Incidência da COVID-19 e fatores associados: uma analise segundo diagnóstico laboratorial*

Incidence of COVID-19 and Associated Factors: An Analysis According to Laboratory Diagnosis

Incidencia del COVID-19 y factores asociados: un análisis según diagnóstico de laboratorio

Laís Mara Caetano da Silva, Daiana Cristina Wickert, Aline Gomes Ilha, Catiele Piccin, Luiza Carolina Santos Malheiros, Tissiane Almeida Santos, Barbara Iansã de Lima Barroso, Ana Cristina de Oliveira e Silva

Incidência da COVID-19 e fatores associados: uma analise segundo diagnóstico laboratorial*

Investigación en Enfermería: Imagen y Desarrollo, vol. 24, 2022

Pontificia Universidad Javeriana

Laís Mara Caetano da Silva

Universidade Federal de Santa Maria, Brasil


Daiana Cristina Wickert a

Universidade Federal de Santa Maria, Brasil


Aline Gomes Ilha

Universidade Federal de Santa Maria, Brasil


Catiele Piccin

Universidade Federal de Santa Maria, Brasil


Luiza Carolina Santos Malheiros

Universidade Federal de Santa Maria, Brasil


Tissiane Almeida Santos

Universidade Federal de Sergipe, Brasil


Barbara Iansã de Lima Barroso

Universidade Federal da Paraíba, Brasil


Ana Cristina de Oliveira e Silva

Universidade Federal da Paraíba, Brasil


Recepção: 21 Julho 2021

Aprovação: 20 Abril 2022

Publicação: 30 Agosto 2022

Resumo: Introdução: o rastreamento de casos através dos testes para detecção da COVID-19 é indispensável para controlar/retardar a propagação da doença. Objetivo: identificar a incidência da COVID-19 segundo positividade dos testes rápidos e os fatores associados na população do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Método: estudo transversal, desenvolvido com 121.622 indivíduos notificados e residentes no estado do Rio Grande do Sul, de março a junho de 2020, a partir de dados de domínio público. Para a análise considerou-se como desfecho a positividade para os testes rápidos da COVID-19. Análises bivariadas foram realizadas para identificar associação entre a positividade dos testes rápidos com variáveis demográficas, clínicas e tempo transcorrido entre início dos sintomas e realização dos testes. Além disso, foram também calculadas odds ratio, e seus respectivos intervalos de confiança ao nível de 95 %, e p-valor apresentado a partir do método de Wald. Resultados: predomínio de indivíduos do sexo masculino, 51 %, na faixa etária de 20 a 39 anos, 46,4 % e profissionais de saúde, 99,9 %. No que se refere ao tempo transcorrido entre o início dos sinais e sintomas clínicos e o diagnóstico, observa-se que 61,7 % indivíduos que fizeram os testes com até 9 dias de início de sintomas apresentaram um resultado positivo. Sexo, faixa etária e tempo para a realização do teste foram associadas a positividade para o teste rápido da COVID-19. Conclusão: é importante minimizar os resultados de teste falso-positivos escolhendo um ensaio com alta especificidade e testando populações e indivíduos no período oportuno.

Palavras-chave:pandemias, infecções por coronavirus, epidemiologia, saúde do trabalhador.

Abstract: Introduction: case tracking through COVID-19 screening tests is indispensable to control/delay the spread of the disease. Objective: to identify the incidence of COVID-19 through the positivity of rapid tests and associated factors in the population of the state of Rio Grande do Sul, Brazil. Methods: cross-sectional study, developed with 121,622 individuals notified and residing in the state of Rio Grande do Sul, from March to June 2020, from public domain data. For the analysis, positive results in COVID-19 rapid tests were considered. Bivariate analyses were performed to identify the association between the positive result in the rapid tests and demographic and clinical variables and the time elapsed between the onset of symptoms and the performance of the test. Likewise, odds ratios and their respective confidence intervals were calculated at the 95% level, and the p-value presented through the Wald method. Results: predominance of male individuals, 51%; in the age range of 20 to 39 years, 46,4%; and health professionals, 99,9%. Regarding the time elapsed between the onset of clinical signs and symptoms and diagnosis, 61,7% of the individuals who were tested up to 9 days after the onset of symptoms had a positive result. Sex, age group and time to test were associated with a positive result for the COVID-19 rapid test. Conclusion: it is important to minimize false-positive test results by choosing an assay with high specificity and testing populations and individuals in a timely manner.

Keywords: pandemics, coronavirus infection, epidemiology, worker health.

Resumen: Introducción: el rastreo de casos a través de pruebas de detección de COVID-19 es indispensable para controlar/retardar la propagación de la enfermedad. Objetivo: identificar la incidencia del COVID-19 por medio de la positividad de las pruebas rápidas y factores asociados en la población del estado de Rio Grande del Sur, Brasil. Método: estudio transversal, desarrollado con 121.622 individuos notificados y residentes en el estado de Rio Grande del Sur, de marzo a junio de 2020, a partir de datos de dominio público. Para el análisis se consideraron los resultados positivos en las pruebas rápidas de COVID-19. Se realizaron análisis bivariados para identificar la asociación entre el resultado positivo en las pruebas rápidas y variables demográficas, clínicas y tiempo transcurrido entre el inicio de los síntomas y la realización de la prueba. Igualmente, se calcularon razones de probabilidad y sus respectivos intervalos de confianza a nivel de 95%, y el p-valor presentado a través del método de Wald. Resultados: predominio de individuos de sexo masculino, 51%; en la franja etaria de 20 a 39 años, 46,4%; y profesionales de la salud, 99,9 %. En lo que se refiere al tiempo transcurrido entre el comienzo de señales y síntomas clínicos y el diagnóstico, se observa que 61,7 % de los individuos que se practicaron la prueba con hasta 9 días del inicio de los síntomas presentaron un resultado positivo. Sexo, grupo etario y tiempo para la realización de la prueba se asociaron al resultado positivo para la prueba rápida de COVID-19. Conclusión: es importante minimizar los resultados de la prueba falso-positivos eligiendo un ensayo con alta especificidad y analizando poblaciones e individuos en el período oportuno.

Palabras clave: pandemias, infección por coronavirus, epidemiología, salud del trabajador.

Introdução

O impacto global da COVID-19 é imensurável, principalmente pelas repercussões negativas à saúde da população mundial. Até junho de 2021, cerca de 177 milhões de casos de infecção por SARS-CoV-2 foram confirmados em todo o mundo, com aproximadamente 3.825 milhões de mortes registradas. Os Estados Unidos da América lideram o ranking mundial do país com maior número absoluto de óbitos (602.465), seguido do Brasil (504.717) e da Índia (390.660) (1).

No Brasil, até junho de 2021, foram notificados 18.054.653 casos confirmados e 504.717 mortes associadas à COVID-19. A região Sul apresenta o maior coeficiente de incidência (11.516,3/100 mil hab.) e o terceiro maior coeficiente de mortalidade (257,5 óbitos/100 mil hab.). Dentre os estados do Sul, Santa Catarina apresenta a maior incidência (14.405,6 casos/100 mil hab.) e o Rio Grande do Sul (RS) a maior mortalidade (269,0 óbitos/100 mil hab.) (2). O RS, até a última semana do mês de junho, teve 1.189.262 casos confirmados com incidência de 10.453,0/100 mil hab., a menor entre os estados da região Sul. No entanto, teve o maior número de óbitos, totalizando 30.605 (3).

A epidemia da COVID-19 tem se comportado de modo diferente nos países e, no Brasil, pode-se afirmar que cada estado está vivenciando momentos díspares da pandemia. No entanto, independente da fase que cada estado se encontra, faz-se necessário controlar/retardar a propagação da doença e minimizar os impactos negativos, como o aumento da mortalidade e a crise no quadro social e econômico. Desse modo, o rastreamento de casos através de testagem é indispensável (4).

Embora o diagnóstico, através do exame de Polymerase Chain Reaction (RT-PCR), de pacientes na fase aguda da doença seja eficiente e específico, são necessárias ferramentas sorológicas para investigar as respostas dos anticorpos e a avaliação da imunidade individual (5). No entanto, no Brasil, a oferta dos testes é limitada em muitas áreas geográficas, o que ocasiona uma subnotificação no número real de casos. Desse modo, os casos da COVID-19 podem ser maiores do que os números de casos confirmados.

Além disso, na maioria dos casos confirmados, os pacientes são sintomáticos, os quais apresentam febre, tosse seca e pneumonia, e muitas vezes sintomas atípicos, como manifestações gastrointestinais, anosmia e ageusia (4,6). No entanto, o SARS-CoV-2 também foi detectado em indivíduos assintomáticos, o que dificulta o rastreamento de casos e consequentemente, o controle da epidemia, devido às evidências da ocorrência de transmissão viral entre os assintomáticos (7).

Do ponto de vista epidemiológico, o conhecimento sobre a incidência segundo positividade dos testes, as características sociodemográficas e clínicas dos indivíduos infectados e de outras variáveis que permeiam o rastreamento dos casos da COVID-19 são fundamentais para delimitar estratégias de controle da pandemia e pós-pandemia (8).

Neste contexto, o estudo tem como objetivo identificar a incidência da COVID-19 segundo positividade dos testes rápidos e os fatores associados na população do estado do Rio Grande do Sul, Brasil.

Método

Estudo transversal, retrospectivo desenvolvido com dados públicos dos casos da COVID-19 em indivíduos notificados e residentes no estado do RS no período de março a junho de 2020. Foram consideradas as informações disponíveis online no portal de transparência pública do estado sobre a evolução da doença, no seguinte endereço eletrônico https://covid.saude.gov.br/. As informações foram coletadas no mês de julho de 2020.

A partir das informações coletadas, foram excluídas as variáveis que estivessem com percentual de informações incompletas (dados ignorados ou em branco) acima de 20 %. Em relação à presença de informações incompletas, é possível classificar a qualidade do banco de dados da seguinte forma: Considera-se um banco de dados ótimo quando há menos de 5 % de informações incompletas, bom de 5 % a 10 %, regular de 10 % a 20 %, ruim de 20 % a 50 % e muito ruim de 50 % ou mais. Após a exclusão dos dados incompletos a amostra final considerada foi de 121.622 indivíduos.

Os dados foram organizados em um banco no programa Microsoft Office Excel®, tabulados e analisados no software IBM® SPSS, versão 20.0. Para a análise dos dados considerou-se a o resultado do teste rápido da COVID-19 como variável de desfecho do tipo dicotômica (positivo = 1; negativo = 0), pois representa importante medida de rastreamento. As variáveis independentes foram sexo, faixa etária, tempo transcorrido entre início dos sintomas e realização do teste e sinais e sintomas clínicos. De modo a analisar quais fatores são importantes para explicar a chance de ocorrência do desfecho, foi considerado o ajuste um modelo de regressão logística, considerando um nível de confiança de 95 % para a geração de estimativas. Este ajuste permite que sejam geradas estimativas de razões de chances (odds ratio). Após o ajuste, foram consideradas como estatisticamente significantes as variáveis que apresentaram p-valor, relacionado à suas respectivas estimativas, menor que 0,05 através do teste Qui-quadrado de Pearson.

A pesquisa foi desenvolvida com a utilização de dados públicos, o que conforme a resolução a Resolução n°. 510, de 07 de abril de 2016, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde do Brasil isenta os pesquisadores de submete-la ao Comitê de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde, devido ao fato de ter utilizado dados secundários de plataforma de domínio público com acesso gratuito, além de estar de acordo com a Declaração de Helsinque.

Resultados

Serão apresentados resultados referentes ao primeiro semestre da pandemia no Rio Grande do Sul, sabe-se que a pandemia da COVID-19 se comporta de modo diferente com o passar do tempo e que os resultados apresentados não refletem a realidade que atualmente vivemos, no entanto sabe-se da importância em investigar e analisar todas as fases da pandemia em seus diferentes contextos e sob diferentes perspectivas.

Quanto à incidência da COVID-19 segundo positividade para o teste de antígeno e anticorpo, observou-se que, do total de 121.622 indivíduos testados, 17.585 tiveram resultado reagente (positivo), o que representa uma incidência de 14,5 % (IC 95 %).

Os dados relacionados ao sexo, faixa etária, sintomas clínicos e rastreamento dos indivíduos submetidos a teste para diagnóstico da COVID-19 no estado do Rio Grande do Sul estão dispostos na Tabela 1.

Tabela 1
Características sociodemográficas, clínicas e de rastreamento dos indivíduos submetidos a teste para diagnóstico da COVID-19 no estado do Rio Grande do Sul, 2020.
Características sociodemográficas, clínicas e de rastreamento dos indivíduos submetidos a teste para diagnóstico da COVID-19 no estado do Rio Grande do Sul, 2020.






Nota: Considerando que um indivíduo poderia apresentar mais de um sintoma, a soma das frequências é superior ao total. Percentuais obtidos com base em 121.622 pacientes com informação sobre os sintomas.


Fonte: Elaboração própria

Quanto à positividade para os testes rápidos, observou-se predomínio de indivíduos do sexo masculino, 8.976 (51 %), na faixa etária de 20 a 39 anos, 8.162 (46,4 %) e profissionais de saúde, 17.566 (99,9 %). No que se refere ao tempo transcorrido entre o início dos sinais e sintomas clínicos e o diagnóstico, observa-se que 10.856 (61,7 %) indivíduos que fizeram os testes com até 9 dias de início de sintomas apresentaram um resultado positivo.

Nas análises bivariadas entre o desfecho e demais variáveis explicativas, o resultado do teste rápido positivo para a COVID-19 esteve associado com as variáveis sexo, faixa etária e também com o tempo para realização do teste (diagnóstico), conforme mostra a Tabela 2

Tabela 2
Associação entre o teste rápido para COVID-19 e as variáveis sociodemográficas e período de início dos sintomas até a realização do teste da população do Rio Grande do Sul, 2020
Associação entre o teste rápido para COVID-19 e as variáveis sociodemográficas e período de início dos sintomas até a realização do teste da população do Rio Grande do Sul, 2020











Nota: IC: intervalo de confiança; (*) Associação significativa ao nível de 5,0 %. (1) Através do teste Qui-quadrado de Pearson.


Fonte: Elaboração própria

Na regressão logística, conforme mostra a tabela 3, observa-se que todas as variáveis permaneceram estatisticamente associadas com o teste positivo para a COVID-19.

Tabela 3
Associação entre as características sociodemográficas e o tempo transcorrido entre o início dos sintomas e o teste positivo para COVID-19 da população do Rio Grande do Sul, 2020
Associação entre as características sociodemográficas e o tempo transcorrido entre o início dos sintomas e o teste positivo para COVID-19 da população do Rio Grande do Sul, 2020

Nota: (*) Estatisticamente significativa a 5,0 %


Fonte: Elaboração própria

Ademais, ser do sexo masculino (OR: 1,05; IC 95 %: 1,02-1,07), na faixa etária de 80 anos ou mais (OR: 1,54; IC 95 %: 1,39-1,72) e ter realizado o teste com 15 dias ou mais após o início dos sintomas (OR: 2,32; IC 95 %: 2,18-2,46) aumentaram as chances para apresentar um resultado positivo para a COVID-19.

Discussão

Os resultados demonstram uma incidência da COVID-19 de 14,5 % na população do Rio Grande do Sul, Brasil. Este dado condiz com outros estudos de incidência da COVID-19 na população brasileira. Neste estudo, a positividade do teste rápido para a COVID-19 apresentou associação com pessoas do sexo masculino e ter idade acima de 60 anos. Dados indicam que a COVID19 pode ser um risco particular para pessoas idosas, particularmente aquelas com multimorbidades. Essas morbidades coexistentes podem favorecer outras patologias graves, podendo levar o idoso a óbito, em especial homens idosos com doenças crônicas que tem seu sistema imunológico mais frágil (9-10). Relatórios de infecções pelo vírus indicam que tanto os idosos da comunidade quanto os que residem em instituições de longa permanência e outros ambientes de convivência estão em alto risco (11).

As evidencias mostram que os sintomas característicos para a COVID-19 apresentados nos resultados mostram que a febre e tosse estiveram presentes nos casos reagentes, apesar da maioria ter apresentado um resultado negativo (85,5 %). Os achados vão de encontro com a literatura, onde os pacientes infectados apresentam febre, fadiga, tosse seca e, posteriormente surgem gradualmente dispneia, e outros pacientes podem desenvolver a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) (12).

Um aspecto importante nesta pesquisa refere-se à quantidade de casos negativos, qualquer declínio no desempenho do diagnóstico provavelmente terá consequências graves, seja por fornecer uma falsa garantia aos casos infectados, seja pelo diagnóstico excessivo de indivíduos com doença negativa. É importante minimizar os resultados de teste falso-positivos escolhendo um ensaio com alta especificidade e testando populações e indivíduos no período oportuno.

O tempo desde o início dos sintomas até o diagnóstico positivo foi de aproximadamente 22 dias nos indivíduos de ambos os sexos. Esses resultados diferem dos resultados apresentados em outros estudos desenvolvidos na China (12-15) onde o tempo de início dos sintomas e diagnóstico foi menor que 22 dias. Os anticorpos tornam-se mais comumente detectáveis à medida que passam as semanas após o início dos sintomas, ideal de uma a três semanas, momento em que as evidências sugerem que a infecciosidade provavelmente está muito diminuída e que algum grau de imunidade se desenvolveu. No entanto, dados adicionais são necessários com base em resultados de testes sorológicos, incluindo as medidas não farmacológicas (15).

Ao contrário dos métodos de detecção direta ou testes de detecção de antígenos que podem detectar pessoas infectadas agudamente, os testes de anticorpos ajudam a determinar se o indivíduo que está sendo testado foi previamente infectado, mesmo que essa pessoa nunca tenha apresentado sintomas. Portanto, os ensaios sorológicos normalmente não substituem os métodos de detecção direta como a principal ferramenta para diagnosticar uma infecção ativa por SARS-CoV-2, mas eles têm várias aplicações importantes no monitoramento e resposta à pandemia da COVID-19 (5).

Esses dados ressaltam aspectos primordiais quanto ao rastreamento da COVID-19: o tempo oportuno para a realização dos testes, os possíveis resultados falsos negativos diante da quantidade de indivíduos testados. Supõe-se que muitos casos foram subnotificados, estudos mostram que um em cada dez casos positivos seja notificado (16-17). Embora não se recomenda o resultado dos testes para determinar se um indivíduo está imune, esses testes podem ajudar a determinar a proporção de uma população previamente infectada com SARS-CoV-2 e, fornecer informações sobre as populações que podem estar imunes e potencialmente protegidas, pelo menos temporariamente.

Limitações

Quanto às limitações do presente estudo, considera-se a incompletude dos registros sobre a testagem para COVID-19 nos sistemas de informações públicas de saúde do RS. Sabe-se que a informação, tanto macro como micro projetam o quadro sanitário das regiões e do país como um todo e, são capazes de subsidiar a tomada de decisão em cada uma das três esferas de governo. Nesse sentido, a completude dos indicadores de saúde é primordial para retratar com fidedignidade o cenário atual.

Conclusão

A pandemia atingiu os estados brasileiros em momentos diferentes e consequentemente as ações de prevenção e controle foram realizadas dentro da realidade de cada estado. Quanto ao rastreamento de casos, no Rio Grande do Sul, foi possível obter um perfil amostral significativo e com isso observar a importância da realização deste estudo de acordo com os resultados obtidos, levando em consideração a sua relevância na investigação de futuras estratégias de controle da COVID-19. Ademais, uma vigilância epidemiológica eficiente com recursos suficientes e disponíveis para a população é imprescindível, a qualidade das informações no sistema de dados, a oferta de testes moleculares e sorológicos de qualidade e no tempo oportuno para rastreamento e acompanhamento de casos da COVID-19 representam ações de uma vigilância epidemiológica efetiva.

Conflito de interesses

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

Agradecimentos

Agradecemos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que por meio do Programa de Demanda Social, financia bolsas de três mestrandas autoras deste manuscrito

Referências

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(3) Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande Do Sul. Painel Coronavírus RS. 2020 [acesso em: 23 jun. 2021]. Disponível em: https://ti.saude.rs.gov.br/covid19/.

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Notas

* Artigo de investigação científica

Autor notes

a Autora correspondente. Correio eletrônico: daianacristinaw@gmail.com

Informação adicional

Como citar este artigo: Caetano da Silva, L.M., Wickert, D.C., Gomes Ilha, A., Piccin, C., Santos Malheiros, L.C., Almeida Santos, T., de Lima Barroso, B.I., y de Oliveira e Silva, A.C. (2022). Incidência da COVID-19 e fatores associados: uma analise segundo diagnóstico laboratorial. Investigación En Enfermería: Imagen Y Desarrollo, 24. DOI: (https://doi.org/10.11144/Javeriana.ie24.icfa

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