Um desenhista + uma mulher que posa + uma mesa + uma tela + uma grade ou dois cortes na substância do mundo
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Este artigo busca desvendar o eixo antrópico do olhar hegemônico ocidental para compreender como opera e de que maneira este gera um olhar. Os objetivos de tal desconstrução têm a ver com realizar um processo de análise sobre o que mostra e o que não dito eixo antrópico, e assim conhecer mais sobre a imagem, seu criador e seu observador. Por outro lado, busca apresentar as possibilidades de estabelecer outro aparato de ver que permita ver ao outro, tirar o humano do centro das coordenadas perceptivas e entender o humano como vivente entre viventes, cujas vidas merecem ser vividas. É importante estabelecer que uma das maneiras como se construiu o discurso da excepcionalidade do humano passou pela construção do cubo de perspectiva, dispositivo de ver estruturante e estruturador das formas de compreensão do mundo posteriores a essa invenção. Este, como todo dispositivo, é social, produz a seu usuário e a seu corpo. Com ele, gera perspectiva, formas de descrição do mundo, formas de compreensão dos fenômenos, isto é, constrói uma episteme ou o que chamamos de um “olhar”. Este artigo une ferramentas epistemológicas provenientes da teoria da imagem, da filosofia, da história da arte e dos estudos visuais para realizar a compreensão da máquina de ver produzida pelo Renascimento e suas manifestações de sobrevivência no mundo atual.
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