Esboços para um fazer emaranhado com e através do projeto de pesquisa-criação Práticas artísticas para uma Colômbia maisdo- que-humana: dos mundos de plantação às maranhas-mundo

Resumo

Este artigo tem como objeto refletir sobre a série de processos, práticas, concepções metodológicas e conceptuais que conformam o projeto de pesquisa-criação em andamento Práticas artísticas para una Colômbia mais-do-que-humana: dos mundos de plantação às maranhas-mundo. O projeto tem como ponto de partida a obra de dramaturgia intitulada O silêncio do selvagem: Viagem interior pelos lactíferos da seringueira de Álvaro Iván Hernández Rodríguez (2014) como expressão da catástrofe e radical simplificação produzida pela relação extrativista e instrumental da natureza expressada nas plantações de borracha para, daí, cultivar proposições regenerativas desde as reescritas do texto (tecido e textura), na forma de práticas performativas para o fazer da maranha, término configurado no projeto como noção, prática, ideação experimental e método de ideação. O artigo propõe a maranha como trama processual para fazer e pensar futuros possíveis, onde podem se ativar formas do contacto que atendem ao cuidado do entrelaçamento entre seres e mundos. Por sua vez, são apresentadas algumas das práticas emergentes deste processo de pesquisa-criação, que visam enfatizar a potência ecológica das artes em meio à crise planetária através de um fazer emaranhado: emborrachamentos, toque, desbordamentos, sonar, jardinagens e os estudos com folhas, são parte deste esboço para um fazer emaranhado.