A escassa pesquisa registrada em nosso país sobre a paisagem cultural adolesce, em boa medida, de estabelecer vínculos teórico-práticos entre os processos históricos, estéticos e simbólicos, contrastados com agentes transformadores do modelo económico (discurso da competitividade, a indústria turística e a pressão imobiliária). A partir do levantamento de novos mapas que combinam a leitura e análise da cartografia, a coreografia e a narrativa histórica- literária-pictórica com análise multivariado e multitemporal, este artigo aprofundará na Paisagem Regional de Santa Fe de Antioquia como aquele que tece laços históricos e funcionais em diversas escalas e temporalidades, suas implicações espaciais na Paisagem Urbana e uma análise físico-perceptual das transformações acontecidas num sector do centro histórico declarado e sua área de influencia (sector da Paisagem Cotidiano). Diversos projetos de infraestrutura nacional desenvolvidos nas imediações do município, que apenas cruzam por ele, ou que fazem uso de certa condição geoestratégica do mesmo, sugerem possibilidades, à vez que desafios e grandes conflitos com as condições da paisagem cultural, o que atualmente é partícipe de uma supraestrutura de desenvolvimento territorial de três futuras áreas metropolitanas contiguas, e que para este caso, já revelam desequilíbrios espaciais no modelo de ocupação que estes agentes promovem. Desta interação surgem efeitos espaciais que podem ser lidos tanto na estrutura territorial, centrada de maneira fundamental no reparto de cargas populacionais, no modelo de ocupação do centro histórico e do contexto não monumental bem como suas imbricações no hábitat doméstico.