Resumo
Este artigo apresenta uma abordagem conceitual para a categoria de interseccionalidade, em busca de novas formas de abordar a questão das desigualdades na transmissão vertical do HIV. Para isso, ele inicialmente apresenta alguns dos desenvolvimentos teóricos mais importantes no discurso da interseccionalidade. Em seguida, analisamos as críticas que surgiram de diferentes vertentes da epistemologia feminista com relação à sua conceitualização e operacionalização metodológica. Em seguida, examinamos vários estudos que demonstram o poder da análise interseccional no estudo empírico das desigualdades relacionadas ao HIV. Por fim, discute-se a importância de incluir a interseccionalidade como uma estrutura analítica no pensamento da saúde pública, a fim de avançar em direção à transformação das desigualdades nos determinantes da saúde e nos resultados da saúde e, assim, contribuir para transformar a discriminação. Também sugere ferramentas para o trabalho de advocacy e para a elaboração de políticas de saúde pública a fim de construir uma cultura de direitos humanos como um eixo fundamental do exercício político e da própria práxis da saúde pública.

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Copyright (c) 2024 Julio Cesar Martínez Angarita