Fotografia pitoresca e antropométrica: instrumento de dominação e expansão colonial no contexto brasileiro e sua descolonização através da obra de Rosana Paulino
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A fotografia pitoresca de tipos pretos e antropométrica realizada no Brasil, ao igual que em outros lugares da América no final do século XIX, é analisada como instrumento de dominação e expansão colonial, que serviu para promover e perpetuar o modelo escravista ao tentar naturalizar o trabalho escravo da população negra, que durante mais de três séculos manteve a economia dos reinos. Para o efeito, realiza-se uma análise do uso e características do retrato em Ocidente, em geral, constatando que os recursos formais e técnicos são os mesmos, mas seu papel social foi marcadamente diferente, aspecto que contribuiu à exotização e desumanização do corpo negro, características que sobreviveram até nossos tempos promovendo o racismo em nossa sociedade. Em um segundo momento, analisa-se a obra da artista Rosana Paulino, que procura uma reafirmação histórica da violência escravista sob uma perspectiva crítica e sensível, por meio da apropriação fotográfica na produção de obras de arte. Chamo esse procedimento de segunda vida da imagem, com a finalidade de ressaltar a transformação política e formal que adquire o arquivo fotográfico no campo da arte. Da mesma forma, visa examinar aspectos da fotografia, como a ampliação, fragmentação, transferência e reprodução, entre outros, que além de serem uma série de recursos formais se apresentam como questões teóricas e simbólicas na produção de obras de arte hoje.
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