Resumo
Este artigo é uma reflexão em torno da percepção que contrapõe a infância com a adultez, fazendo uma comparação entre qualidades que tornam selvagem à infância e ao processo de domesticação que exercem os adultos formadores sobre eles, convidando para especular sobre o papel do docente e questionar as práticas estipuladas nesse nível de formação. Este artigo propõe a figura de educador-mediador para que a matéria de Artes não se reduza ao desenvolvimento de habilidades motoras, mas sim explore e expanda para a infância as possibilidades de ser um espaço permitindo a imaginação, o desenvolvimento da criatividade e o pensamento crítico da cultura visual. Aborda-se a relevância da aula de artes visuais num nível de educação pré-escolar para discutir o papel dessa disciplina num sistema hierarquizado por disciplinas consideradas prioritárias a questionar critérios que estabelecem as expectativas e avaliações em um campo indeterminado e subjetivo, como é o da arte. O texto vincula narrações que se entretecem e dão abertura a quatro reflexões que expõem considerações ao redor da priorização dos espaços de controle e cuidado sobre a aprendizagem, a reivindicação da criatividade como uma capacidade aliada à transdisciplinaridade, a redescoberta da infância e a consciência do papel adulto na docencia e a necessidade de que as artes sejam um espaço disruptivo com a curiosidade voraz e a capacidade de assombro inerentes à meninice.

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