Publicado Jan 12, 2022



PLUMX
Almetrics
 
Dimensions
 

Google Scholar
 
Search GoogleScholar


Julia Baker

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Resumo

O presente artigo busca articular o movimento de derrubada de estátuas, símbolos da colonização e escravidão, com a performance coreográfica da artista Diambe da Silva na cidade do Rio de Janeiro entre os anos de 2019 e 2020. Primeiro é contextualizado o papel social e simbólico das estátuas no espaço público, e como a arte é vetor de mudança através de uma breve revisão bibliográfica de artigos e textos, que colocam em evidência a problemática de estátuas de personalidades controversas que ainda são preservadas e mantidas em espaços públicos e como o poder público e os cidadãos vem lidando com essa questão nos últimos anos. Depois, a obra de Diambe é analisada, a partir da escolha das estátuas e sua localização no Rio de Janeiro. O artigo selecionou três coreografias da série Devolta que ocorreram nas estátuas das figuras históricas de Dom Pedro I, Dom João VI e Princesa Isabel, personalidades recorrentes nas narrativas da história colonial brasileira e que exerceram papéis centrais e controversos quando revisitamos a narrativa construída de um país que, de colônia, se tornou império para, por fim, ser reconhecido como república. Através das coreografias, um novo sentido simbólico é dado às estátuas, localizadas em espaços de destaque da cidade, conhecidas áreas nobres, o bairro de Copacabana e o centro comercial da cidade, sendo o último espaço de moradia da monarquia portuguesa no Brasil. Relacionando os conceitos de coreopolícia e coreopolítica de Andre Lepecki com a obra de Diambe em conjunto com pensamentos de Achille Mbembe sobre o destino das estátuas representantes de um passado opressor colonial, o artigo faz uma leitura crítica do lugar das estátuas na atualidade a partir da obra da artista.

Keywords

decolonial, coreopolítica, monumentos, artes do corpo, derrubadadecolonial, coreopolítica, monumentos, derrocamiento, artes del cuerpodecolonial, choreopolitics, monuments, toppling, body arts

References
Bauer, Caroline Silveira. 2019. “Escravidão e memória: as transformações recentes no espaço público espanhol.” Café História. https://www.cafehistoria.com.br/antonio-lopez-memoria-do-colonialismo/.

BBC News. Junho 16, 2020. “George Floyd protests: Man shot in clash over Albuquerque statue.” BBC News. https://www.bbc.com/news/worldus-canada-53060704.

Benjamin, Walter. 1994. Magia e Técnica, Arte e Política - ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras escolhidas, volume I, 2ª edição.São Paulo: Editora Brasiliense.

Câmara Municipal do Rio de Janeiro. s. d. “Legislação - Lei Ordinária: Lei nº 5429/2012.” http://mail.camara.rj.gov.br/APL/Legislativos/contlei.n s f / 5 0 a d 0 0 8 2 4 7 b 8 f 0 3 0 0 3 2 5 7 9 e a 0 0 7 3 d 5 8 8 /67120c4c1ae54a6603257a14006d2b1d?OpenDocument.

Corrêa, Roberto L. 2005. “Monumentos, Políticas e Espaço.” Scripta Nova- Revista eletrônica de geografía y ciencias sociales IX (183). https://revistes.ub.edu/index.php/ScriptaNova/article/view/894.

Diambe da Silva. s.d. “Diambe da Silva.” http://cargocollective.com/diambe/Devolta-2020.

Imersões Digitais. s.d. “Imersões digitais.” www.imersoesdigitais.com.Inventário dos Monumentos RJ. 2015. “Inventário dos Monumentos RJ.”http://www.inventariodosmonumentosrj.com.br/.

Izecksohn, Vitor. 2017. “Os monumentos confederados nos Estados Unidos:memória e política.” Café História. https://www.cafehistoria.com.br/monumentos-confederados/.

Knauss, Paulo. 2010. “A festa da imagem: a afirmação da escultura pública
no Brasil do século XIX.” http://www.dezenovevinte.net/obraspknauss.htm.

Lepecki, André. 2011. “Coreo-política e coreo-polícia”. Ilha - Revista de Antropologia 13 (1,2). https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/2175-8034.2011v13n1-2p41/23932.

Mbembe, Achille. 2020. “O que fazer com as estátuas e os monumentos coloniais?” Revista Rosa, 2 (2). https://revistarosa.com/2/o-quefazer-com-as-estatuas-e-os-monumentos-coloniais.

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Fevereiro 18, 2015. “Monumentos do Rio de Janeiro rememoram a história da cidade.” http://www.rio.rj.gov.br/web/guest/exibeconteudo?id=5206637.
Como Citar
Baker, J. (2022). Ocupar e desconstruir — a derrubada simbólica de estátuas colonizadoras através da série Devolta, de Diambe da Silva. Cuadernos De Música, Artes Visuales Y Artes Escénicas, 17(1), 58–73. https://doi.org/10.11144/javeriana.mavae17-1.odds (Original work published 28º de dezembro de 2021)
Seção
Dossier