Resumo
Este estudo busca investigar a poética da transitoriedade empregada na Série de gases Inertes / Hélio, Neon, Argônio, Criptônio, Xenônio/ De um volume medido a expansão indefinida. (Série de gases inertes de volume medido em expansão indefinida), por Robert Barry (1969). Este trabalho consistiu na liberação de gases de contêineres para a atmosfera em várias partes da Califórnia, anunciada por meio de um cartaz em branco no qual foram publicados os dados de um endereço de e-mail e um número de telefone, que era atendido por uma secretária eletrônica com a gravação de sua descrição. Diante do exposto, uma dimensão temporal é colocada no trabalho que é debatida entre a transitoriedade do gesto performativo e a infinidade do que implica conceitualmente, que problematiza a imaterialidade e desloca os valores plásticos para valores implícitos na ideia do trabalho como exercício conceitual. Mas o que implica a total desmaterialização de suporte do trabalho? O que a Série Inerte de Gases tenta mostrar diante da alusão ao tempo? E qual a importância da arte, conceitualmente, para articular uma ideia de magnitude no trabalho? Esta pesquisa busca responder a essas perguntas a partir da premissa de que o trabalho de Barry, como proposta imaterial, temporal e conceitual, consegue apresentar uma série de paradoxos em torno da arte que articulam uma poética da transitoriedade, a qual é testada mediante comparação com outros exemplos de trabalho (Rachel Whiteread, Oscar Muñoz e Olafur Eliasson). Por fim, a poética da transitoriedade mostra a impossibilidade de reter o curso temporal por meio de dispositivos plásticos que são propostos como fluxo, ou seja, representam a mudança espacial/material no tempo.
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Copyright (c) 2020 Sandra Elisa Molina Franjola