Transmutações do corpo como som projetadoe

Resumo

A pesquisa aqui apresentada reflete sobre o caráter do corpo e sua identidade a partir dos contextos tecnológicos iniciais que permitiram interpretá-lo como uma natureza incorpórea e principalmente sonora. O objetivo é destacar o impacto social da transmutação do corpo como um som tecnicamente projetado a partir de uma perspectiva criativa, bem como revelar práticas artísticas fundamentais realizadas em ambientes midiáticos onde habita a voz sem o corpo. Para isso, utiliza-se uma metodologia qualitativa, investigando as principais chaves teórico-práticas que ocorrem em contextos essenciais, como a fonografia, o telefone e a rádio. Foram analisados vários textos, documentos e trabalhos, destacando as fontes que se referem à percepção do corpo como um evento sonoro deslocado no tempo e no espaço. O resultado oferece uma leitura particular da evolução tecnológica em seu aspecto sonoro que enfatiza o valor da voz projetada como uma alegoria de um corpo virtual e imaterial que se expressa e comunica. Esta se realiza a partir do campo das artes plásticas, enfatizando o interesse de práticas criativas concretas que estimulam a reflexão e a interpretação como paradigmas. Como conclusão, determinou-se que as tecnologias sonoras e seus contextos midiáticos contribuíram desde o início para transformar irreversivelmente o conceito de sujeito e identidade em uma nova substância de natureza tecnológica, imaterial, alegórica e virtual. A contribuição fundamental da pesquisa foi revelar, através de reflexões particulares, algumas dessas chaves que ocorreram nas práticas artísticas.