Resumo
Este artigo analisa o protesto social ocorrido em outubro de 2019 no Equador, principalmente em Quito. Parte-se da hipótese de que um protesto responde à necessidade de parar com o fluxo e a afirmação de uma lógica estabelecida para propor uma mudança de rumo e novas formas de convivência. As ações estudadas no texto extravasam o espaço do político e tocam o âmbito criativo por sua capacidade de provocar o real e desafiar o que se instala como impossibilidade. As reflexões são concebidas em diálogo com o pensamento político e estético de Jacques Rancière, assim como com o estudo das imagens e as pesquisas propostas por Georges Didi- Huberman. Nessa perspectiva teórica, propõe-se uma reflexão sobre as lógicas criadas durante o protesto de outubro que implicaram novas formas de visibilidade e distribuição do sensível. A estrutura geral propõe, em primeiro lugar, uma análise da singularidade da cena de protesto, da configuração do espaço e da sua ocupação. Em segundo lugar, propõe-se o estudo do regime representativo e do regime estético que estão em jogo durante o levante e que implicam uma distribuição específica de papéis. Por fim, são analisadas as imagens do protesto e sua identificação como operações que permitiram reverter as lógicas e hierarquias na distribuição política em toda a materialidade que o performativo vitaliza para se manifestar.
Didi-Huberman, Georges. 2008. Cuando las imágenes toman posición: El ojo de la historia, I. Madrid, Antonio Machado Libros.
Didi-Huberman, Georges. 2020. Desear desobedecer: Lo que nos levanta, 1. Madrid: Abada.
Diéguez, Ileana. 2009. “Escenarios y teatralidades liminales: Prácticas artísticas y socio estéticas”. Archivo Artea. http://archivoartea.uclm.es/textos/escenarios-y-teatralidades-liminales-practicas-artisticasy-socioesteticas/.
Diéguez, Ileana. 2014. Escenarios liminales: Teatralidades, performatividades, políticas. México: Paso de Gato.
Grosz, Elizabeth. 2015. “The Thing”. En Materiality, Documents of Contemporary Art, coordinado por Petra Lange-Berndt, 146-149. Cambridge: MIT Press.
Lange-Berndt, Petra. 2015. Materiality. Cambridge: MIT Press.
Rancière, Jacques. 2003. Le destin des images. París: La Fabrique.
Rancière, Jacques. 2018. La méthode de la scène. Fécamp: Lignes.
Rancière, Jacques. 2011. El tiempo de la igualdad. Barcelona: Herder.
Rancière, Jacques. 2013. Aisthesis: Escenas del régimen estético del arte. Buenos Aires: Manantial.
Rancière, Jacques. 2017. Tiempos modernos: Ensayos sobre la temporalidad en el arte y la política. Madrid: Shangrila.
Santana, Roberto. 1992. Les Indiens d’Equateur, citoyens dans l’ethnicité? Toulouse: Editions du Centre national de la recherche scientifique.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2021 Pamela Jijón, Gabriela Ponce Padilla