Resumo
A partir da ideia de “desmontagem” de Ileana Diéguez, este artigo de reflexão em primeira pessoa irá desmontar os processos poético- político-performativos que criaram o meu livro / performance Las Extraterrestres. Estruturado como um roteiro em cinco atos, alterna entre as reflexões teóricas e metodológicas de uma literata in-disciplinada e diferentes ações e textos que formam parte da leitura performática do livro. O primeiro ato situa minha posição como escritora e criadora na academia retomando discussões da pesquisa-criação e o interesse pela poieis. O segundo ato faz uma caracterização desde a literatura, pensando com Reinaldo Laddaga as novas perguntas que se abrem para o texto literário na “época do declínio do livro”. O terceiro ato explora a raiva como forca motriz da escrita desde uma perspectiva feminista, dialogando com Audre Lorde, Laura Quintana e o arquivo de feministas furiosas que formaram parte da pesquisa para a escrita. O quarto ato fala do jeito em que a escrita performativa, usada de maneira poética, perfila a escrita deste livro, inspirada nas estéticas blasfemas e delitivas, não criativas, desapropriativas e de compostagem que propõem Kenneth Goldsmith, Verónica Gerber, Cristina Rivera Garza e Donna Haraway. O quinto ato fala sobre como me insiro no campo expandido da literatura, da relação que estabeleço com a performance e da forma particular como este livro se desenrola fora da página em uma encenação e um laboratório de escrita viva.

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Copyright (c) 2024 Juliana Borrero Echeverry