Resumo
O estudo examina a Matrícula de Tributos como elemento de contabilização tributária asteca, dentro da dimensão da Nova História da Contabilidade (NHC), com abordagem de pesquisa na História da Cultura Material. A pesquisa classifica-se como histórica qualitativa, com procedimentos de análise bibliográfica e documental, utilizando documentos primários como a Matrícula de Tributos e o Códice Mendoza. Identificou-se que a Matrícula de Tributos foi um objeto material criado para impor uma ordem tributária incontestável, refletidora do poder divino e hereditário de Montezuma. Esse objeto serviu para a criação, pelos hispânicos, do Códice Mendoza, que seria utilizado para apresentar as principais características da sociedade asteca ao imperador espanhol. A análise da Matrícula de Tributos e do Códice Mendoza permitiu identificar os inter-relacionamentos entre culturas, destacando a Matrícula como elemento tradutor do poder imperial, tanto pelo aspecto arrecadatório, como hierárquico da sociedade asteca. O estudo desvendou o cenário sociopolítico que originou as práticas contábeis tributárias, não focando na técnica do registro, mas examinando a prática em que a Contabilidade estava inserida na sociedade asteca. A partir desse estudo, é possível vislumbrar a análise de outros objetos da cultura material, como os Quipus incas e os códices maias, seguindo os conceitos da NHC.
Anthônio, J. (2017). O Barroco Latino e o olhar contrafeito. Cadernos de Estudos Culturais, 4(08). Disponível em: https://desafioonline.ufms.br/index.php/cadec/article/view/3530
Barros, J. D. A. (2011). A Nova História Cultural–considerações sobre o seu universo conceitual e seus diálogos com outros campos históricos. Cadernos de História, 12(16), 38-63. https://doi.org/10.5752/P.2237-8871.2011v12n16p38
Bedoya-Salazar, C., Dreisigacker, S., Hearne, S., Franco, J., et al. (2017). Genetic diversity and population structure of native maize populations in Latin America and the Caribbean. Plos one, 12(4), 1-21, San Francisco, USA. Disponível em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0173488
Berdan, F. F. (1976). La organización del tributo en el imperio azteca. Estudios de cultura náhuatl, 12, 185-195. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=3833579
Berdan, F., & Anawalt, P. R. (1997). The Essential Codex Mendoza. Univ of California Press. https://doi.org/10.1017/S0956536100001528
Biblioteca Digital Mundial. (2019, junho). Rolo de tributos. Disponível em: https://www.wdl.org/pt/item/3248/view/1/20/
Bodleian Libraries. (2019, maio). Codex Mendoza. Disponível em: https://digital.bodleian.ox.ac.uk/inquire/Discover/Search/#/?p=c+0,t+,rsrs+0,rsps+10,fa+,so+ox%3Asort%5Easc,scids+,pid+2fea788e-2aa2-4f08-b6d9-648c00486220,vi+17620bf5-967a-4b46-a33b-da1e4bb51fa8
Burke, P. (1992). A nova história, seu passado e seu futuro. A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: UNESP. Disponível em: http://etnohistoria.fflch.usp.br/sites/etnohistoria.fflch.usp.br/files/Burke_Nova_Historia.pdf
Burke, P. (1997). A escola dos Annales (1929-1989). São Paulo: UNESP.
Burke, P. (2005). O que é história cultural? Rio de Janeiro: Zahar.
Campos, F, & Claro, R. (2013). Oficina de História, 1.ed. São Paulo: Leya.
Carmona, S. Ezzamel, M. & Gutiérrez, F. (2004). Traditional and New Accounting History Perspectives. DE COMPUTIS Revista Española de Historia de la Contabilidad, 1(1), 24-53. http://dx.doi.org/10.26784/issn.1886-1881.v1i1.239
Chartier, R. (1995). Cultura popular: revisitando um conceito historiográfico. Revista Estudos Históricos, 8(16), 179-192. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php /reh/article/view/2005
Chartier, R. (2010). Escutar os mortos com os olhos. Estudos avançados, 24(69), 6-30. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142010000200002&script=sci_arttext
Cuervo, A. C. (2015). Organización política y expansión militar en el Imperio Azteca. Grado en Historia, Facultad de Filosofíay Letras, Universidad de Valladolid. Disponível em: https://uvadoc.uva.es/handle/10324/16470
Esteve, E. H. (1997). História da contabilidade: passado rumo ao futuro. Revista de Contabilidade e Comércio, Figueira da Foz, Portugal, 55(216). Disponível em: http://www.apotec.pt/fo%ADtos/editor2/HISTORIADACONTABILIDADE.pdf
Fagundes, N. J. (2007). Origem do Homo sapiens e sua chegada às Américas: uma contribuição da antropologia molecular. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências. Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/10960
Flores, C. T. (2012). Historia activa de Mexico. México DF: Editorial Progreso.
Gomes, D. (2008). The interplay of conceptions of accounting and schools of thought in accounting history. Accounting History, [S.L], 13(4), 479-509. https://doi.org/10.1177/1032373208095480
Guarinello, N. L. (2003). Uma morfologia da História: as formas da História Antiga. Politeia, 3(1), 41-62. Disponível em: https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/2454203/mod_resource/content/1/Guarinello%202003%20-%20Uma%20morfologia%20da%20 História.pdf
Hodge, M. G. (1998). Archaeological Views of Aztec Culture. Journal of Archaeological Research, 6(3), 197-238. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1023/A:1022876304931
Huerta, A., & Berthier, E. (2004). Matrícula de tributos: un análisis. Antropología. Boletín Oficial del Instituto Nacional de Antropología e Historia, 73, 70-83. Disponível em: https://www.revistas.inah.gob.mx/index.php/antropologia/article/view/3002
Hunt, L. (1992). A nova história cultural. Tradução de Jefferson Luís Camargo. Revista de História, 133, 147-151. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.v0i133p147-151
Iglésias, F. (1992). Encontro de duas culturas: América e Europa. Estudos avançados, 6(14), 23-37. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010340141992000100003&script=sci_arttext
Kenney, K. (2015). Ancient Aztecs (Ancient Civilizations). Minesot: Essential Library.
Maia, A. M. R. Costa, E., Padilha, M. I., & Borenstein, M. S. (2011). Pesquisa Histórica: possibilidades teóricas, filosóficas e metodológicas para análise de fontes documentais. Revista Eletrônica Here, 2(1), 137-149. Disponível em: https://www.ets.ufpb.br/pdf/2013/2%20Metodos%20quantitat%20e%20qualitat%20-%20IFES/Livros%20de%20Metodologia/PESQUISA%20HISTÓRICA%20-%20POSSIBILIDADES%20TEÓRICAS,%20FILOSÓFICAS%20E%20METODOLÓGICAS%20PARA%20ANÁLISE%20DE%20FONTES%20DOCUMENTAIS.pdf
Martín, F. Q. (2006). Historia de la Contabilidad: Una revisión de las Perspectivas Tradicionales y Críticas de Historiografía Contable. Revista Facultad de Ciencias Económicas - Investigación y Reflexión, Colômbia, 14(1), 187-202. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/909/90900110.pdf
Martins, E. H. G. (2017, agosto). Conquistas mexicas, conquistas castelhanas: a construção de uma crônica castelhana alternada com textos pictoglíficos indígenas na seção histórica do códice Mendoza. Anais – I Congresso de América Colonial – Historiografia, Acervos e Documentos Laboratório de Estudos Americanos – LEA. Campinas. Disponível em: http://paineira.usp.br/cema/images/ProducaoCEMA/EduardoHenriqueGorobetsMartins/Conquistasmexicasconquistascastelhanasaconstrucaodeumacronicacastelhana.pdf
Marty, L. (2006). Ancient Aztecs. Lorenz Educational Press, Dayton, OH. Disponível em: https://etd.ohiolink.edu/pg_10?0::NO:10:P10_ACCESSION_NUM:ucin1243014144
Melo, J. J. P. (2013). O império asteca e as escolas para a formação de guerreiros e sacerdotes. Série-Estudos-Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB, 23. Disponível em: https://serie-estudos.ucdb.br/serie-estudos/article/view/268
Miller, P. (1994). Accounting as a Social and Institutional Practice: An Introduction, in A. Hopwood & P. Miller (eds.), Accounting as Social and Institutional Practice (pp. 1-39), Cambridge: University Press.
Morais, I. M. B. (2006). A história vista de baixo: a visão Asteca da conquista Espanhola. Ameríndia-História, cultura e outros combates, 2(1), 12. Disponível em: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/13915
Núñez, J. C. (1968). En Códices Mexicanos. Notas y comentários basados em Francisco A. Lorenzana y Códice Mendocino. Edición fac-similar. México DF: FCE.
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE (2019). Revenue Statistics in Latin America and the Caribbean 2019. Recuperado de: https://www.oecd.org/tax/tax-policy/revenue-statistics-in-latin-america-and-the-caribbean-24104736.htm
Padilha, M. I. C., & Borenstein, M. S. (2005). O método de pesquisa histórica na enfermagem. Texto & Contexto Enfermagem, 14(4). Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/714/71414415.pdf
Pedroza, J. J. C. (1998). Historia activa de México. México DF: Editorial Progreso.
Petroni, M. C. A. (2004). Pensando as sociedades pré-hispânicas. Um estudo sobre a sociedade mexica e a conquista espanhola. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, 14, 259-276. https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2004.89671
Portilla, M. L. (2003). Visión de los vencidos. Universidad Nacional Autónoma de México, México.
Prown, J. D. (1982). Mind in matter: An introduction to material culture theory and method. Winterthur portfolio, 17(1), 1-19. Disponível em: https://www.journals.uchicago.edu/doi/abs/10.1086/496065?journalCode=wp
Rede, M. (1996). História a partir das coisas: tendências recentes nos estudos de cultura material. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, 4(1), 265-282. https://doi.org/10.1590/S0101-47141996000100018
Rojas, J. L. (1995). Los libros pictográricos de tributos: Códice Mendoza y Matrícula de Tributos. Universidad Complutense de Madrid, Madrid. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=121002
Rojas, J. L., & Batalla, J. J. (2008). Los números ocultos del Códice Mendoza y la Matrícula de Tributos/The hidden numbers of the Codex Mendoza and the Matrícula de Tributos. Revista Española de Antropología Americana, 38(2), 199-206. Disponível em: https://revistas.ucm.es/index.php/REAA/article/view/REAA0808220199A
Ronco, A. P., & Martorelli, B. C. P. (2008). A Educação através dos Códices Astecas. Semioses, 2(1), 118-130. Disponível em: https://silo.tips/download/a-educaao-atraves-dos-codices-astecas
Rosado, J. J. B. (2007a). The Scribes who Painted the Matrícula de Tributos and the Codex Mendoza. Ancient Mesoamerica, 18(1), 31-51. https://doi.org/10.1017/S0956536107000077
Rosado, J. J. B. (2007b). “Matrícula de tributos” y “Códice Mendoza”: la autoría de un mismo “maestro de pintores” para los folios 6-R a 11-V del primero y la totalidad del segundo. In: Anales del Museo de América. Subdirección General de Documentación y Publicaciones, 9-20. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2570721
Salazar, P. A., & López, O. R. (2015). La luz en la cultura Azteca-Mexica. Ingenierías, 18(8). Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5247957
Santos, A. M. (2013). A diferença na reescrita da violência colonial. Interdisciplinar-Revista de Estudos em Língua e Literatura, 13, 73-80. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/interdisciplinar/article/view/1164
Silva, A. C. R. (2010). Metodologia da Pesquisa aplicada à Contabilidade, 3a ed. São Paulo: Atlas.
Smith, M. E. (2015). The Aztec Empire. In A. Monson & W. Scheidel (eds.). Fiscal regimes and the political economy of premodern states. Cambridge University Press.
Smith, M. E., & Hicks, F. (2016). Inequality and Social Class in Aztec Society (pp. 423-436). The Oxford Handbook of the Aztecs.
Soustelle, J. (2002). A civilização asteca. Rio de Janeiro: Zahar.
Tarlton Law Library (2018, novembro). Aztec and Maya Law. Aztec Commercial and Tax Law. Recuperado de: http://tarlton.law.utexas.edu/aztec-and-maya-law/aztec-commercial-and-tax-law.
Tello, F. M. (2012). El desastre de la documentación indígena durante la invasión-conquista española en Mesoamérica. LIS Critique (Library and Information Science Critique): Journal of the Sciences of Information Recorded in Documents (Crítica Bibliotecológica: Revista de las Ciencias de la Información Documental), 4(2), 20-32. Disponível em: http://eprints.rclis.org/16985/
Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM). (2019, junho). Motecuhzoma ante la conquista. Recuperado de: http://www.historicas.unam.mx/publicaciones/publicadigital/libros/historias_conquista/438a_04_04_MotecuhzomaConquista.pdf
Valle, P. (2017). La Lámina VIII del Códice de Tlatelolco. Una propuesta de lectura. Dimensión Antropológica, 2, 7-19. Disponível em: https://www.dimensionantropologica.inah.gob.mx/?p=1556

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2020 Paulo Schmidt , José Luiz dos Santos