Publicado Jan 1, 2021



PLUMX
Almetrics
 
Dimensions
 

Google Scholar
 
Search GoogleScholar


Maria Emilia Sardelich http://orcid.org/0000-0001-8134-8807

Marian López Fernandez Cao http://orcid.org/0000-0003-0421-3612

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Resumo

A memória refere-se a um conjunto de funções psíquicas que permitem a atualização de imagens de fatos passados ou que são representados como passados. Diferentemente dos estudos históricos, os estudos da memória destacam as subjetividades, ampliam a discussão além da lembrança e do esquecimento e movem o debate para quem tem o direito de contar sua história e para aqueles que nela estão. As perguntas sobre a memória e seus lugares também são visíveis no inquieto horizonte artístico, em que passados recentes e distantes se articulam em registros sobre diversas formas de traumas. Este artigo propõe uma reflexão sobre as relações entre arte e memória a partir da produção de duas artistas contemporâneas brasileiras: Rosana Paulino (São Paulo, 1968) e Aline Motta (Niterói, 1974). A análise dessa produção se baseia na interdisciplinaridade dos estudos da memória e destaca como a criação artística oferece uma possibilidade de ressignificação individual e coletiva. Da mesma forma, conceitua memórias afro-americanas como aquelas que emergem não apenas na memória individual das artistas apresentadas neste artigo, mas também na de muitas outras mulheres que se identificam com a Afro-América, como um sistema etnogeográfico de referência. São memórias afro-americanas porque se gestaram na resistência e na criatividade contra a opressão, a humilhação e a desumanização, e que se levantam contra a história única, propondo uma revisão da historiografia do país e da arte produzida a partir desses lugares.

Keywords

memória, arquivo, arte contemporânea, Rosana Paulino, Aline Motta, américo-africanidadememoria, archivo, arte contemporáneo, Rosana Paulino, Aline Motta, americoafricanidadmemory, archive, contemporary art, Rosana Paulino, Aline Motta, African-America

References
Adichie, Chimamanda Ngozi. 2019. O perigo de uma história única. São Paulo: Cia das Letras.

Arfuch, Leonor. 2000. “Arte, memoria y archivo”. Revista de Cultura 68: 34-37.

Arfuch, Leonor. 2014. “(Auto)biografía, memoria e historia”. Clepsidra: Revista Interdisciplinaria de Estudios sobre Memoria 1: 68-81.

Cao, Marian López Fernández. 2018. “Dar forma al dolor”. En Arte, memoria y trauma: Aletheia, dar forma al dolor, editado por Marian López Fernández Cao, 13-35. Madrid: Fundamentos.

Cardoso, Lourenço. 2010. “Branquitude acrítica e crítica: A supremacia racial e o branco antirracista”. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales Niñez Juventud, 8 (1): 607-630.

Carmo, João. 1987. O que é Candomblé. São Paulo: Brasiliense.

Chauí, Marilena. 2013. “Representação política e enfrentamento ao racismo”. Geledés Instituto da Mulher Negra, 9 de mayo de 2013. Consultado: 3 de noviembre de 2020. https://www.geledes.org.br/representacaopolitica-e-enfrentamento-ao-racismo-prof-marilena-chaui/.

Cunha, Marcelo Nascimento Bernardo da. 2017. “Museus, memorias e culturas afro-brasileiras”. Revista do Centro de Pesquisa e Formação 5: 78-88.

Dubois, Philippe. 2006. O ato fotográfico. Campinas: Papirus.

Evaristo, Conceição. 2008. Poemas da recordação e outros movimentos. Belo Horizonte: Nandyala.

Ferraz, Marcos Grinspum. 2019. “Aline Motta e o mergulho pessoal na memória coletiva”. ARTE!Brasileiro, 20 de noviembre de 2019. Consultado: 3 de noviembre de 2020. https://artebrasileiros.com.br/arte/premio/alinemotta-e-o-mergulho-pessoal-na-memoria-coletiva/.

Freyre, Gilberto. 2003. Casa-grande & senzala: Formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. São Paulo: Global.

Gómez Moreno, Pedro Pablo. 2015. Estéticas fronterizas: Diferencia colonial y opción estética decolonial. Bogotá: Universidad Distrital Francisco José de Caldas.

Gonzalez, Lélia. 1979. “Cultura, etnicidade e trabalho: Efeitos lingüísticos e políticos da exploração da mulher”. Ponencia presentada en el 8º nacional da Latin American Studies Association, Pittsburg.

Gonzalez, Lélia. 1981. “Mulher negra, essa quilombola”. Folhetim 4: 4.

Gonzalez, Lélia. 1982. “O movimento negro na última década”. En Lugar de negro, Lélia Gonzalez y Carlos Alfredo Hasenbalg, 9-66. Río de Janeiro: Marco Zero.

Gonzalez, Lélia. 1984. “Racismo e sexismo na cultura brasileira”. Revista Ciências Sociais Hoje 2: 223-244.

Gonzalez, Lélia. 1988a. “Cidadania de segunda classe”. Río de Janeiro.

Gonzalez, Lélia. 1988b. “A categoria político-cultural de amefricanidade”. Tempo Brasileiro 92: 69-82.

Gonzalez, Lélia. 1994. “Lélia fala de Lélia”. Estudos Feministas 2: 383-386.

Gonzalez, Lélia. 2011. “Por um feminismo afro-latino-americano”.Caderno de Formação Política do Círculo Palmario 1: 12-20.

Gonzatto, Camila. 2020. “Não há cicatrização sem políticas de reparação”. Consultado: 3 de noviembre de 2020. https://www.
goethe.de/ins/br/pt/kul/sup/b20/21779451.html.

Halbwachs, Maurice. 1990. A memória coletiva. São Paulo: Vértice.

Hall, Stuart. 2003. Da diáspora: Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais.

Hirsch, Marianne. 2008. “The Generation of Postmemory”. Poetics Today 29 (1): 103-128.

Kilomba, Grada. 2019. Memórias da plantação: Episódios de racismo cotidiano. São Paulo: Cobogó.

Le Goff, Jacques. 1990. História e memória. Campinas: Universidade Estadual de Campinas.

Luz, Narcimária Correia do Patrocínio. 2006. “História e cultura afrobrasileira e africana”. Boletim TVe 20: 12-20.

Motta, Aline, Escravos de Jó, 2016. Libro de artista. Sitio web la artista. https://payload.cargocollective.com/1/19/624463/11589583/Escravos-de-Jo-3_4000.jpg (8 noviembre 2020).

Motta, Aline. 2017. “Conversa na 14ª Residência Artística do Red Bull Station”. Consultado: 3 de noviembre de 2020. https://www.youtube.com/watch?v=7YM6oZPxGR8.

Motta, Aline. 2019. “Conversa no Festival ZUM”. Consultado: 3 de noviembre de 2020. https://www.youtube.com/watch?v=VfiYeLClitQ.

Nicholson, Chris. 2018. “No más fantasmas: La memoria traumática en la vida y la obra de Robert Graves”. En Arte, memoria y trauma: Aletheia, dar forma al dolor, editado por Marian López Fernández Cao, 71-78. Madrid: Fundamentos.

Nora, Pierre. 1993. “Entre memória e história: A problemática dos lugares”. Projeto História 10: 7-28.

Paulino, Rosana. 1997. Catálogo Panorama 97. São Paulo: Museu de Arte Moderna.

Paulino, Rosana, Assentamento, 2013. Instalación, Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo. https://www.rosanapaulino.com.br/imagens/galeria/galeria_09.jpg (8 noviembre 2020).

Paulino, Rosana. 2014. “Processo criativo - Rosana Paulino”. Consultado: 3 de noviembre de 2020. https://vimeo.com/111885499.

Quijano, Aníbal. 2005. “Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina”. En A colonialidade do saber: Eurocentrismo
e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas, editado por Edgardo Lander, 43-66. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano
de Ciencias Sociales.

Romero, Julio. 2018. “Archivos abiertos: La imagen, el objeto y el montaje en prácticas artística y de intervención social sobre la memoria y el trauma”. En Arte, memoria y trauma: Aletheia, dar forma al dolor, editado por Marian López Fernández Cao, 139-166. Madrid: Fundamentos.

Ruido, Maria. 2018. “Notas sobre Plan Rosebud: Sobre imágenes, lugares y políticas de memoria (2006-2008)”. En Arte, memoria y trauma: Aletheia, dar forma al dolor, editado por Marian López Fernández Cao, 177- 192. Madrid: Fundamentos.

Sant-Hilaire, Auguste de. 1938. Viagem pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. São Paulo: Ed. Nacional.

Theodoro, Mário. 2008. As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil 120 anos após a abolição. Brasília: Ipea.

Todorov, Tzvetan. 2000. Los abusos de la memoria. Barcelona: Paidós.
Como Citar
Sardelich, M. E., & López Fernandez Cao, M. (2021). Memórias americo-africanas na obra de artistas brasileiras contemporâneas. Cuadernos De Música, Artes Visuales Y Artes Escénicas, 16(1), 60–83. https://doi.org/10.11144/javeriana.mavae16-1.maee
Seção
Dossier