Resumo
Tentando estabelecer a relação entre relato, mito e ficção, esta escrita desenvolve-se no quadro de uma pesquisa em andamento em torno do fenômeno rupestre como vestígio de performatividade e teatralidade, situado no caso de estudo específico que é o Grande Mural, nomeado assim por suas proporções colossais, característica significativa que dá seu nome a este estilo de arte rupestre entre as serras de São Francisco e Guadalupe em Baixa Califórnia Sul (México). A contribuição desta pesquisa mesmo reside em continuar a alimentar os poucos e esporádicos estudos feitos sobre teatro e pré-história ao longo do tempo no que diz respeito aos estudos teatrais. Concentro-me em mostrar, desde o teatro e um estilo específico da arte rupestre parietal, que uns corpos-pegadas rupestres e seus suportes sedimentares são relatos e arquivos testemunhais e documentais de umas experiências remotas, mitologias e arquétipos mais (do que) humanos em uma performatividade situada. Do pictograma rupestre como relato do mundo, o tempo e a vida em fluxo (então, agora), e que tal necessidade de relato (gera-lo, produzi- -lo, propicia-lo e ativa-lo como fator de coesão social, dentre outros) tem raízes que nos atingem, mesmo como mecanismos prováveis, repetições intencionadas, ficções e ciclos.

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Copyright (c) 2024 Calafia Montserrat Piña Juárez