Primeiro Salão Anual de Artistas Colombianos: arte para o povo, arte com o povo ou arte sobre o povo?

Resumo

Este artigo visa questionar o papel do povo no quadro da primeira versão institucionalizada do Salão Anual de Artistas Colombianos em 1940. Propõe-se a exploração da tensão entre a exibição pública e a participação concreta do povo, desde a interferência da política cultural do momento e a observação das diferentes esferas que compunham a exposição, entre elas, o espaço, os artistas, as obras aceitas, as opiniões da imprensa e a assistência. Pro- cura observar este fenômeno desde o enfoque da museologia crítica como exercício teórico e reflexivo que permite questionar a execução desse evento de carácter expositivo em relação com seu contexto, missão (inicial) e seus públicos, e assim fornecer uma nova perspectiva na compreensão deste pro- grama estudado amplamente pela história da arte na Colômbia. O interesse é demonstrar se a missão concedida para este evento por Jorge Eliécer Gaitán como ministro de Educação (onde o povo assumiria não apenas a função de receptor, mas como “juiz” do evento) foi sucesso ou se sua incidência foi uni- camente desde o espaço retórico de uma política de democratização cultural, que, em aparência, foi de avançada para a época.