Resumo
O artigo apresenta a natureza, objetivos, metodologias, resultados e as conclusões de uma aula de improvisação livre musical e experimentação sonora com crianças, a orquestra livre. Dá conta da experiência pessoal do professor na que a aula transcende seu objetivo inicial, elaborar uma cátedra de improvisação livre musical através de uma orquestra de improvisação dirigida, e dá passo a um espaço em que as crianças membros de a orquestra livre desenvolverem estratégias para se sentir livres na sua prática sonora e até poderem, além de improvisar, compor, fazer arranjos, refletir, desenhar partituras gráficas, brincar com o som e vivenciar a música de múltiplas maneiras. O artigo reúne reflexões sobre como a mesma prática de improvisação desmantelou a estrutura hierárquica da turma para dar passo a uma aprendizagem interdependente e rizomática entre todos seus membros, mesmo o professor. O artigo suma-se a um corpus de textos que explicam o papel da improvisação livre na educação musical e como essa prática complementa outras para propender por um ecossistema de educação musical em crianças, mais afetivo e em relacionamento estável entre o poético e o técnico, que gera ferramentas de autoconhecimento, equanimidade e desenvolvimento de um critério próprio com voz individual potente e criativa.

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Copyright (c) 2024 Santiago Botero Rodríguez