricas com mesmo conjunto de atores, isto é, pesquisadores x pesquisadores, e de dois modos (two-mode), que são redes sociais assimétricas que são constituídas por grupos diferentes de atores, em outras palavras, assuntos x pesquisadores (Qiu et al., 2014; Tomaél & Marteleto, 2013).

Em vista disso, no que tange às redes sociais de dois modos, colocando em ressalto a rede de dois modos dos temas e dos pesquisadores em conjunto, as propriedades locais dos assuntos e dos autores servem como indicadores da qualidade da análise e são utilizadas em agrupamento para contabilizar a influência científica do tema e a performance acadêmica do autor na rede bimodal (two-mode) de divulgações acadêmicas partilhadas (Dehdarirad & Nasini, 2017).

Dessa maneira, para este trabalho acadêmico, a vertente “autores” (pesquisadores), foi utilizada para a construção das redes sociais two-mode ligada com outras variáveis, que foram períodos, periódicos e temas. Em seguimento, fundamenta-se a importância de se enfatizar a análise de redes sociais de um modo e particularmente as redes sociais de dois modos neste estudo científico.

Ainda pertencente à ARS, esta pesquisa traz à tona a análise social das palavras-chave (Favaretto & Francisco, 2017; Ribeiro, 2023b). Tal ação é admissível e relevante, visto que esta vertente (palavras-chave) não foi mensurada e analisada nos trabalhos acadêmicos de Ribeiro (2018) e Nascimento et al. (2022). Diante desse panorama, resguarda-se a utilização da análise das palavras-chave em decorrência dessa referida análise favorecer uma dinâmica do crescimento do conhecimento científico de um determinado tema (Su & Lee, 2010), como no caso do assunto do CPC na academia do Brasil.

De outro modo, as redes sociais das palavras-chave salientam o mérito das palavras-chave atribuídas aos estudos científicos, bem como a relação semântica entre palavras-chave nos trabalhos acadêmicos investigados (Cheng et al., 2020), ajudando a reconhecer a estrutura e formação das palavras-chave (assuntos) e como estas se associam (Bai et al., 2021), formando o saber científico constituído e presente na academia (Yi & Choi, 2012). Pondera-se a realização desta pesquisa em razão da demanda de se analisar o tema do CPC na literatura acadêmica brasileira por este ser assunto ainda novo no âmbito literário nacional brasileiro, apesar de se encontrar em estado de crescimento e maturação (Nascimento et al., 2022; Ribeiro, 2018).

Desse jeito, os resultados e contribuições deste trabalho científico proverá chances de ter maior ciência de como o assunto do CPC se encontra sob a perspectiva da estrutura e formação das suas redes sociais, destacando as variáveis: autores, Instituições de Ensino Superior (IES) e palavras-chave à luz das redes sociais de um modo (Ribeiro, 2023c); e as variantes “períodos”, “periódicos” e “temas abordados sob a óptica das redes sociais de dois modos embasada e norteada pelas redes sociais dos pesquisadores” (Dehdarirad & Nasini, 2017).

Por fim, para as Ciências Contábeis e áreas do conhecimento correlatadas, esta pesquisa acadêmica possibilitará manifestar as características e o comportamento do tema do CPC pelo ponto de vista das ARS (sociometria), o que contribui para alargar e robustecer o conhecimento sobre as produções das pesquisas científicas publicadas nas revistas científicas indexadas no SPELL sobre o assunto do CPC, criando, com isso, valor acadêmico e proporcionando melhor compreensão e cognição sobre esse tema na literatura acadêmica do Brasil.

Fundamentação teórica

Esta seção aborda o tema do CPC e os estudos de revisão sobre o referido assunto e de temáticas correlatas.

Comitê de Pronunciamentos Contábeis

No Brasil, em 2005, o CPC foi concebido pelo CFC, em conjunto com a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), com a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Brasil (Apimec Brasil), com a B3 S/A — Brasil, Bolsa, Balcão, com a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), com o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) e com as entidades representativas de investidores do mercado de capitais, em função das exigência de convergência das normas contábeis internacional; convergência na transmissão de normas dessa natureza e representação e procedimentos democráticos na produção dessas informações contábeis (CPC, 2023; Gesser et al., 2020).

Ressalta-se que o CPC tem como propósito o estudo, a organização e a publicação de documentos técnicos sobre processo contábeis e a evidenciação de informações desse foco, para autorizar a emissão de normas pela entidade reguladora do Brasil, procurando a convergência e harmonização do seu procedimento de produção, levando sempre em conta a centralização da contabilidade brasileira aos padrões da contabilidade internacional (CPC, 2023).

Aqui se faz um adendo ao reforçar que o objetivo do processo de convergência contábil é incorporar as práticas contábeis entre os países para atender a demanda de informação contábil, em particular, por parte dos mercados de capitais corporativos. Esse processo de convergência planeja adequar diferenças de normas internacionais de contabilidade que existem, de modo a propiciar a comparabilidade e tornar a informação contábil ainda mais dinâmica entre as economias globais implicadas (Oliveira & Lemes, 2011).

Isso dito, reitera-se que o órgão que tem por propósito alcançar essa convergência contábil global é os IASB, sendo que a relevância desse órgão se situa na inclusão e emissão de normas contábeis em nível internacional, uma vez que ele conta com a participação de todos os órgãos componentes do International Federation of Accountants (Ifac). Então, no Brasil, particularmente, o processo de convergência contábil tem na criação do CPC, mediante a Resolução 1.055/2005, o seu principal marco, sendo que o modelo aceito é o mesmo determinado pelos IASB mediante as IFRS (Oliveira & Lemes, 2011).

Dessarte, o CPC se define por ser 1) inteiramente soberana das entidades representadas, deliberando por dois terços de seus membros; 2) o CFC disponibiliza a estrutura necessária; 3) são sete entidades que constituem o CPC; entretanto, outras poderão vir a ser convidadas posteriormente; e 4) os membros do CPC, dois por entidade, na maioria contadores, não recebem honorários.

Acrescenta-se, ao manifestar que, além dos 14 membros vigentes, serão sempre convidados a participar representantes dos seguintes órgãos: Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários; Secretaria da Receita Federal do Brasil; Superintendência de Seguros Privados; Federação Brasileira de Bancos; Confederação Nacional da Indústria; e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (CPC, 2023).

Não obstante, o procedimento de harmonização da contabilidade no Brasil com as normas de contabilidade internacionais só começou a partir da alteração da antiga Lei das S.A. 6.404/1976 pela Lei 11.638/2007, que dispôs de novas práticas contábeis com a execução imediata no que se refere aos aspectos legais; e, para normatizar e ajustar algumas outras mudanças, procurando aproximar a conformidade integral, foi aprovada a Lei 11.941/2009 (Costa et al., 2022; Cruz et al., 2021; Ribeiro, 2016).

Por consequência, o Brasil outorgou um novo modelo de regulação contábil que resultou na emissão de pronunciamentos técnicos pelo CPC, que é o órgão responsável pela tradução e ajuste das IFRS, e que são elaborados e expedidos pelos IASB (Leite et al., 2019; Oliveira et al., 2013), criando maneiras de reconhecer, calcular e publicar as contas do balanço patrimonial, levando à necessidade da convergência contábil internacional (Costa et al., 2022).

Salienta-se que as IFRS sucederam ou alicerçaram muitas normas contábeis brasileiras distintas em todo o globo. Posto isso, o Brasil decidiu por uma convergência total, aderindo diretamente os IASB e as IFRS à sua legislação interna. Além disso, a China e a Índia emitiram ou destinam-se a emitir novas normas contábeis nacionais embasadas nos IASB e nas IFRS. Já os Estados Unidos da América aplicam os Generally Accepted Accounting Principles (Melega, 2022; Tijjani et al., 2023).

Relevante ressaltar que, para que os pronunciamentos estejam simétricos às IFRS evidenciadas pelos IASB, o CPC pode desenvolver e corrigir pronunciamentos já editados por meio de revisões. Por conta disso, os pronunciamentos contábeis revisados são sublinhados pela sigla do pronunciamento a que se refere, seguida da letra R e numeração sequencial. Por exemplo, CPC 13 (R1). Então, a letra R indica que aquele CPC foi revisado, e o número 1 identifica que foi feita uma primeira revisão (Nascimento et al., 2022).

Aqui se faz um complemento ao dizer que, até o presente momento, o CPC já realizou 23 revisões sobre pronunciamentos técnicos e uma revisão sobre interpretações técnicas. Evidencia-se também que os pronunciamentos técnicos serão obrigatoriamente submetidos a audiências públicas; e as orientações e interpretações poderão também sofrer esse procedimento (CPC, 2023).

Constata-se que o processo de consonância da harmonização contábil pelas entidades brasileiras vêm sendo propagadas desde o período de 2007, com a publicação do primeiro pronunciamento contábil e, desde então, o CPC, que tem como propósito a busca pela padronização e harmonização das informações contábeis no Brasil, vem se debruçando nisso, e tal ação vem influenciando no surgimento de estudos bibliométricos sobre o tema do CPC no Brasil e de temáticas correlatas, e essas pesquisas são fundamentais para assessorar a sociedade mediante o aclaramento do conhecimento do referenciado tema na academia (Cruz et al., 2021). Dito isso, realçam-se as pesquisas brasileiras de revisão, que enfocaram sobre o assunto do CPC.

Ribeiro (2018) analisou a produção acadêmica do tema do CPC divulgada em periódicos nacionais da área de Contabilidade de 2005 a 2014. Dessa maneira, os principais achados por ele observados foram que o tema do CPC vem em evolução; o periódico Pensar Contábil foi o que mais publicou; a Universidade de São Paulo (USP) se destacou como a mais profícua; no que se refere às redes de coautoria e das IES, o autor constatou baixa densidade em ambas; os CPC 29, 1 e 4 ficaram em realce; e os temas mais abordados foram ativos intangíveis, evidenciação contábil, ativos biológicos, normas internacionais de contabilidade, valor justo e impairment test.

Nascimento et al. (2022) se propuseram identificar as características dos artigos científicos publicados em periódicos de contabilidade no período de 2008 a 2020, com o tema do CPC. Destarte, os principais resultados por eles encontrados foram as publicações acerca do tema CPC tiveram maior destaque no ano de 2015; os autores que mais publicaram foram Vera Maria Rodrigues Ponte, José Augusto Veiga da Costa Marques, Patrícia Vasconcelos Rocha Mapurunga; a USP se destacou como a mais produtiva das IES; o periódico que mais publicou sobre o tema foi a revista Pensar Contábil; e os pronunciamentos mais pesquisados foram CPC 29, CPC 4 e CPC 25.

Em suma, as discussões a respeito do processo de convergência das normas internacionais de contabilidade constituem fundamentações impulsionadoras para o desenvolvimento de constantes pesquisas científicas, que possam relacionar a produção científica do citado tema e suas redes de colaboração dos atores envolvidos no processo de construção do conhecimento científico, contribuindo e estimulando, a criação de valor acadêmico, impactando para o melhor conhecimento e compreensão dos CPCs publicados na literatura acadêmica do Brasil (Nascimento et al., 2022).

Logo, constata-se a necessidade de se investigar como o tema CPC está sendo publicado, disseminado e socializado no meio acadêmico brasileiro, com o intuito de motivar as partes interessadas a pesquisarem e mapearem mais cientificamente os atuais e os vindouros CPCs, consolidando e legitimando a teoria e a prática contábil. Outra alegação se fundamenta na necessidade de fomentar o conhecimento das Normas Internacionais de Contabilidade em virtude da importância dos pronunciamentos, garantindo o maior disclosure, a qualidade das informações contábeis e a segurança dos diversos usuários da contabilidade (Nascimento et al., 2022).

Posto isso, ressalta-se que a produção científica é um trabalho social colaborativo em que o conhecimento científico é o resultado de um processo cumulativo oriundo da cooperação entre os atores envolvidos no processo de geração da pesquisa acadêmica de temas que são publicados e proliferados na academia. Esse pressuposto faz da sociometria ou da ARS uma técnica de investigação da produção da pesquisa científica de temas acadêmicos essenciais e necessários, facilitando o desenvolvimento teórico ao indicar lacunas e oportunidades para a realização de novos estudos (Ferreira & Silva, 2019). Concisamente, a ARS cumpre a função de explorar minuciosamente as produções cientificas sobre determinado assunto, destacando as características das redes sociais dos atores que produziram sobre o assunto investigado (Ribeiro & Corrêa, 2022).

Procedimentos metodológicos

O objetivo deste estudo foi analisar a estrutura e a formação das redes sociais na academia brasileira dos estudos publicados sobre o tema do CPC sob a óptica da SPELL entre 2009 e 2023.

Por fim, ressalva-se e reforça-se que, tanto a estrutura como a formação das redes sociais desta pesquisa foram analisadas por meio dos atores envolvidos no processo de construção do saber científico sobre o tema do CPC no Brasil. Reitera-se que as redes sociais one-mode vislumbradas por meio das Figuras 4, 5, 6, 7 e 8; e as redes sociais two-mode manifestadas mediante as Figuras 2, 3 e 9 foram essenciais para que se conseguissem analisar a estrutura e a formação das redes sociais dos estudos publicados sobre o tema do CPC no âmbito acadêmico brasileiro, pois, nas respectivas redes sociais one-mode e two-mode, são contemplados os atores que foram responsáveis pela geração de valor científico e, logo, preponderantes para a mensuração das estruturas das redes sociais e, por conta disso, de suas formações das redes sociais, que foram analisadas pelos elementos que compõem as redes sociais, que foram evidenciados e explicados nessa subseção, que são nós, laços, densidades, centralidades, entre outros fundamentos.

Dito isso, metodologicamente, foi realizada pesquisa descritiva, com abordagem do tipo quantitativa, utilizando-se de pesquisa documental e ARS, isto é, a sociometria (Welter et al., 2021; Ribeiro, 2022). Sob esse aspecto, a técnica de investigação da sociometria contribui para o processo de identificação de grupos de estudo, pesquisadores líderes, palavras-chave mais centrais, temas preferenciais, entre outras viabilidades (Machado Junior et al., 2014; Ribeiro, 2023a).

Métodos

Isso posto, versa-se que as ARS são métricas instituídas primordialmente na teoria de grafos que facultam investigar a estrutura e a formação das relações da rede social como um todo, subgrupos de atores e atores individualmente dentro da rede de colaboração.

Em uma conjuntura das redes sociais, os resultados desta análise são preponderantes para a compreensão de vários pontos de vista compatíveis à colaboração dos atores, tais como: 1) o grau de cooperação dos pesquisadores e suas respectivas universidades em uma comunidade científica; 2) os grupos de estudiosos que divulgam seus respectivos trabalhos acadêmicos isoladamente ou por meio de grupos de estudos; 3) os pesquisadores que mais colaboram para a proliferação, disseminação e socialização do saber constituído. Esses indicadores de ARS podem vir a ser pertinentes para abastecer de insumos para a tomada de decisão em um determinado cenário de pesquisa científica (Bordin et al., 2014).

Ainda no que diz respeito à ARS, realça-se que os estudos acadêmicos de redes sociais de dados de um modo ou one-mode superam muito, em quantidade, os estudos científicos de redes sociais de dados de dois modos ou two-mode, em todo o âmbito global. No contexto literário acadêmico, o número de investigações publicadas sobre redes de dois modos é cerca de 80% menor do que as redes de um modo. Reitera-se que os dados de dois modos se tangenciam às conexões registradas entre dois conjuntos de atores distintos, como, por exemplo, temas divulgados e pesquisadores. Abreviadamente, no âmbito científico brasileiro, ainda são mínimos os estudos acadêmicos publicados que colocam em destaque ou empregam práticas ou ações de ARS de dois modos (Tomaél & Marteleto, 2013). As redes sociais one-mode envolvem interações entre um único conjunto de atores, como, por exemplo, os pesquisadores, ao passo que as redes two-mode envolvem as conexões entre dois diferentes conjuntos de atores, por exemplo, os autores e os periódicos (Resende, 2020).

Com esse prisma, este estudo também contribuirá para semear aplicações de redes sociais de dois modos, no que se respeita ao assunto CPC na literatura científica brasileira. Por isso, a ARS é aplicada como recurso metodológico para investigar as particularidades e a conduta da estrutura e da formação das conexões ou os tipos de interações entre atores responsáveis por criar valor acadêmico, mediante a construção do saber científico no que tange à temática ora investigada (Pauli et al., 2019; Ribeiro, 2021; Tomaél & Marteleto, 2013).

Dito isso, existem precedentes que respaldam a ARS para averiguar a estrutura e a formação das comunicações de uma rede de colaboração (Araújo da Silva, 2014), entre as quais se realçam: 1) os nós, que são as atitudes que determinam as localizações dos atores na estrutura de uma estipulada rede social; 2) os laços, que são centrados pelos atores em um definido panorama científico, ordenando, assim, padrões de relações e processo de influência recíproca; 3) os small-world ou mundos pequenos, que são vínculos entre os atores de forma dispersa; 4) as lacunas estruturais, que depreendem a falta de interação entre um par de nós, ou seja, atores; e 5) os componentes gigantes, que é o agrupamento de atores com maior número de interações (Bordin et al., 2014; Cruz et al., 2011; Graeml et al., 2010; Mendes-da-Silva et al., 2013; Ribeiro, 2022; Welter et al., 2021).

Destaca-se também o grau de densidade, que pode ser considerado como a disseminação da rede social e compreendido como o conjunto de relações dos atores (Pauli et al., 2019). Aqui se faz um aditamento ao contemplar que a densidade conceitua que quanto mais compacta é a rede de colaboração, mais próxima de 1,0 sua mensuração alcançará; em outras palavras, mais conectados são as interações entre os atores. Portanto, uma rede social com baixa densidade tem aferição abaixo de 0,2, fazendo entender que a referida rede de colaboração é dispersa e com baixa comunicação interna (Williams dos Santos & Farias Filho, 2016), influenciando no fluxo de informações e de saberes acadêmicos da referenciada rede de cooperação (Scarpin et al., 2018).

Adicionalmente, salienta-se que as centralidades são propriedades de redes sociais mais utilizadas, as quais enfatizam as características preponderantes à relevância ou visibilidade de um ator em uma definida rede de cooperação, o que contribuiu para a definição de agendas de pesquisa e debates científicos na academia (Bach et al., 2013; Bordin et al., 2014; Farias & Carmo, 2021; Urbizagástegui-Alvarado, 2022). Salienta-se que apreender as densidades e as centralidades dos atores encarregados na composição do conhecimento acadêmico acerca do assunto ora analisado é benéfico para acrescer a compreensão sobre as relações efetivas entre esses atores (Ferreira & Martins, 2016; Santos & Souza, 2021).

Entre as centralidades, coloca-se em distinção a centralidade de grau, que também é conhecida como degree ou centralidade local, sendo conceituada como uma propriedade que vislumbra a atividade de interação de um ator, ao calcular o número de links de cada um desses atores em um grafo, em outros termos, o número de parcerias na geração e divulgação de um estudo acadêmico. E a centralidade de intermediação, também concebida como betweenness ou centralidade global, a qual coloca em discernimento a capacidade de intermediar que cada ator tem, ao computar quanto um determinado ator age como fundação e norte, contribuindo para incentivar as colaborações científicas dos vários atores de uma específica rede social (Balestrin, Verschoore & Reyes Junior, 2010; Pauli et al., 2019; Pessoa Araújo et al., 2017).

Expressa-se que, neste trabalho científico, se optou por realçar a centralidade de grau e a centralidade de intermediação, em razão de essas propriedades serem as medidas de centralidade mais comumente utilizadas em estudos científicos que enfocam a ARS (Cunha & Piccoli, 2017; Ribeiro, 2021).

Procedimentos de coleta de dados

O universo de investigação colocou em relevo todos os trabalhos acadêmicos dos periódicos disponibilizados na biblioteca eletrônica da SPELL, nas áreas de Administração, Contabilidade e Turismo. Fortalece-se a motivação de utilizar a SPELL nesta pesquisa, em decorrência de essa base de dados, a partir de 2015, passar a mensurar o indicador de influência das revistas acadêmicas ordenadas na mencionada base de dados, usando para isso os seguintes indicadores: 1) o número médio de referências por estudo científico; 2) impacto (dois e cinco anos); 3) o índice de imediatismo; 4) a taxa de autocitação; 5) o impacto (dois anos sem autocitação); 6) o impacto (cinco anos sem autocitação); 7) a meia-vida de citação; e 8) o índice H (Rafael, 2023).

Resultante dessas iniciativas, em 2017, o índice de impacto de periódicos acadêmicos gerado pela SPELL passou a fazer parte dos critérios de qualidade na classificação de revistas científicas pelo Qualis da Capes nas áreas de Administração, Ciências Contábeis e Turismo (Rafael, 2023).

Então, o Relatório de Avaliação Quadrienal 2017-2020 divulgado pela Capes, que investiga as definições dos critérios de avaliação, compreendeu o índice de implicação da SPELL como métrica consistente e autenticada. Então, nestes últimos anos, a SPELL outorgou contribuição indubitável para a publicação da produção da pesquisa científica (Rafael, 2023). Logo, coloca-se em destaque que a SPELL está entre as cinco bases de dados que os pesquisadores mais utilizam para criar estudos científicos, enfocando a produção acadêmica de vários temas acadêmicos na literatura científica brasileira (Ribeiro & Corrêa, 2022).

Tal informação é confirmada mediante pesquisas publicadas que utilizaram como base de dados principal a SPELL, citam-se: Atamanczuk e Siatkowski (2019), que usaram a técnica da bibliometria; Ribeiro (2023), a ARS e Ribeiro (2024), que enfatizou as técnicas da bibliometria e sociometria (ARS) em conjunto.

O processo de coleta da amostra das investigações sobre o tema do CPC aconteceu da seguinte maneira: 1) digitação das palavras-chave executadas no filtro de procura chamado “drop down boxes” da SPELL; 2) seleção dos estudos na SPELL; 3) procura pelas palavras-chave nos campos dos títulos, resumos e palavras-chave dos trabalhos acadêmicos; 4) designação da amostra, por meio da apreciação nos campos do: título e/ou resumo de cada estudo científico. Na SPELL, colocou-se um filtro com as palavras-chave: “Comitê de Pronunciamentos Contábeis”; “Comitê de Pronunciamento Contábil”; “CPC”; “CPCs”; “Accounting Pronouncements Committee”; “Accounting Pronouncement Committee”; “Comité de Pronunciamientos Contables”; e “Comité de Pronunciamiento Contable” (Nascimento et al., 2022; Ribeiro, 2018).

Essas palavras-chave foram buscadas nos campos do título, resumo e palavras-chave de cada pesquisa acadêmica, de forma não síncrona, o que permitiu que todos os estudos acadêmicos sobre o assunto CPC fossem descobertos e investigados posteriormente. Ressalta-se que a data de início da procura e da posterior tabulação dos trabalhos científicos ocorreu em 18 de setembro de 2023 e terminou em 28 de setembro de 2023.

De modo consequente, a amostra integrou 300 artigos, em um recorte temporal de 2009 a 2023, perfazendo 15 anos. Por esse motivo, enfoca-se que a temporalidade foi relacionada diretamente aos trabalhos acadêmicos achados na base de dados SPELL, melhor dizendo, o primeiro trabalho científico sobre a temática do CPC foi encontrado somente no período de 2009.

Procedimentos de análise de dados

As análises desses 300 estudos acadêmicos foram efetuadas atendendo aos indicadores sociométricos, que foram 1) redes sociais de dois modos dos períodos e dos autores em conjunto; 2) redes sociais de dois modos dos periódicos e dos autores em conjunto; 3) redes sociais de um modo dos pesquisadores, com enfoque no degree e no betweenness; 4) redes sociais de um modo das IES, com ênfase no degree e no betweenness; 5) redes sociais de um modo das palavras-chave, com relevo no degree; e 6) redes sociais de dois modos dos temas abordados e dos autores em conjunto.

Os referidos dados e informações foram recolhidos dos respectivos estudos acadêmicos, e, a posteriori, iniciados os procedimentos de mensuração das matrizes simétricas e assimétricas e a visualização gráfica das redes sociais one-mode e two-mode respectivas dos atores. Ressalva-se que a data de início da construção das referenciadas matrizes simétricas e assimétricas foi em 28 de setembro de 2023 e sua finalização ocorreu em 26 de outubro de 2023. Os indicadores de ARS (sociométricos) foram estimados por meio dos softwares UCINET e NetDraw.

Ainda cabe evidenciar que os softwares UCINET e NetDraw são eficientes para a construção de matrizes e para a visualização de grafos de trabalhos acadêmicos com foco na ARS, isto é, sociométrico. Isso posto, os pesquisadores utilizam com eficácia essas ferramentas tecnológicas para tornar seus estudos modelos de inovação em investigações sociométricas (Ferreira & Silva, 2019; Ribeiro, 2023a).

Salienta-se que as matrizes foram construídas mediante o software Microsoft Excel 2007. Por sua vez, os atores (autores, instituições e palavras-chave) das redes sociais one-mode foram disponibilizados de maneira simétrica; logo, as matrizes foram simétricas, no eixo X e no eixo Y das planilhas, em outros termos, a quantidade idêntica dos atores, em planilhas diferentes, foram colocados nos eixos X e Y. Por exemplo, na planilha dos autores, 658 foram colocados no eixo X e 658, no eixo Y; nesse contexto, as parcerias que eram verificadas eram computadas o número 1 (na primeira parceria), 2 (na segunda parceria) e, assim, sucessivamente.

A mesma lógica foi feita para as instituições e para as palavras-chave. Ressalta-se que as diagonais das planilhas foram preenchidas por zeros, para, com isso, aferir os cálculos dos nós, os laços, as centralidades e densidades das redes de coautoria, das instituições e das palavras-chave, de forma acertada. Em seguida, as planilhas foram copiadas para o software UCINET para se poder mensurar os nós, os laços, as centralidades de cada ator e as densidades das redes sociais; em seguida, as visualizações das redes sociais one-mode foram feitas pelo software NetDraw.

Para as redes sociais two-mode, o mesmo raciocínio foi realizado e mensurado; contudo, as matrizes foram assimétricas, ou seja, nos eixos X e Y, foram colocados atores divergentes, como, por exemplo, na rede social two-mode de periódicos e autores, foram colocados no eixo X os 50 periódicos e no eixo Y, os 658 autores. Logo, as parcerias que eram observadas entre autores que publicaram em um determinado periódico eram contabilizadas com o número 1 para a primeira parceria entre o(s) autor(es) e o periódico; com o número 2 para a segunda parceria entre o(s) autor(es) e o periódico, e assim seguidamente.

As diagonais das redes sociais two-mode também foram preenchidas com zeros, para que as aferições dos nós, dos laços e das centralidades fossem realizadas de forma correta. Em seguida, as planilhas foram copiadas para o software UCINET para se poder mensurar os nós, os laços, as centralidades de cada ator; em seguida, as visualizações das redes sociais two-mode foram feitas pelo software NetDraw. Para concluir, a Figura 1 vislumbra o percurso metodológico, destacando o passo a passo desta seção metodológica quanto aos métodos e aos procedimentos.

Análise e discussão dos resultados

Esta seção evidenciou a análise e a discussão dos 300 estudos científicos sobre o assunto do CPC, e que foram divulgados nas revistas científicas indexadas no banco de dados SPELL de 2009 a 2023.

Redes two-mode (períodos e autores)

A Figura 2 faz surgir as redes sociais de dois modos dos 15 períodos e dos 658 pesquisadores em conjunto. Ressalta-se que a propriedade de centralidade utilizada para enfatizar os anos foi o degree, em virtude de esta colocar em foco os atores (períodos) com mais interações (Balestrin et al., 2010), com os 658 autores, em outras palavras, a referida centralidade colocou em destaque os períodos os quais os estudiosos mais publicaram sobre o tema do CPC na academia do Brasil.

Resultante disso, os períodos que ficaram com maior projeção, por ordem decrescente de relevância, foram 2014, 2015, 2013, 2018 e 2016. Tal achado é confirmado de maneira análoga nos trabalhos científicos de Ribeiro (2018) e Nascimento et al. (2022). Frisa-se que, apoiado na Figura 2, as primeiras divulgações sobre a temática do CPC só emergiram em 2009 e esse acontecimento é em virtude de a primeira divulgação dos pronunciamentos sobre o CPC ter ocorrido em dezembro de 2008 (CPC, 2023).

Essa alegação é ratificada de forma plena nos trabalhos acadêmicos de Ribeiro (2018) e Nascimento et al. (2022). Outra informação averiguada mediante a Figura 2 é que o tema do CPC, nos últimos cinco períodos, ou seja, 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023 (até o mês de outubro), teve caída do impulso ou da necessidade dos pesquisadores em divulgar sobre o referenciado assunto na literatura científica do Brasil.

Este achado pode estar vinculado aos seguintes fatos: 1) o tema do CPC não ser mais identificado como um “hot topic” sob a perspectiva dos pesquisadores brasileiros, intervindo em sua diminuição de publicações na literatura acadêmica do Brasil sob a óptica dos periódicos indexados na base de dados SPELL; 2) o assunto do CPC ter ascendido sua maturação na academia do Brasil, impactando na atenuação do disposição dos estudiosos em analisar o mencionado tema; e 3) não ter sido divulgado mais nenhum pronunciamento desde agosto de 2021, induzindo no declínio do tema do CPC na literatura acadêmica brasileira à luz das revistas científicas vinculadas à plataforma de dados SPELL.

Apesar disso, pode-se ainda apurar que o assunto do CPC tem uma tendência de evolução, visto que é tema relativamente novo no cenário literário brasileiro e está diretamente conectado às IFRS, além das emissões sucedidas pelos IASB (Homero Junior, 2019). Aqui se faz um complemento ao enfocar que o assunto das IFRS também se encontra com propensão de crescimento no panorama científico internacional, favorecendo mutuamente para o tema do CPC evoluir na literatura acadêmica nacional brasileira (Tijjani et al., 2023).

Isso posto, manifesta-se e confirma-se que o assunto do CPC é inerente ao cenário do mercado corporativo (Kolozsvari & Rodrigues, 2015), e, logo, sempre precisará ser atualizado, inovado e/ou revisado (CPC, 2023; Nascimento et al., 2022). Em outros termos, o CPC sempre se reestruturará, transformará, em decorrência do aparecimento de ativos inovadores, impactando para que o reconhecimento contábil desse ativo seja aplicado pelas IFRS e lançado pelos IASB e, simultaneamente, pelos pronunciamentos contábeis no Brasil (Pelucio-Grecco et al., 2020), sensibilizando diretamente no destaque das publicações sobre o assunto do CPC, sob a óptica das revistas acadêmicas listadas na biblioteca eletrônica SPELL.

De maneira geral, a Figura 2 conclui informações interessantes acerca da periodicidade do tema do CPC sob o ponto de vista dos periódicos indexados na base de dados SPELL, proporcionando, com isso, uma visão de como o referido assunto vem se propagando e sendo disseminado e socializado na academia do Brasil.

Então, as informações evidenciadas por meio da Figura 2 vislumbram que a temática do CPC pode ser mais bem maturada no Brasil, através do alargamento e robustecimento de pesquisas científicas sobre o mencionado tema, o que contribui para seu aperfeiçoamento e maior proliferação, que pode ser mais bem estimulado mediante divulgações realizadas nas revistas científicas brasileiras, especialmente as do campo do saber da Contabilidade.

Redes two-mode (periódicos e autores)

A Figura 3 retrata as redes sociais de dois modos das 50 revistas científicas e dos 658 pesquisadores em conjunto. Vislumbra-se que a referida rede social coloca em saliência a centralidade local, pois essa propriedade mensurou o número de vínculos que cada periódico acadêmico teve com os 658 pesquisadores (Cunha & Piccoli, 2017), em outras palavras, a mencionada propriedade de rede coloca em relevo as revistas científicas mais procuradas pelos autores para evidenciar seus achados e contribuições sobre o tema CPC na academia do Brasil.

Por isso, as revistas acadêmicas que obtiveram maior realce foram Revista Pensar (Pensar), Revista de Contabilidade e Controladoria (RC&C), Revista Contabilidade em Texto (Contexto), Revista Mineira de Contabilidade (RMC), Sociedade, Contabilidade e Gestão (SCG), Revista Catarinense da Ciência Contábil (RCCC), Revista Universo Contábil (RUC), Revista Contemporânea de Contabilidade (RCC) e Revista de Administração, Contabilidade e Economia (Race).

Todos esses periódicos são alusivos e pertinentes à área do saber da Contabilidade (Ribeiro, 2018). Na maior parte dos casos, regularmente, observam-se a adesão e o desejo dos autores brasileiros de ter seus respectivos trabalhos científicos sobre o assunto do CPC publicados em revistas acadêmicas dedicadas as Ciências Contábeis na academia do Brasil. Essa apuração é corroborada na investigação do autor Ribeiro (2014), em que ele constatou que o assunto “contabilidade internacional” foi o mais publicado em periódicos associados às Ciências Contábeis na literatura científica do Brasil.

Tais achados vão ao encontro, de maneira análoga, do que fora constatado nas pesquisas de Ribeiro (2016), Ribeiro (2018), Gesser et al. (2020), Costa et al. (2022) e Nascimento et al. (2022), especialmente no que se refere à revista acadêmica Pensar, pois, em ambos os trabalhos científicos, o referenciado e destacado periódico ficou como primeiro colocado; assim, pode-se compreender e considerar que essa revista científica é a mais profícua no que respeita ao assunto do CPC no âmbito literário nacional brasileiro.

Fortalece-se este achado ao averiguar que, nos trabalhos acadêmicos dos pesquisadores Ribeiro (2016), Gesser et al. (2020) e Costa et al. (2022), a revista acadêmica Pensar também ficou em grifo no que tange aos temas sobre a Lei 11.638/2007, sobre as IFRS e sobre a convergência contábil respectivamente, ratificando e reiterando o predomínio desse periódico acadêmico em assuntos inerentes e conectados às normas internacionais de contabilidade no Brasil. Isso significa que os estudiosos procuram divulgar seus resultados e colaborações científicas acerca de temáticas intrínsecas a temas relativos ao CPC em revistas científicas de Contabilidade, sobretudo naqueles que habitualmente e de forma mais proeminente publicam trabalhos científicos sobre assuntos alusivos às normas internacionais de contabilidade.

Conclui-se e reitera-se, nesta seção, a importância da divulgação das pesquisas científicas por meio dos periódicos acadêmicos, sendo que estes são os meios de comunicação mais consolidados, legitimados e prestigiados para a disseminação e socialização da ciência, que, no caso desta pesquisa, enfocou o tema acadêmico do CPC. Em suma, observou-se que as revistas acadêmicas da Contabilidade ficaram em realce; assim, considerados para esta pesquisa os meios de divulgação do assunto do CPC mais proficientes e adequados para que os autores possam manifestar seus respectivos resultados e contribuições acerca da referenciada temática na literatura acadêmica do Brasil.

Redes one-mode de coautoria

A Figura 4 e a Figura 5 trazem as redes sociais de um modo dos pesquisadores, as quais são constituídas por 2.258 laços e por 658 nós. Logo, ter ciência das redes de coautoria acarreta compreender como os pesquisadores, sobre o assunto objetivo de investigação, criam parcerias e com quem cooperam suas pesquisas, fazendo surgir, assim, novas pesquisas acadêmicas. Indiretamente, também viabiliza comparar as informações e saberes acadêmicos no campo do conhecimento que o assunto ora analisado se estabelece, a fim de identificar características e mesmo orientações conceituais dos fenômenos estudados na amostra das pesquisas (Ribeiro et al., 2014).

Ressalta-se que a Figura 4 manifesta e, com isso, enfatiza a centralidade local, enquanto a Figura 5 enfoca a centralidade global.

Em consequência, os pesquisadores que ficaram em relevo como sendo os de maior centralidade de grau foram Vera Maria Rodrigues Ponte, Donizete Reina, Márcia Martins Mendes De Luca, Roberto Carlos Klann, Patrícia Vasconcelos Rocha Mapurunga, Diane Rossi Maximiano Reina, Maísa de Souza Ribeiro, Jomar Miranda Rodrigues, Alfredo Sarlo Neto, Cláudia Ferreira da Cruz, Deyvison de Lima Oliveira, Jorge Katsumi Niyama, José Augusto Veiga da Costa Marques, Bruno Meirelles Salotti, Umbelina Cravo Teixeira Lagioia, Sylvia Rejane Magalhães Domingos, Leandro Politelo, Ricardo Luiz Menezes da Silva, Régis Barroso Silva e Sirlei Lemes.

Este achado ressalta que esses são os estudiosos que mais colaboraram, ou seja, publicam em parceria, publicando de maneira conjunta suas respectivas pesquisas acadêmicas com outros pesquisadores, pois a centralidade local ou degree leva em importância o número de autores que colaboram com um determinado autor, juntamente com o número de trabalhos científicos evidenciados que eles criaram e publicaram em conjunto (Bordin et al., 2014).

Agregando a propriedade da centralidade de grau (Bordin et al., 2014), contemplam-se os seguintes pesquisadores que ficaram em destaque na centralidade global ou betweenness: Donizete Reina, Sirlei Lemes, Thiago Alberto dos Reis Prado, Juliano Augusto Orsi Araujo, Maísa de Souza Ribeiro, Alfredo Sarlo Neto, Adriano Rodrigues, Marcelo Alvaro da Silva Macedo, Ricardo Luiz Menezes da Silva, Ana Carolina Kolozsvari, Edilson Paulo, José Augusto Veiga da Costa Marques, Deyvison de Lima Oliveira, Cláudia Ferreira da Cruz, Márcia Reis Machado, Bruno Meirelles Salotti, Vera Maria Rodrigues Ponte, Ingrid Laís de Sena Costa, Marcelo Botelho da Costa Moraes, Odilanei Morais dos Santos, Ariovaldo dos Santos e Roberto Carlos Klann. Este resultado enfoca que esses estudiosos advogam na intermediação do fluxo informacional e de saberes acadêmicos (Pauli et al., 2019), sobre o assunto do CPC na literatura científica do Brasil sob a perspectiva dos periódicos indexados na SPELL.

Ainda cabe mencionar que, desses autores, por ordem alfabética, manifestam-se os de maior excelência: Alfredo Sarlo Neto, Bruno Meirelles Salotti, Cláudia Ferreira da Cruz, Deyvison de Lima Oliveira, Donizete Reina, José Augusto Veiga da Costa Marques, Maísa de Souza Ribeiro, Ricardo Luiz Menezes da Silva, Roberto Carlos Klann, Sirlei Lemes e Vera Maria Rodrigues Ponte, por terem ficado em realce nas propriedades de centralidade local e de centralidade global reciprocamente.

Logo, esses pesquisadores podem ser vistos e conhecidos, para este trabalho acadêmico, como os autores mais estratégicos, influentes e importantes, pois são os que têm maior número de autores publicando sob sua responsabilidade e servem de ligação e caminho para a geração de valor acadêmico, por meio de uma fluidez organizada e ordenada de um fluxo de informações e de conhecimentos científicos sobre o assunto ora investigado (Köhler & Digiampietri, 2021; Ribeiro, 2023b). Esses achados conseguidos vão em direção aos resultados atingidos nos estudos científicos respectivos dos autores Ribeiro (2018) e Nascimento et al. (2022).

Ainda investigando as redes de colaborações dos pesquisadores detectadas mediante as Figuras 4 e 5, salienta-se a densidade dessas redes, que foi mensurada em 0,0052, sendo correspondente a 0,52% das relações realizadas de forma verdadeira entre os estudiosos desta pesquisa. Diante desse fato, tem-se uma rede de coautoria com baixa densidade (Williams dos Santos & Farias Filho, 2016) e tal certificação é reforçada ao demonstrar que as redes de cooperação dos estudiosos foram aferidas com 2.258 laços realizados em um total de 432.964 laços admissíveis. Desse modo, a mencionada rede de coautoria é composta de laços fracos (Scarpin et al., 2018), impactando diretamente na estabilidade e firmeza do fluxo de comunicação, conhecimento e informação do assunto ora analisado neste estudo científico (Ribeiro, 2023a). Em referência à baixa densidade das redes de coautoria, tal resultado é corroborado no estudo de Ribeiro (2014, 2018).

Outra informação observada, ao investigar as Figuras 4 e 5, é o possível surgimento dos chamados “mundos pequenos”, que acontecem quando os atores, no caso, os pesquisadores, de uma rede social estão agrupados de forma distanciada, mas, simultaneamente, os atores, neste caso, os estudiosos desta pesquisa estão ligados a atores (autores) externos ao seu grupo de pesquisa, por meio de um pequeno grupo de atores (estudiosos) intermediários. Em função disso, os small-worlds aproximam-se da análise de coesão, dos laços fracos ou lacunas estruturais (Mendes-da-Silva et al., 2013), que equivalem a fendas no fluxo de comunicação, informações e saberes científicos que são indicadoras e significativas das reais relações das redes de coautoria; portanto, são vistas como interações não persistentes entre os autores deste estudo (Cruz et al., 2011).

Nesse panorama, as propriedades dos mundos pequenos produzem informações e conhecimentos que se vinculam à durabilidade das estruturas e da formação de relacionamento de uma determinada rede de colaboração, tais como as redes sociais dos autores e de suas respectivas IES nativas, sendo que estas (as universidades) são imperativas e, por conta disso, imprescindíveis para a cognição da recíproca interação entre as estruturas de redes sociais locais e globais (Mendes-da-Silva et al., 2013).

Perante o evidenciado, as redes de colaboração dos pesquisadores visualizadas por meio das Figuras 4 e 5 deste trabalho acadêmico possuem particularidades estruturais que indicam a existência dos small-worlds (redes sociais dos autores em destaque nas Figuras 4 e 5), colaborando no surgimento de gaps estruturais e, consequentemente, de laços fracos, instigando no fluxo de comunicação, informacional e de compreensão (Ribeiro, 2023a), do assunto do CPC na literatura científica do Brasil sob a perspectiva das revistas acadêmicas ordenadas pela base de dados SPELL.

Enfim, conclui-se a importância das redes de coautoria deste estudo, particularmente, os autores mais centrais, para a proliferação, disseminação e socialização da fluidez do fluxo informacional do conhecimento do tema do CPC. Contudo, para as redes de coautoria desta pesquisa, foi mensurada com baixa densidade, impactando no surgimento de lacunas estruturais, o que implica o aparecimento de laços fracos entre os pesquisadores, fazendo com que as redes sociais dos estudiosos ficassem dispersas e com pequena coesão interna, resultando, na mitigação do fluxo de informações e de saberes científicos sobre o tema do CPC.

Desse modo, ressalva-se a importância de se alargar e robustecer as redes sociais entre os estudiosos, sobretudo no que concerne aos clusters de grupos de pesquisa das IES, o que contribui para otimizar a densidade das redes de colaboração dos estudiosos desta pesquisa e, concomitantemente, cooperando para fomentar o fluxo científico do assunto do CPC na academia do Brasil entre os autores e, simultaneamente, entre as suas respectivas IES nativas.

Redes one-mode de colaboração das IES

Como aconteceu com as redes de colaboração dos autores deste trabalho científico, a Figura 6 e a Figura 7 evidenciam de forma símile as redes sociais de um modo das universidades, que foram formadas por 332 laços e por 119 nós. Ressalta-se que saber sobre as redes sociais de IES é preponderante para se ter conhecimento das universidades que partilham experiências de pesquisas científicas sobre determinados temas acadêmicos, como no caso do assunto objetivo de investigação, e como elas (as universidades) se comportam na colaboração do tema em análise na academia nacional brasileira (Ferreira & Martins, 2016; Ribeiro, 2021). Logo, vislumbra-se a Figura 6 que faz realçar a centralidade de grau e a Figura 7 que coloca em destaque a centralidade de intermediação.

Ante o evidenciado, as IES com maior degree nesta pesquisa científica foram as seguintes: USP, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Regional de Blumenau (FURB), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fucape Business School (FUCAPE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF); e as instituições que ficaram em realce no que tange ao betweenness foram as seguintes: USP, UFPB, UFC, UFRJ, UFMG, FUCAPE, FURB, UFPR, UFES, PUC-SP, UFSC e UFF. Como efeito, destas universidades contempladas, 12 ficaram em realce como as mais centrais no contexto local e global de forma simultânea, foram elas: USP, UFRJ, FURB, UFPB, UFC, UFES, UFSC, UFMG, PUC-SP, UFPR, FUCAPE e UFF.

Dessa forma, pode-se constatar, sob a óptica dos achados deste trabalho científico, que essas universidades em realce têm o maior nível de amplitude, iniciativa, comunicabilidade e transmissão de informações, além de o fato de serem apontadas como as mais prestigiadas e importantes em virtude de atuarem como “elos” entre o maior número de outras universidades desta pesquisa acadêmica, colaborando e influenciando em uma fluidez no fluxo de conversação, informações e intercomunicação sobre o assunto objeto de análise deste estudo (Farias & Carmo, 2021).

Entretanto, é prudente reiterar que o fluxo de cognição publicado, disseminado e socializado em uma definida rede de colaboração, como é o caso das redes sociais de um modo das universidades deste estudo, é diretamente conectado à sua densidade, em outras palavras, caso a interação de um par de atores (universidades) por uma ou mais conexões seja frágil, a relação é dispersa, sendo assim responsáveis pela baixa densidade da rede social ou caso haja vínculos fortes, ou seja, quando existe envolvimento maior entre os atores (universidades), ocorrerá a criação de valor acadêmico, acarretando uma rede social com alta densidade (Araújo da Silva, 2014; Ribeiro, 2024).

Nesse seguimento, à luz dos achados deste estudo, a mensuração da densidade das redes sociais de um modo das universidades retratadas por meio das Figuras 6 e 7 foi de 0,0291, sendo equivalente a 2,91% das interações que foram efetivamente realizadas entre as instituições deste trabalho acadêmico, ostentando ser harmonizável a uma rede social com baixa coesão interna (Mendes-da-Silva et al., 2013) e, concomitantemente, com baixa densidade (Williams dos Santos & Farias Filho, 2016), acometendo a rede social com laços fracos (Ribeiro, 2023b) e, como efeito imperativo disso, na instigação da minimização do fluxo de comunicação, cognição e informação sobre o assunto ora analisado nesta pesquisa (Scarpin et al., 2018).

Outra particularidade que se fez perceptível nas redes sociais de um modo das universidades desta pesquisa é o chamado “componente gigante” (em destaque nas Figuras 6 e 7), que é a parte com maior influência e relevância em uma rede de colaboração, pois todos os atores, no caso as universidades, que se relacionam a esse componente proeminente estão relacionadas por atores (IES) em comum (Andrade et al., 2016).

Logo, o componente gigante das redes sociais de um modo das IES deste trabalho acadêmico comportou aproximadamente 86% (102 ÷ 119) do total das 119 instituições, o que assinala a ocorrência de grupos de estudos nativos das universidades que constituem o componente gigante deste trabalho científico e sua aptidão em divulgar estudos acadêmicos sobre o assunto em investigação de forma compenetrada entre as citadas e realçadas universidades, particularmente, entre as universidades com maior centralidade local e centralidade global.

Logo, tal asseveração e achado fazem surgir o cenário de que o fluxo de comunicação, informação e conhecimento sobre o assunto objeto de análise se manifeste de forma mais alargada e robusta dentro desse componente gigante, por este ser o componente principal das redes sociais de um modo das IES desta pesquisa (Bordin et al., 2014; Mendes-da-Silva et al., 2013; Ribeiro & Corrêa, 2022), sob a perspectiva das revistas científicas indexadas na plataforma de dados SPELL.

Resumidamente, conclui-se que as redes sociais das IES são essenciais para a maturação e evolução do tema do CPC no âmbito literário brasileiro, porém, como ocorreu nas redes de coautoria desta pesquisa, as redes de cooperação das IES deste estudo também foram mensuradas com baixa densidade, e tal constatação é impactante, pois incorreu no aparecimento de buracos estruturais, fazendo prevalecer os laços fracos nas referidas redes sociais, propiciando a alta dispersão e a baixa coesão interna entre as instituições, impactando diretamente no fluxo de informações e de conhecimento acerca do assunto do CPC no Brasil.

Reitera-se que este resultado é similar ao que foi constatado e descrito sobre as redes de coautoria desta pesquisa; assim, é necessário fomentar as parcerias, não somente entre as IES, mas especialmente entre os autores, particularmente entre os pesquisadores de outras IES de regiões do Brasil, por meio de seus grupos de pesquisa de seus programas de pós-graduação stricto sensu. Desse jeito, tal iniciativa criará valor científico, oportunizando surgir trabalhos acadêmicos sobre o tema do CPC na literatura acadêmica nacional, o que contribui para sua maturação e maior multiplicação acadêmica.

Redes one-mode das palavras-chave (degree)

A Figura 8 faz emergir as redes sociais das palavras-chave dos 300 estudos sobre a temática CPC identificados e investigados nesta pesquisa. A supramencionada rede de colaboração foi formada por 2.752 laços e por 545 nós. Resumidamente, os 300 trabalhos acadêmicos investigados compuseram montante de 545 acontecimentos de palavras-chave únicas, a respeito dos quais foram suportados os seguintes parâmetros: 1) não diferenciar as letras maiúsculas e as letras minúsculas; e 2) as palavras no singular e as palavras no plural foram conservadas distintas (Favaretto & Francisco, 2017).

Esse tipo de investigação auxilia na identificação das palavras-chave no fluxo de comunicação e de informação dos trabalhos acadêmicos, dos grupos de pesquisa e das propensões futuras de investigações acerca do assunto em investigação (Melega, 2022). Enfatiza-se que o tamanho da palavra-chave foi determinado pelo número de episódios de cada palavra-chave e por seus respectivos vínculos correlacionados (Tijjani et al., 2023) nos 300 trabalhos acadêmicos desta pesquisa. Ainda cabe ressaltar que a centralidade local foi utilizada para colocar em evidência as palavras-chave mais dominantes (Urbizagástegui-Alvarado, 2022), neste trabalho científico, no que tange ao tema do CPC no âmbito acadêmico do Brasil.

Por conseguinte, as palavras-chave que ficaram em destaque na Figura 8 foram as seguintes: evidenciação, disclosure, valor justo, CPC 29, divulgação, ativos biológicos, contabilidade, ativos intangíveis, IFRS, normas internacionais de contabilidade, governança corporativa, passivos contingentes, notas explicativas, ativo imobilizado, convergência contábil, evidenciação contábil, provisões, CPC 22, escolhas contábeis, propriedades para investimento, gerenciamento de resultados, ajuste a valor presente e value relevance. Esse achado vai ao encontro de forma similar dos resultados da pesquisa dos autores Cruz et al. (2021).

No que toca a essa informação, evidencia-se que as palavras-chave em realce na Figura 8 emergem como as mais dominantes, importantes e proeminentes no fluxo informacional do saber científico sobre o assunto do CPC em grande parte da literatura acadêmica nacional brasileira, à luz das revistas acadêmicas indexadas na base de dados SPELL, durante os anos de 2009 a 2023.

Este resultado oferece indícios de que há temas de maior interesse dos estudiosos quanto ao tema-eixo desta pesquisa. A partir disso, vislumbra-se uma visão ampliada do assunto do CPC, a fim de assessorar a expansão dos estudos acadêmicos sobre o referenciado tema na academia do Brasil. Portanto, é salutar dizer que as palavras-chave em destaque na Figura 8 podem ser julgadas como temas transversais e subjacentes ao assunto principal desta pesquisa, argumentando, com isso, sobre a possibilidade de abrir oportunidades de novos “nortes” e “pontes” para futuras pesquisas na academia do Brasil (Ribeiro, 2023b; Tijjani et al., 2023).

Ainda em referência à densidade das redes sociais das palavras-chave, esta foi calculada em 0,0103, sendo proporcional a 1,03% das relações que foram verdadeiramente realizadas entre as 545 palavras-chave desta pesquisa acadêmica, sendo, com isso, considerada como fraca, ou seja, de baixa densidade (Williams dos Santos & Farias Filho, 2016).

Este achado pode ser apreendido da seguinte maneira: as palavras-chave e, por consequência, o tema principal investigado nesta pesquisa não estão bem desenvolvidos no painel científico nacional brasileiro. E, de maneira geral, pode-se compreender e, por conta disso, perceber e captar que o assunto objetivo de análise desta pesquisa, em linhas gerais, não atingiu sua maturidade, sob a perspectiva dos periódicos indexados no banco de dados da SPELL e, ao mesmo tempo, é transversal para o campo do saber do qual é nativo (Urbizagástegui-Alvarado, 2022), que são as Ciências Contábeis.

Em síntese, conclui-se esta subseção ao enfatizar a relevância das palavras-chave para a divulgação dos estudos científicos, pois, por meio delas, os autores podem evidenciar os termos, as temáticas mais proficientes e comumente pesquisadas e, posteriormente, publicadas na literatura acadêmica. Neste estudo, o tema-eixo desta pesquisa, isto é, o CPC, mostrou-se horizontal e multidisciplinar, visto que as palavras-chave observadas nesta pesquisa são heterogêneas, fazendo que com o assunto do CPC seja considerado pluridisciplinar e interdisciplinar.

Diante disso, é salutar constatar que as palavras-chave mais centrais formam o eixo teórico principal do tema do CPC na academia do Brasil, entretanto é importante ressalvar que as palavras-chave (termos) menos centrais, como, por exemplo, resultado abrangente, demonstração do fluxo de caixa, valor de mercado, desempenho econômico, goodwil, gestão de risco, contabilidade ambiental, teoria da agência, educação contábil, informações contábeis, demonstração financeira, custos, criptomoedas, bitcoin, pequenas empresas, auditoria, entre outras, podem ser uma oportunidade de fomentar a pesquisa acadêmica sobre o assunto principal desta pesquisa, objetivando, com isso, otimizar o próprio assunto, ou seja, o CPC, por meio de temáticas que o ramificam, deixando-o mais maduro e evoluído na academia do Brasil.

Redes two-mode (temas e autores)

A Figura 9 visualiza as redes sociais de dois modos que foi composta dos 66 temas e pelos 658 pesquisadores. Isso posto, salienta-se que a propriedade da centralidade de grau foi utilizada na citada figura para possibilitar a mensuração dos temas que chamam mais atenção dos autores (Ribeiro, 2021), no que se aplica ao assunto do CPC no Brasil, melhor dizendo, a Figura 9 contemplou as temáticas que mais impulsionam os autores em publicar no âmbito do tema-eixo desta pesquisa no panorama acadêmico nacional brasileiro que foi o CPC.

Dito isso, as temáticas que ficaram com maior centralidade de grau neste trabalho acadêmico, por ordem decrescente de divulgação, foram CPC 1, CPC 29, CPC 4, CPC 25, CPC 7, CPC 6, CPC 22, CPC 27, CPC 26, CPC 28, CPC 12, IFRS, CPC 40, ensino superior, CPC 10, CPC 15, CPC 47, CPC PME, CPC 3 e CPC 32. Este resultado é atestado, de forma análoga, nos achados descobertos e vislumbrados pelas respectivas pesquisas acadêmicas dos autores Ribeiro (2018), Cruz et al. (2021) e Nascimento et al. (2022).

Dessarte, a centralidade de grau fez o cálculo do nível de interação, de relevância e de influência das temáticas que embasam e norteiam o assunto foco desta pesquisa que é o CPC no painel nacional brasileiro de estudos acadêmicos sob a perspectiva das revistas científicas organizadas na plataforma de dados SPELL, sendo esses temas contemplados a partir da Figura 9 e, logo, considerados cruciais e relevantes pela comunidade acadêmica contábil no panorama do Brasil (Santos & Souza, 2021).

Assim, reitera-se que ter ciência das temáticas mais publicadas pelos pesquisadores sobre o tema âmago deste estudo científico faculta desenvolver o referenciado e destacado tema na academia brasileira, por meio da criação de novos estudos acadêmicos relacionados a essas temáticas com maior centralidade de grau, que são realçadas mediante a Figura 9, além de oportunizar o aparecimento de inspiração, ou seja, ideias para a geração e a criação de valor científico mediante novos trabalhos acadêmicos em estado da arte que serão divulgados, disseminados e socializados, reforçando, com isso, o embasamento, o caminho, o amadurecimento e, decorrente disso, a consolidação e a legitimação do assunto objeto de investigação neste estudo acadêmico (Ribeiro, 2021).

Ainda cabe enfatizar que os temas mais centrais, vistos mediante a Figura 9, oferecem aos pesquisadores e praticantes insights valiosos, pois esses assuntos têm o potencial de fornecer orientação para o desenvolvimento de prioridades de pesquisa, enriquecer recursos educacionais, contribuir para diálogos políticos e enfrentar obstáculos práticos no campo em constante mudança das normas internacionais de contabilidade (Judijanto et al., 2023).

Não obstante, conhecer os temas menos divulgados pelos autores, como, por exemplo, bitcoin, contabilidade societária, contabilidade regulatória, indicadores de desempenho, instrumentos financeiros, derivativos, profissional contábil, relatório da administração e teoria da contabilidade é também uma chance para fomentar o tema do CPC na academia brasileira. Conclui-se, assim, a relevância dos temas que ramificam e que são peculiares e pertencentes ao assunto CPC, especialmente, os assuntos com maior degree, pois eles alicerçam, norteiam e servem de “farol” para os pesquisadores, sobretudo os iniciantes que desejam adentrar no tema do CPC na academia do Brasil.

Conclusão

O objetivo desta pesquisa científica foi analisar a estrutura e a formação das redes sociais na academia brasileira dos estudos publicados sobre o tema do CPC sob a óptica da SPELL entre 2009 e 2023. Para esse fim, recorreu-se às técnicas de investigação da ARS (sociometria), especialmente às análises de redes sociais de um modo e de dois modos em 300 trabalhos científicos detectados.

Os principais resultados mostram que os períodos mais produtivos, ou seja, os anos que mais os autores publicaram estudos sobre o tema CPC no Brasil foram 2014, 2015, 2013, 2018 e 2016. No que toca aos autores, os que ficaram com maior centralidade de grau e de intermediação foram Alfredo Sarlo Neto, Bruno Meirelles Salotti, Cláudia Ferreira da Cruz, Deyvison de Lima Oliveira, Donizete Reina, José Augusto Veiga da Costa Marques, Maísa de Souza Ribeiro, Ricardo Luiz Menezes da Silva, Roberto Carlos Klann, Sirlei Lemes e Vera Maria Rodrigues Ponte.

No que tange às revistas científicas, as mais usadas pelos autores para divulgar seus respectivos achados e contribuições foram Pensar, RC&C, Contexto, RMC, SCG, RCCC, RUC, RCC e RACE. Em referências às IES, as que conseguiram ficar em destaque no que se refere às centralidades local e global foram USP, UFRJ, FURB, UFPB, UFC, UFES, UFSC, UFMG, PUC-SP, UFPR, FUCAPE e UFF.

A investigação das redes de colaboração demonstrou a existência de redes de coautoria consolidadas, bem como das redes sociais das instituições que pesquisam sobre o tema do CPC, impactando e cooperando para um número de publicações sobre o citado tema na literatura científica brasileira sob a perspectiva dos periódicos indexados no SPELL.

Todavia, faz-se necessário insistir que as redes sociais dos autores e das IES foram calculadas com baixa densidade, e tal aferição impacta diretamente na fluência da corrente de informações e saberes científicos do tema do CPC no Brasil, visto que as redes de coautoria e as redes sociais das IES são preponderantes para a divulgação, proliferação e socialização da ciência, que, nesse caso, atrela-se ao tema acadêmico do CPC.

Evidencia-se que uma densidade de rede social baixa contribui para que a mencionada rede vislumbre lacunas em sua estrutura, o que faz surgir laços frágeis, influenciando em uma má distribuição de informações e conhecimentos entre os pesquisadores, o que pode impactar em seus grupos de pesquisa e, com isso, ir ao encontro das conexões e da harmonia entre os atores da rede social. Em outros termos, baixa coesão interna prejudica o fluxo de informações e de saberes acadêmicos dos pesquisadores e de suas respectivas IES originárias.

No que concerne às redes sociais das palavras-chave, as mais centrais foram “evidenciação”, “disclosure”, “valor justo”, “CPC 29”, “divulgação”, “ativos biológicos”, “contabilidade”, “ativos intangíveis”, “IFRS”, “normas internacionais de contabilidade”, “governança corporativa”, “passivos contingentes”, “notas explicativas”, “ativo imobilizado”, “convergência contábil”, “evidenciação contábil”, “provisões”, “CPC 22”, “escolhas contábeis”, “propriedades para investimento”, “gerenciamento de resultados”, “ajuste a valor presente” e “value relevance”.

Em referência aos temas mais centrais, em outras palavras, os assuntos mais publicados pelos autores desta pesquisa foram CPC 1, CPC 29, CPC 4, CPC 25, CPC 7, CPC 6, CPC 22, CPC 27, CPC 26, CPC 28, CPC 12, IFRS, CPC 40, ensino superior, CPC 10, CPC 15, CPC 47, CPC PME, CPC 3 e CPC 32.

A agenda de estudo científico desta pesquisa acadêmica focou em contribuir no sentido de analisar o estado da arte da formação e das estruturas das redes sociais de um modo e de dois modos dos atores implicados na atividade de criação do saber acadêmico a respeito do assunto principal desta investigação no cenário científico do Brasil, sob a perspectiva dos periódicos científicos vinculados na biblioteca eletrônica SPELL, pretendendo dirimir gaps e pavimentar caminhos para maior alargamento, robustecimento e cognição do referenciado e realçado tema do CPC na literatura científica do Brasil, o que contribui, por consequência, para o aperfeiçoamento do seu debate, sua divulgação, sua disseminação e sua socialização, como assunto preponderante e prestigiado nas Ciências Contábeis no cenário literário acadêmico do Brasil.

A contribuição deste trabalho acadêmico esteve em prover uma investigação das redes sociais de um modo e de dois modos, abrangendo e enfatizando suas particularidades e a sua atuação na literatura científica da temática do CPC no Brasil de 2009 a 2023, sob a óptica do banco de dados eletrônico SPELL, pois, reiterando, os trabalhos acadêmicos anteriormente publicados (Nascimento et al., 2022; Ribeiro, 2018), sobre o mencionado assunto na academia do Brasil, ampararam relativamente poucas pesquisas e, consequentemente, um número mitigado de revistas acadêmicas, bem como esses estudos enfatizaram somente a área do conhecimento da Contabilidade.

A relevância dos resultados deste estudo científico se encontra nas descobertas dos principais atores (autores, universidades, periódicos) que condicionam e organizam o desenvolvimento do conhecimento científico sobre o assunto objeto de análise, bem como as palavras-chave mais utilizadas nos respectivos estudos dos autores e, por conseguinte, as temáticas mais abordadas por esses pesquisadores. Isso com o intuito de entender e compreender como o saber acadêmico é verdadeiramente gerado, divulgado, disseminado e socializado, à luz das revistas científicas indexadas na SPELL, acarretando assim o surgimento e posterior proliferação de futuros trabalhos acadêmicos, o que propicia o amadurecimento e, por consequência, a consolidação e a legitimação do tema do CPC no cenário científico do Brasil.

Em síntese, explica-se que as características dos estudos sobre o tema do CPC desta pesquisa colocou em enfoque o perfil dos atores (pesquisadores, IES, periódicos) envolvidos no processo de construção do conhecimento científico acerca desse tema no Brasil. Com relação ao comportamento, este estudo enfatizou a atuação do CPC na academia do Brasil ano a ano por meio das divulgações dos autores, além do desempenho das palavras-chave e dos temas publicados pelos pesquisadores nos 300 artigos identificados nesta pesquisa.

As inferências científicas deste estudo científico está em seus achados de análise, que se concretizaram na investigação da produção das pesquisas científicas contemporâneas evidenciadas nas revistas acadêmicas identificadas na base de dados SPELL, bem como na identificação das particularidades e na conduta das estruturas e das formações das redes sociais de um modo e de dois modos dos atores implicados no processo de construção do saber acadêmico, bem como em manifestar tendências futuras de trabalhos acadêmicos sobre o tema CPC na academia Brasil. Quanto aos encadeamentos práticos, este trabalho científico pode servir como referência para organizações e reguladores das normas contábeis no Brasil, conduzindo na implementação dos pronunciamentos contábeis nas empresas.

Pesquisas como esta, que enfatizam a produção cientifica e as redes de colaboração dos atores envolvidos no processo de construção do saber científico do tema do CPC, são necessárias para melhorar o entendimento e compreensão de estudiosos já consolidados da área e/ou de pesquisadores novatos que ainda procuram e almejam um caminho para efetivamente criar estudos e, por conseguinte, conhecimentos sobre essa temática no Brasil.

Dessarte, esta pesquisa contribui para alavancar a produção acadêmica do tema do CPC no Brasil, por meio de futuros estudos que possam vir a ser gerados por meio de grupos de pesquisa, impactando diretamente no fomento das densidades das redes sociais dos autores e de suas respectivas IES nativas, e, concomitantemente, na otimização do fluxo informacional e de conhecimento acerca desse assunto na academia brasileira.

Reitera-se que o processo de construção do saber científico é preponderante, sobretudo no que se refere ao comportamento de parcerias dos pesquisadores, porém não somente em seus respectivos grupos de estudo de seus programas de pós-graduação stricto sensu, mas também enfocando outros grupos de pesquisas, em outros termos, abrindo a rede de colaboração das instituições e dos autores com outras IES, e, logo, com outros estudiosos. Isso coopera para o alargamento e robustecimento da produção científica de qualidade da temática do CPC no Brasil.

Como limitação, este estudo se voltou ao levantamento das pesquisas na SPELL. Em sequência, sugere-se, para trabalhos científicos futuros, pesquisas de mesma natureza, otimizando a busca em outros bancos de dados, como Web of Science, Scopus, EBSCO, Science Direct, Proquest, entre outros; replicar metodologicamente esta pesquisa, sob a perspectiva dos congressos, eventos científicos mais importantes do Brasil, como, por exemplo, o Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD) e o Congresso USP de Contabilidade e Controladoria; fazer uma revisão sistemática da literatura sobre os temas abordados, sobretudo os que ficaram em relevo na Figura 9; aperfeiçoar as análises dos indicadores de ARS.

Recomenda-se também elencar as International Accounting Standards que sustentam os CPCs e suas respectivas interações com os estudos científicos no Brasil; evidenciar as metodologias utilizadas pelos trabalhos acadêmicos divulgados sobre o tema do CPC no Brasil; investigar a formação e as estruturas das redes de colaboração brasileira sobre o tema das IFRS; e analisar o tema do CPC na prática, utilizando-se para isso de métodos próprios para tal fim.

Referências

Autor notes

^a Autor de correspondencia: hcmribeiro@gmail.com

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