Resumo
Este artigo demonstra que, bem que na Idade Média recorria-se à vingança pessoal e às guerras privadas para resolver conflitos, ao mesmo tempo havia controles diferentes à violência. Por isso, Norbert Elias não tem razão ao atribuir à sociedade medieval uma agressividade descontrolada; também não tem o historiador Marc Bloch ao supor que a violência foi consequência de uma instabilidade emocional ou de um fundo de primitivismo próprio da Idade Feudal. Argumenta-se, em primeiro lugar, que desde o século XII a consolidação progressiva das monarquias e uma renovada administração de justiça contribuíram à redução da violência; e em segundo, que isso não impediu as justiças privadas continuar com um propósito semelhante ao da monarquia: a paz por cima da punição. Conclui que esses mesmos poderes centralizados, papado e monarquias, promoveram suas próprias violências contra dissidentes internos e o Islã: as cruzadas foram guerras em extremo violentas. Estas teses são desenvolvidas com base no método historiográfico, ou seja, o contraste entre estudos de ontem e de hoje sobre a violência na Idade Media.
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