Resumo
Vivemos um momento em que as ideias de cidadania, de Estado, de mercado e de representação entram em crise. Consequentemente, observamos como o vínculo entre as pessoas e seus governos foi quebrado. Na explosão social exortada pelo desespero de não poder vislumbrar um futuro digno, encontram-se manifestações de todo tipo, que principalmente nos espaços urbanos às vezes se vinculam a experiências artísticas e culturais, que de forma descentralizada se unem aos protestos; estas não surgem apenas como manifestações de desencanto, frustração e colapso sistêmico, pois, apesar de tudo, em seu futuro propõem novos caminhos de construção social. O artigo reflete sobre o funcionamento das práticas e dispositivos artísticos e culturais que surgiram na atual conjuntura dos protestos, bem como sobre a dimensão política para a transformação que as experiências analisadas implicam. Para tanto, está dividido em três partes: perguntas, respostas e considerações. A primeira analisa questões levantadas nas ações dos protestos; a segunda avalia respostas geradas a partir de áreas institucionais e não institucionais da arte, para as quais os exemplos estudados se categorizam na capacidade de reformular urgências, alterar paradigmas e metabolizar seus contextos, e a terceira levanta possibilidades de como as experiências artísticas e culturais teriam capacidade não só de visualizar, mas também de promover o surgimento de novas ecologias comunitárias, novas formas de reorganizações comuns descentralizadas, em virtude do incentivo ao cultivo de comunidades igualitárias.
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