Neste artigo, examinam-se os vínculos entre territorialidade, construção de identidade indígena e instituições jurídicas próprias relacionadas com o uso da terra, a partir do estudo de caso da comunidade indígena assentada no resguardo de CañamomoLomaprieta, localizado nos municípios de Riosucio e Supia, no estado de Caldas, Colômbia.Com esse fim, aprofunda-se, em primeiro lugar, sobre o impacto das políticas agrárias adotadas na Colômbia durante o século XX na re-configuração identitária e no regime jurídico relativo ao uso da terra. Posteriormente, ilustra-se como tais políticas tem deixado um rastro de diversas titulações que legalizam o uso das terras e, ao mesmo tempo, evidenciam a presença de diversos atores sociais que mobilizam as identidades indígena e mestiça na disp uta pelo monopólio do capital jurídico no espaço social do resguardo.