Um paradoxo, alguns rastros e uma luz: as dores e os medos dos músicos como ecos silenciosos dos paradigmas da tradição musical ocidental

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Palavras-chave

música
patologias do músico
paradigmas pedagógicos
música e cura
, somática e educação musical
música e espiritualidade

Como Citar

Um paradoxo, alguns rastros e uma luz: as dores e os medos dos músicos como ecos silenciosos dos paradigmas da tradição musical ocidental. (2021). Cuadernos De Música, Artes Visuales Y Artes Escénicas, 16(1), 336-355. https://doi.org/10.11144/javeriana.mavae16-1.elmy
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Resumo

Este artigo apresenta algumas reflexões sobre o paradoxo que emerge em alguns músicos entre uma faceta da experiência musical que é espontânea e fixada no gozo, e outra que de algum modo foi “contaminada” por marcas de tipo físico, emocional e mental, enfatizado no medo com relação à música. Sugerimos, baseados em nossa experiência como músicos, gestores educativos e docentes, que no sistema de educação musical formal está a origem de vários destes rastros quando este se volta excessivamente para o produto e para o domínio dos meios (técnicas, conhecimentos analíticos, etc.) como fins e não como meios para a expressão sensível. Encontramos uma fricção entre o habitus institucional e a idiossincrasia do músico em formação que está situado de maneira permanente em uma “tensão intersticial” entre o cânon e seu próprio mundo interior. Sugerimos que este tipo de educação dirigida ao domínio técnico e analítico dos conhecimentos canônicos descuida o vínculo dos músicos com seu próprio mundo interior e a expressão deste através da música, e assim se desperdiça a potência das vozes individuais e se ignora o aparecimento de patologias (físicas, emocionais, mentais) que se manifestam com diversos níveis de intensidade nas pessoas. Finalmente, propomos como alternativa uma perspectiva somática que brinda luzes sobre o desenvolvimento da autoconsciência integrando corpo, mente e emoção, e que favorece a busca da própria voz no contexto artístico do músico em relação com si mesmo, com o outro e com as situações vitais que atravessa. Uma perspectiva em cujo centro está uma pergunta permanente pelo sentido do oficio: para que fazemos música?

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