Opiniões de estudantes de graduação em Enfermagem sobre condições de trabalho*

Undergraduate Nursing Students Opinions about Working Conditions

Opiniones de estudiantes de graduación en Enfermería sobre las condiciones de trabajo

Ana Luiza Ferreira Aydogdu

Opiniões de estudantes de graduação em Enfermagem sobre condições de trabalho*

Investigación en Enfermería: Imagen y Desarrollo, vol. 25, 2023

Pontificia Universidad Javeriana

Ana Luiza Ferreira Aydogdu a

Istanbul Health and Technology University, Turquía


Recepção: 24 março 2022

Aprovação: 31 março 2023

Publicação: 15 Outubro 2023

Resumo: Introdução: Temas que abordam as condições de trabalho dos profissionais de enfermagem são amplamente discutidos, pois abordam assuntos como carga horária e salários, desenvolvimento profissional e plano de carreira, saúde e segurança ocupacional, condições físicas adequadas e equipamentos suficientes, trabalho em equipe e reconhecimento profissional, e gestão e liderança, que por sua vez influenciam na satisfação profissional e na qualidade da assistência. Fatores relacionados às condições de trabalho afetam também as opiniões de estudantes de enfermagem com relação à profissão, podendo gerar dúvidas e preocupações a respeito do futuro quando enfermeiros. Objetivo: conhecer as opiniões de estudantes de graduação em enfermagem que estudam em universidades brasileiras a respeito das condições de trabalho da enfermagem no Brasil. Método: trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa. Um total de 25 de estudantes de enfermagem participaram do estudo. Resultados: quatro temas foram identificados: 1) condições de trabalho da enfermagem; 2) fatores que ajudam a superar as condições de trabalho adversas; 3) reflexões sobre o futuro na profissão; 4) sugestões para melhorar as condições de trabalho da enfermagem. Conclusão: o apoio de administradores públicos e também o suporte institucional e de líderes de enfermagem foram apontados como fatores importantes para melhorar as condições no ambiente de trabalho da enfermagem. Com a melhora das condições de trabalho dos enfermeiros, estudantes de enfermagem também se sentirão mais motivados a se dedicarem ao curso e seguirem carreira na profissão.

Palavras-chave:enfermagem, estudantes de enfermagem, gestão em saúde, local de trabalho, pesquisa qualitativa.

Abstract: Introduction: Topics addressing the working conditions of nursing professionals are widely discussed, as they cover subjects such as workload and wages, professional development and career planning, occupational health and safety, adequate physical conditions and sufficient equipment, teamwork and professional recognition, and management and leadership, which in turn influence job satisfaction and quality of care. Factors related to working conditions also affect the opinions of nursing students regarding the profession, which can generate doubts and concerns about their future as nurses. Objective: To know the opinions of undergraduate nursing students who study at Brazilian universities regarding the working conditions of nursing in Brazil. Method: This is a descriptive survey with a qualitative approach. A total of 25 nursing students participated in the study. Results: Four themes were identified: 1) nursing work conditions; 2) factors that help overcome adverse working conditions; 3) reflections on the future in the profession; 4) suggestions to improve nursing working conditions. Conclusion: The support of public administrators and also institutional and nursing leaders’ support were identified as important factors to improve conditions in the nursing work environment. With the improvement of nurses’ working conditions, nursing students will also feel more motivated to dedicate themselves to the course and pursue a career in the profession.

Keywords: nursing, students nursing, health management, workplace, qualitative research.

Resumen: Introducción: Los temas que tratan las condiciones laborales de los profesionales de enfermería son ampliamente discutidos, pues abordan asuntos como condiciones físicas adecuadas y equipamiento suficiente, trabajo en equipo y reconocimiento profesional, y gestión y liderazgo, que a su vez influyen en la satisfacción profesional y la calidad de la atención. Factores relacionados con las condiciones de trabajo también afectan las opiniones de los estudiantes de enfermería sobre la profesión, lo que puede generar dudas e inquietudes sobre el futuro como enfermeros. Objetivo: conocer las opiniones de estudiantes de graduación en enfermería que estudian en universidades brasileñas sobre las condiciones de trabajo de la enfermería en Brasil. Método: se trata de una investigación descriptiva con enfoque cualitativo. Un total de 25 estudiantes de enfermería participaron en el estudio. Resultados: se identificaron cuatro temas: 1) condiciones de trabajo de enfermería; 2) factores que ayudan a superar condiciones de trabajo adversas; 3) reflexiones sobre el futuro de la profesión; 4) sugerencias para mejorar las condiciones de trabajo de enfermería. Conclusión: el apoyo de los administradores públicos y también el apoyo institucional y de los líderes de enfermería se identificaron como factores importantes para mejorar las condiciones en el ambiente de trabajo de enfermería. Con la mejora de las condiciones de trabajo de los enfermeros, los estudiantes de enfermería también se sentirán más motivados para dedicarse al curso y seguir una carrera en la profesión.

Palabras clave: enfermería, estudiantes de enfermería, gestión em salud, lugar de trabajo, investigación cualitativa.

Introdução

Na maioria dos estudos conduzidos para avaliar as condições de trabalho da enfermagem em diferentes regiões do mundo o que se observa é uma insatisfação da classe (1-4), que há anos reivindica por cargas horárias mais flexíveis, salários mais satisfatórios, liderança mais empática e presente, além de pessoal e equipamentos suficientes para garantir a segurança de pacientes e trabalhadores. O Brasil é um desses países onde profissionais de enfermagem buscam constantemente por melhores condições de trabalho (4-5).

Em vários países a carga horária da enfermagem é excessiva e os salários não condizem com as longas horas de plantão que esses profissionais trabalham (2,4,6). A segurança do profissional de enfermagem é outro fator preocupante, pois, a situação que já era ruim ficou ainda pior com o advento da pandemia de Covid-19 (7). Profissionais de enfermagem estão constantemente expostos a perigos biológicos, químicos, mecânicos, psicossociais, ergonômicos, e físicos em seus locais de trabalho (4,8).

Falta de medicamentos, material médico, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são outros desafios que fazem parte da rotina dos profissionais de enfermagem. A falta de medicamentos, equipamentos e materiais médicos é comum em muitos hospitais brasileiros (9-10).

A liderança também é um determinante importante das condições de trabalho dos profissionais de enfermagem (11). Gestores devem incentivar os membros da equipe de enfermagem para que eles sejam educadores, líderes, pesquisadores, e cuidadores competentes. Além disso, a implementação de programas de educação continuada e o desenvolvimento de planos de carreira também são fundamentais para que os membros da equipe de enfermagem se sintam mais motivados ao exercerem suas funções (12-13).

Condições de trabalho inadequadas fazem com que profissionais de enfermagem se sintam desmotivados, insatisfeitos, trabalhem frustrados e desenvolvam intenções de abandonar a profissão, o que põe em risco a qualidade do cuidado (2,6,14). Fatos relacionados às condições de trabalho da enfermagem podem desmotivar também os estudantes de enfermagem, que podem desenvolver dúvidas com relação à escolha da profissão que desejam seguir no futuro (15-17).

Em vista do exposto, acredita-se que as opiniões dos estudantes com relação às condições de trabalho da enfermagem podem ser alteradas com o decorrer do curso e podem gerar dúvidas quanto à escolha da profissão e ao futuro profissional. Além disso, examinar as condições de trabalho da enfermagem através da perspectiva de estudantes permite trazer novas informações para a formulação de medidas que melhorem tais condições. Devido à importância do tema, o objetivo do estudo foi conhecer as opiniões de estudantes de graduação em enfermagem que estudam em universidades brasileiras a respeito das condições de trabalho da enfermagem no Brasil.

Metodologia

Desenho

Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, que foi guiado pela lista de verificação Consolidated Criteria for Reporting Qualitative Research (COREQ) (18).

Participantes

O universo do estudo foi formado por estudantes de qualquer período do curso de graduação em enfermagem de universidades brasileiras. Assim, estudantes de enfermagem de universidades brasileiras cursando qualquer período, com 18 anos ou mais, que assinalaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e que preencheram corretamente o instrumento de coleta de dados foram incluídos na pesquisa. As respostas de três estudantes foram excluídas, pois os formulários, ou foram preenchidos parcialmente, ou erroneamente.

Os participantes foram selecionados por conveniência, por meio de mensagens instantâneas enviadas através de diferentes aplicativos de mídia social para indivíduos que se identificaram como estudantes de enfermagem em seus perfis. Atentou-se para o fato de convidar possíveis participantes que estudassem em diferentes estados brasileiros e em universidades públicas e particulares. Assim, o convite para participar da pesquisa, informações gerais sobre o estudo, o TCLE e o instrumento de coleta de dados foram enviados aos possíveis participantes através de mensagens de texto em aplicativos de mídia social. Um total de 25 estudantes participaram da pesquisa.

Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada por uma enfermeira/professora assistente, com doutorado em Administração em Enfermagem, que participou de um curso sobre métodos qualitativos e já realizou outras pesquisas utilizando abordagens semelhantes. Apesar de a origem cultural da pesquisadora assemelhar-se a dos participantes do estudo, a mesma não possui qualquer vínculo com os estudantes, que foram recrutados através de mídia social, garantindo assim a autonomia dos participantes ao escolherem participar ou não da pesquisa.

A tecnologia de formulário eletrônico on-line Google Forms foi escolhida para coleta de dados por permitir abranger participantes que estudavam em diferentes regiões do Brasil. Além disso, o método utilizado foi flexível, pois não impôs restrições de horário aos participantes (19). Adicionalmente, permitiu a captura de respostas escritas espontâneas, que não foram influenciadas pela dinâmica entre o entrevistador e o entrevistado.

Da primeira parte do instrumento de coleta de dados constaram perguntas referentes aos dados pessoais dos participantes, da universidade e do curso de enfermagem, como idade, sexo, estado onde estuda, duração do curso, período que está cursando, entre outras. Da segunda parte do formulário faziam parte seis perguntas abertas relacionadas à profissão e às condições de trabalho da enfermagem, que foram baseadas na literatura científica (1,3-4,11,15-17): 1) Qual a sua opinião sobre as condições de trabalho da enfermagem (carga horária, salário, riscos ocupacionais, falta de material, trabalho em equipe, plano de carreira, treinamento em serviço, liderança)? 2) Você já pensou em desistir do seu curso devido às condições de trabalho da enfermagem? Se sim, poderia detalhar suas preocupações? 3) Para você quais serão suas vantagens quando trabalhar como enfermeiro (a)? 4) Para você quais serão suas desvantagens quando trabalhar como enfermeiro (a)? 5) Como você se imagina na profissão de enfermagem daqui a 10 anos? 6) O que deveria ser feito para melhorar as condições de trabalho dos (as) enfermeiros (as)? No final do instrumento de pesquisa, havia também espaço para que o participante pudesse expressar outras opiniões com relação ao tópico que não tivessem sido apresentadas nas respostas anteriores.

O questionário foi analisado através de dois testes pilotos. Nenhuma sugestão foi feita pelos estudantes que participaram dos testes, portanto, não foram realizadas alterações no formulário de pesquisa. Os dados desses dois estudantes não fazem parte dos resultados finais do estudo. A coleta de dados ocorreu entre os dias 15 e 30 de novembro de 2022.

A quantidade de participantes foi definida de acordo com a saturação dos dados (20). Dessa forma, os convites continuaram sendo enviados e o instrumento de coleta de dados ficou disponível até que as informações ficassem repetitivas e não fossem mais relevantes para o aprofundamento do assunto. As transcrições não puderam ser devolvidas aos participantes para comentários e/ou correções, pois os formulários eram anônimos.

Análise dos dados

A análise de conteúdo foi utilizada para analisar os dados. Através desse método, os dados são descritos e organizados de forma sistemática (20). As respostas dos 25 participantes foram lidas e relidas, analisadas quanto aos temas, às ideias principais, semelhanças e diferenças, e codificadas manualmente. Temas, subtemas e códigos foram verificados inúmeras vezes com base nos objetivos do estudo. Assim, primeiro a pesquisadora familiarizou-se com os dados, e códigos iniciais foram gerados e agrupados em temas. Mais tarde os dados foram revisados através de leituras repetidas das respostas dos estudantes, e os temas finais foram definidos. A pesquisa seguiu os critérios descritos por Lincoln e Guba (21) de credibilidade, confirmabilidade, confialidade e transferibilidade visando aumentar sua confiabilidade e validade.

Aspectos éticos

O estudo foi pautado na resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (22), que trata sobre pesquisas e testes em seres humanos. Além disso, levou em conta a Declaração de Helsinki (23). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa de uma Universidade Federal do Rio de Janeiro por meio da Plataforma Brasil (data de aprovação: 11 de novembro de 2022; número do parecer: 5.753.720).

Resultados

A média de idade dos participantes é de 24,64 anos, 21 (84 %) estudantes são do sexo feminino, 11 (44 %) estudam no estado do Rio de Janeiro, 16 (64 %) estudam em universidades privadas; 21 (86 %) frequentam um curso de 10 períodos, 8 (32 %) estão no primeiro período, e 13 (52 %) ainda não estão em período de estágio. As características dos estudantes são apresentadas na tabela 1.

Os dados foram organizados em quatro temas: 1) condições de trabalho da enfermagem; 2) fatores que ajudam a superar as condições de trabalho adversas; 3) reflexões sobre o futuro na profissão; 4) sugestões para melhorar as condições de trabalho da enfermagem. Foram identificados ainda nove subtemas. Temas e subtemas são apresentados na tabela 2.

Tabela 1
Características dos participantes (n=25)
Características dos participantes (n=25)


Fuente: Elaboração própria

Tabela 2
Temas e subtemas
Temas e subtemas


Fuente: Elaboração própria

Tema 1. Condições de trabalho da enfermagem

O primeiro tema abrange as reflexões dos estudantes de enfermagem a respeito das condições de trabalho dos enfermeiros. Observa-se uma preocupação dos estudantes no que se refere às condições de trabalho adversas da enfermagem brasileira. O tema é apresentado em cinco subtemas: 1) falta de recursos materiais e humanos, 2) sobrecarga de trabalho, 3) baixos salários, 4) problemas referentes à liderança e 5) desvalorização da profissão.

Falta de recursos materiais e humanos

Estudantes de enfermagem que participaram da presente pesquisa relataram opiniões a respeito da escassez de material médico e do número reduzido de profissionais de enfermagem, que põem em risco a vida dos trabalhadores da área e também representam uma ameaça para a qualidade do cuidado. Nas falas a seguir observa-se a preocupação dos estudantes com relação ao tema:

“Acredito que faltam muitas coisas para melhorar o trabalho da enfermagem em qualquer instituição de saúde, seja por falta de recursos, ou de tecnologia”. (participante 1)

“A falta de material e de pessoal atrapalha no rendimento do trabalho”. (participante 10)

Sobrecarga de trabalho

Os participantes relataram suas preocupações com relação ao trabalho exaustivo da enfermagem. A fala a seguir decorre sobre a sobrecarga de trabalho dos enfermeiros e os riscos a que profissionais e pacientes podem ser expostos devido aos plantões extensos da enfermagem:

Ser enfermeiro é trabalhar em dobro e não ter o reconhecimento sobre a ciência que é ser enfermeiro. A carga horária é alta e trabalhar em escala 12/36, que é a grande maioria, não é muito saudável (nem biológico, nem mental e social). A insalubridade também é muito alta, as técnicas quando bem realizadas são efetivas, mas sempre haverá o risco. E fazer plantões extensos (como o que rotineiramente ocorre) aumenta esse risco, tanto ocupacional quanto pra segurança do paciente. (participante 9)

Baixos salários

Questões salariais foram amplamente abordadas pelos estudantes de enfermagem. Nas falas abaixo observa-se a insatisfação dos estudantes quando relatam suas opiniões sobre o salário recebido pelos enfermeiros:

“Não acho a carga horária proporcional ao salário, acredito que no salário não é visto o tamanho da responsabilidade do enfermeiro, além dos riscos para a sua própria saúde, ele está prestando cuidados para o familiar de alguém, o que é uma grande responsabilidade não valorizada”. (participante 2)

“Acho que somos uma profissão de alta importância e deveríamos ter um piso justo para os riscos que corremos”. (participante 15)

Problemas referentes à liderança

Participantes enfatizaram a necessidade de líderes que sejam aptos para empoderar os demais membros da equipe de enfermagem, através, dentre outros, de treinamentos e planos de carreira. As falas abaixo refletem sobre o apoio institucional e a liderança como importantes componentes que afetam as condições de trabalho da enfermagem:

A enfermagem tem ganhado visibilidade nos últimos tempos… ainda existe resistência aos que estão chegando agora e, dependendo da instituição, não existe uma base de aprendizagem para deixar os profissionais aptos naquele local. (participante 14)

“Na enfermagem há falta de um líder e excesso de chefia”. (participante 10)

Desvalorização da profissão

Em quase todas as falas dos estudantes a falta de valorização pelo trabalho realizado pela enfermagem foi enfatizada. Participantes relataram que mesmo depois do advento da pandemia de Covid-19, momento em que os enfermeiros foram fundamentais para a prevenção e promoção da saúde da população, não houve uma devida valorização da enfermagem. A fala abaixo enfatiza o tema:

“Eu acho que poderíamos sim ter condições melhores, até porque em um momento tão complicado que passamos com a COVID, foi mostrado o quanto o enfermeiro é importante!” (participante 21)

Participantes também opinaram sobre a responsabilidade dos órgãos públicos, que não valorizam a enfermagem como deveriam. Estudantes expressaram ainda suas insatisfações com as atitudes de outros profissionais de saúde e mesmo de membros da equipe de enfermagem, que caracterizam a desvalorização da profissão em variadas dimensões. As falas a seguir refletem sobre o descaso e desvalorização da profissão:

“A enfermagem ainda é muito desvalorizada, tanto pelos órgãos públicos, como pelos próprios profissionais da área”. (participante 6)

“Há desvalorização especialmente financeira e de atribuições (não por parte dos pacientes, mas por parte da própria equipe)”. (participante 17)

Tema 2. Fatores que ajudam a superar as condições de trabalho adversas

Participantes relataram opiniões sobre fatores que ajudam a superar as condições adversas no ambiente de trabalho, e que segundo eles incentivam os enfermeiros a continuarem a exercer a profissão. Na fala abaixo o estudante enfatiza que prestar cuidados para a população em momentos de crise é uma fonte de motivação para o enfermeiro:

“Atender ao público num momento de vulnerabilidade visando a melhora nas informações e no tratamento ofertado é uma vantagem da profissão”. (participante 3)

Estudantes enfatizaram que usar seus conhecimentos para informar a população, auxiliar os pacientes no atendimento de suas necessidades e serem reconhecidos por seu trabalho, ajudam a amenizar as difíceis condições de trabalho. As falas seguintes refletem sobre a satisfação pessoal ao exercer a profissão de enfermagem:

“Estar perto de quem necessita, estar a frente dos cuidados prestados (planejando, executando e intervindo), a gratidão dos pacientes ajuda a superar obstáculos”. (participante 9)

O fato de que com os meus anos de estudo, o meu conhecimento absorvido, eu posso colocar em prática e posso prestar uma assistência plena e digna, ter a oportunidade de participar do processo de cura de alguém é gratificante. (participante 17)

Tema 3. Reflexões sobre o futuro na profissão

Nove estudantes revelaram já terem pensado em abandonar o curso devido às condições de trabalho da enfermagem. Na fala abaixo observa-se essa insatisfação com relação à profissão:

“[…] acho que vou mudar para Medicina Veterinária”. (participante 19)

Participantes relataram a intenção de cursar pós-graduações e fazer carreira na profissão, porém, não trabalhando diretamente na assistência. As falas a seguir abordam o tema:

“Me vejo fora do país, cursando algum tipo de doutorado”. (participante 23)

“Me imagino sendo mestre, não atuando na assistência”. (participante 24)

Participantes acreditam que com a valorização profissional, enfermeiros poderão trabalhar mais satisfeitos e oferecer um cuidado cada vez mais qualificado para a população. As falas abaixo relatam a esperança de que as condições de trabalho dos enfermeiros melhorem no futuro:

“Eu tenho esperanças de que daqui a 10 anos a enfermagem seja mais valorizada e os profissionais que já estejam na área tenham orgulho do que fazem e se sintam satisfeitos”. (participante 2)

“Eu imagino que estarei numa condição melhor, porque tenho esperança que lutaremos e em 10 anos conseguiremos avanços no que diz respeito às condições de trabalho do Enfermeiro”. (participante 17)

Tema 4. Sugestões para melhorar as condições de trabalho da enfermagem

Os estudantes de enfermagem apontaram medidas que deveriam ser tomadas para melhorar as condições de trabalho dos enfermeiros. O tema é apresentado em quatro subtemas: 1) melhorias na gestão, 2) suporte material, social e emocional, 3) aprovação de um piso salarial justo e 4) desenvolvimento de projetos para valorização da enfermagem.

Melhorias na gestão

Participantes refletiram sobre a necessidade de escolher gestores capacitados, que conheçam a área da assistência e também tenham conhecimento no campo administrativo. A conscientização de governantes e donos de hospitais também foi enfatizada como um importante fator para impulsionar melhorias nas condições de trabalho da enfermagem. As duas primeiras falas a seguir abordam a importância de uma gerência de enfermagem competente. A última fala cita os papéis de governantes e administradores hospitalares na criação de medidas que valorizem a enfermagem:

“É importante colocar na gestão pessoas que já passaram pela assistência e dominem a área”. (participante 2)

“É preciso uma melhor gerência”. (participante 24)

“Estamos em um momento de adaptação, tenho visto melhor diversos aspectos; seria ideal se todos os governantes e donos de hospitais tivessem o mesmo pensamento. Somos maioria, somos o maior contato com os pacientes, temos expertise, merecemos dignidade”. (participante 14)

Suporte material, social e emocional

Participantes forneceram sugestões relativas ao suporte que deveria ser dado aos enfermeiros em diversos aspectos; como atenção às necessidades profissionais, sociais e emocionais, que muitas vezes são esquecidas ou fornecidas de forma insuficiente. Dentre elas estão o direito a ter material suficiente para trabalhar, direito a folgas e férias, e direito de receber apoio médico e psicológico, quando necessário. As falas seguintes expressam opiniões sobre o tema:

“Precisamos de suporte material, suporte emocional, carga horária estabelecida, férias real”. (participante 9)

“Acho que pode ser liberado mais dinheiro para valorizar a área da saúde no geral, com isso melhorar as condições nos hospitais, falta de material [...]” (participante 21)

Aprovação de um piso salarial justo

Medidas que visem aprovar um piso salarial mais justo foram citadas por vários participantes, uma vez que salários justos representam a valorização da classe profissional. As falas abaixo refletem sobre o tema:

“É preciso aprovar um piso justo”. (participante 15)

“É preciso atentar para a valorização profissional através da remuneração!” (participante 20)

Desenvolvimento de projetos para a valorização da enfermagem

Participantes abordaram a necessidade de criar projetos que incentivem a valorização da profissão, para que a população possa compreender o importante trabalho realizado pelos enfermeiros, e para que a classe se torne mais unida, capacitada e profissionalmente satisfeita. As falas a seguir abordam o tema:

“Implementação de mais projetos que favoreçam a colaboração dos enfermeiros e incentivem o trabalho”. (participante 3)

“A valorização da enfermagem precisa ser real, não apenas em dias comemorativos”. (participante 23)

Discussão

O presente estudo procurou conhecer as opiniões de estudantes de graduação em enfermagem que estudam em universidades brasileiras a respeito das condições de trabalho da enfermagem no Brasil. Problemas relacionados à falta de recursos materiais e humanos, à sobrecarga de trabalho, aos baixos salários, à liderança ineficaz e à desvalorização da profissão foram abordados pelos estudantes. O amor pela profissão, a satisfação de cuidar e se sentir útil para a sociedade, foram apontados como fatos que ajudam a superar as condições de trabalho adversas. Os participantes revelaram ter esperança de que no futuro a enfermagem seja mais valorizada, além disso alguns estudantes por insatisfação devido às condições de trabalho da enfermagem pensam em desistir da profissão, por outro lado, outros estudantes pretendem avançar na carreira através de cursos de pós-graduação. Estudantes sugeriram que melhorias na gestão; suporte material, social e emocional; aprovação de um piso salarial justo e desenvolvimento de projetos para valorização da enfermagem poderiam melhorar as condições de trabalho da enfermagem.

Os resultados do presente estudo estão de acordo com os de outros estudos realizados no Brasil com profissionais de enfermagem já formados. Uma pesquisa realizada com profissionais de enfermagem atuantes em diferentes regiões do território brasileiro apontou para a existência de líderes de enfermagem distantes e inacessíveis, falhas no apoio institucional em caso de adoecimento do trabalhador, insatisfação referente à valorização profissional, falta de infraestrutura de descanso eficiente e enfatizou que 10 % dos participantes não faz uso do direito a férias regularmente, tendo, portanto, uma carga de trabalho exaustiva (24). Sobrecarga de trabalho e desvalorização profissional também foram identificadas numa revisão de literatura sobre as condições de trabalho dos enfermeiros atuantes na estratégia saúde da família (4). Uma pesquisa realizada com enfermeiros representantes de órgãos da classe do Estado do Rio de Janeiro, relatou a necessidade de muitos enfermeiros em trabalhar em mais de um emprego devido aos baixo salários (5).

Estudos realizados em outros países também identificaram resultados semelhantes ao da presente pesquisa. Um estudo conduzido com profissionais de saúde colombianos apontou a necessidade de melhor planejamento de recursos humanos nas instituições de saúde (25). A escassez de mão-de-obra e as longas horas de trabalho também foram relatadas por enfermeiros do Camboja (1). Enquanto estudos realizados na China (26) e nas Filipinas (11) apontaram para a existência de líderes de enfermagem tóxicos.

Devido às condições de trabalho adversas, enfermeiros podem nutrir a intenção de desistir da profissão (2). O mesmo pode ocorrer com estudantes de enfermagem, que podem nutrir intenções de abandonar a profissão mesmo antes de ser graduarem devido às experiências negativas no ambiente de trabalho. Na presente pesquisa nove estudantes citaram a intenção de abandonar o curso de enfermagem devido às condições de trabalho dos enfermeiros. Resultados semelhantes foram abordados em estudos realizados em diferentes regiões do mundo. Num estudo realizado com estudantes de enfermagem italianos, observaram-se intenções de abandonar o curso devido à discrepância entre a imagem que eles tinham da enfermagem e a realidade da profissão, o que causou desapontamentos após o início dos períodos de estágio (15). Um estudo realizado recentemente na China identificou que os níveis de compromisso profissional de estudantes de enfermagem diminuíram à medida que eles começaram seus estágios em instituições de saúde chinesas (17). Em outro estudo conduzido com estudantes chineses, que cursavam os últimos períodos do curso de graduação em enfermagem, observou-se a existência de exaustão emocional e estresse, que exercem influência significativa na intenção de abandonar o curso (16).

O amor pela enfermagem e a satisfação de ser útil para a sociedade, foram apontados pelos participantes como vantagens da profissão. A enfermagem é uma profissão baseada no relacionamento humano e na empatia, portanto, acredita-se que no futuro, enfermeiros serão profissionais que trarão mais amor e esperança para a sociedade através de seus conhecimentos e cuidados (27).

Assim como no presente estudo, os resultados de pesquisas anteriores também apontam para a importância do suporte institucional e para o papel de líderes governamentais, administradores hospitalares e gerentes de enfermagem no desenvolvimento de um ambiente de trabalho saudável para os profissionais de enfermagem (1,5). Investimentos financeiros e políticas públicas que garantam o bem-estar dos profissionais de enfermagem devem fazer parte de projetos para a valorização da área de enfermagem (3). Informar a população adequadamente sobre as importantes funções dos enfermeiros, promovendo dessa forma uma conscientização social a respeito da enfermagem também pode favorecer a valorização da profissão e melhorar as condições de trabalho desses profissionais (28-29). Questões relacionadas ao piso salarial do enfermeiro foram abordadas por vários participantes desta pesquisa. O salário que não condiz com as importantes funções desempenhadas pelos enfermeiros também é um motivo para que esses profissionais se sintam desvalorizados.

Várias questões referentes às condições de trabalho dos enfermeiros foram abordadas pelos estudantes de enfermagem que participaram da presente pesquisa. Os resultados do estudo assemelham-se aos resultados de estudos prévios realizados com enfermeiros, o que mostra que a opinião de profissionais e de estudantes sobre as condições de trabalho da enfermagem não se diferem. É importante enfatizar que problemas relativos à desvalorização da profissão foram abordados diversas vezes nas falas dos estudantes. Esse é um fato preocupante, pois, mesmo antes de se tornar um profissional, o estudante sente o peso da desvalorização e do desrespeito enfrentado pelos enfermeiros. O papel dos administradores públicos, hospitalares e também dos líderes de enfermagem foi destacado como importante fator na melhora das condições de trabalho dos enfermeiros e na conscientização da sociedade sobre as importantes funções exercidas pelos enfermeiros.

Limitações do estudo

É importante reconhecer algumas limitações deste estudo. Em primeiro lugar, a utilização de questionários de preenchimento próprio pode ser considerada uma limitação, uma vez que pode ter impedido um aprofundamento mais detalhado no assunto. Além disso, é importante ressaltar que, por se tratar de uma pesquisa qualitativa, os resultados encontrados não devem ser generalizados para além do grupo de participantes envolvidos no estudo. Outra limitação a ser considerada é o tamanho reduzido da amostra, uma vez que a quantidade de participantes pode ser considerada baixa em relação à totalidade de estudantes de enfermagem no Brasil. Adicionalmente, o fato de quase a metade dos participantes estudar em um mesmo estado pode ser considerada uma limitação do estudo.

Considerações finais

Estudantes de enfermagem manifestaram diferentes opiniões com relação às condições de trabalho dos enfermeiros. Problemas referentes à falta de recursos materiais e humanos, à sobrecarga de trabalho, aos baixos salários, à liderança ineficaz e principalmente à desvalorização da profissão foram abordados. Estudantes relataram que o amor pelo cuidar e se sentir útil em ajudar a sociedade são importantes fatores na superação das difíceis condições de trabalho da enfermagem. Ao mesmo tempo que os estudantes têm esperança de que dias melhores virão para a área de enfermagem, eles também têm dúvidas sobre a escolha da profissão. O apoio de administradores públicos e também o suporte institucional e de líderes de enfermagem foram apontados como fatores importantes para a melhora das condições de trabalho dos enfermeiros.

É importante atentar para as opiniões dos estudantes de enfermagem acerca das condições de trabalho dos enfermeiros, pois, eles representam o futuro da enfermagem. Enfermeiros exaustos e frustrados devido a um ambiente de trabalho tóxico não são capazes de prestar cuidados de qualidade à sociedade, que cada vez mais se torna consciente de seus direitos. Condições de trabalho dígnas para a enfermagem são garantia não só de bem-estar para os profissionais, mas também para a população, que será atendida por profissionais satisfeitos, valorizados e competentes sendo, portanto, capazes de prestar um cuidado eficaz e eficiente. Com a melhora das condições de trabalho dos enfermeiros, estudantes de enfermagem também se sentirão mais motivados a se dedicarem ao curso e seguirem carreira na profissão, empoderando cada vez mais a classe.

Financiamento

Esta pesquisa não foi financiada por agência de fomento.

Conflito de interesses

A autora declara não possuir conflito de interesses do tipo pessoal, comercial, acadêmico, político, financeiro, ou de qualquer outra natureza.

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Notas

* Artículo original de investigación

Autor notes

a Autor para correspondencia: e-mail: ana.luiza@istun.edu.tr

Informação adicional

Cómo citar este artículo: Ferreira Aydogdu A. L. Opiniões de estudantes de graduação em Enfermagem sobre condições de trabalho. Investig Enferm Imagen Desarr. 2023; 25. https://doi.org/10.11144/Javeriana.ie25.oege

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