O paradoxo das transgressões musicais: o ruído como energia libidinal
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Palavras-chave

ruído
estetização do ruído
repressão do ruído
pulsão de morte
transformação artística
psicanálise

Como Citar

O paradoxo das transgressões musicais: o ruído como energia libidinal. (2018). Cuadernos De Música, Artes Visuales Y Artes Escénicas, 14(1), 103-114. https://doi.org/10.11144/javeriana.mavae14-1.tpom
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Resumo

O presente artigo é parte de uma pesquisa mais ampla que considera o ruído como um agente de transformação musical. A partir dessa perspectiva, faço uma reflexão sobre os conceitos psicanalíticos de repressão e pulsão de morte. Neste contexto, estes conceitos estão ligados a um processo de rejeição, aceitação e transgressão de elementos que estão na base da criação artística. A relação entre transgressão e aceitação do ruído pode ser entendida como um processo dialético e dinâmico. Por um lado, o ruído pode ser entendido como um evento perturbador, indesejável, suprimido e reprimido; por outro lado, pode tornar-se algo aceitável e desejável quando é incorporado como um elemento estético. Esse processo oscilatório de aceitação e rejeição pode estar relacionado a dois conceitos da teoria psicanalítica freudiana: repressão e pulsão de morte. Esses conceitos podem ajudar a entender o retorno do que foi reprimido, do que deve ser evitado e que é percebido como ruído, conectando esse “retorno” à ideia de rememoração de algo que foi reprimido. Ao fazer esse paralelo entre o ruído e a psicanálise, busco entender o mecanismo pelo qual um elemento desconfortável, barulhento e às vezes destrutivo se torna crucial para superar uma inércia conservadora e, assim, ativar uma mola que impulsiona a dinâmica cultural. Embora denote um paradoxo, essa dinâmica permite a incorporação do que é considerado indesejável e é uma operação essencial nos processos de transformação da música.

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