Práticas artísticas colaborativas para empurrar o céu e respirar
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
O presente artigo, cujo título se utiliza da expressão de origem indígena brasileira “empurrar o céu”, se trata de uma reflexão teórica em torno da crise mundial, acentuada pelo evento da pandemia, e propõe pensarmos, a partir do âmbito da arte, de que modo podemos seguir adiante, melhores do que antes. A arte colaborativa/arte socialmente engajada e o papel do artista, nesse contexto, atuariam como alternativas
de subversão da crise e transformação social? Desse modo, esse artigo aborda a arte como campo de fazeres e atuação, muito além dos discursos teóricos instaurados. Sendo assim, discorremos sobre a arte como terreno para a efetivação do fazer a partir do conceito de arte e vida de Alan Kaprow e das considerações em torno das práticas artísticas colaborativas contemporâneas. Ao longo desse estudo
pretendemos problematizar o conhecimento eurocêntrico, o qual opera de modo excludente, trazendo o pensamento de autores indígenas brasileiros como Ailton Krenak,Davi Kopenawa, Kaka Werá, Jaider Esbell; em diálogo com o filósofo chinês Yuk Hui e a socióloga indígena boliviana Silvia Rivera Cusicanqui. Ambos os autores, de origem não ocidental, tensionam e enriquecem o discurso em torno do Antropoceno.Esse texto também se utiliza de referências artísticas contemporâneas com povos indígenas brasileiros para refletirmos em novos caminhos fomentados por práticas colaborativas em arte e seus métodos horizontais. Dentre os apontamentos desse estudo, foi possível vislumbrar o campo artístico como potência para criar outras concepções teórico-práticas, rumo ao sentido de decolonização do conhecimento geral, apesar de toda recusa estrutural do sistema global.
collaborative art, art and life, pandemic, decolonization, indigenous knowledgearte colaborativa, arte e vida, pandemia, decolonização, conhecimento indígenaarte colaborativo, arte y vida, pandemia, decolonización, conocimiento indígena
Agamben, Giorgio. 2020. Em Borri, Nestor. 2020. Sopa de Wuhan,Pensamiento contemporáneo en tiempos de Pandemias, Giorgio Agamben, Slavoj Zizek, Jean Luc Nancy, Franco “Bifo” Berardi, Santiago Lopez Petit, Judith Butler, Alain Badiou, David Harvey, Byung- Chul Han, Raul Zibechi, Maria Galindo, Markus Gabriel,
Gustavo Yanez Gonzalez, Patricia Manrique y Paul B. Preciado. Buenos Aires: ASPO (Aislamiento Social Preventivo y Obligatorio). https://repositorio.uca.edu.ar/handle/123456789/10038.
Bourriaud, Nicolas. 2009. Radicante, Por uma estética da Globalização. São Paulo. Martins Editora Livraria Ltda.
Coletivo Kokir. Resistir AIRE: https://aei.art.br/aire/portfolio/resistir-aire/.Acesso em: 20/02/2022
Esbell, Jaider. 2017. Jaider Esbell. Coleção Tembetá. Rio de Janeiro: Beco do Azougue Editorial.
Fervenza, Hélio. 2017. Considerações da arte que não se parece com arte.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Revista Porto Alegre.Https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/12115. Acesso em:10/10/2022
Flusser, Vilém. 1985. Filosofia da caixa preta. São Paulo: Hucitec.
Fragoso, Maria Luiza. 2009. “Um Atikum: Por uma Metodologia Transdisciplinar e Transcultural no discurso Artístico/Científico”. In Anais do 18º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas Transversalidades nas Artes Visuais. Salvador, Bahia.
Vandana-shiva-temos-de-destruir-o-mito-de-que-a-tecnologia-e-umareligiao-quenao-pode-ser-questionada Andrea Cunha Freitas. Publico.
https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/594334-. Acesso em
10/02/2022
Helguera, Pablo. 2011. Education for Socially Engaged Art: A Materials and
Techniques Handbook. Jorge Pinto Books.
Hui, Yuk. 2020. Art and Cosmotechnics. São Paulo: Ubu Editora.
Hui, Yuk. 2021. Tecnodiversidade. São Paulo: Ubu Editora.
Jecupe, Kaka Wera. 2017. Kaka Wera. Coleção Tembetá. Beco do Azougue
Editorial. Rio de Janeiro.
Kaprow, A. 2003. “A Educação do Não-Artista, Parte 1”. Concinnitas 1,4:1-
13 https://www.epublicacoes.uerj.br/index.php/concinnitas/article/
view/42641/29501.
Kester, Grant H. 2011. The one and the many, Contemporary Collaborative
Art in a Global Context. Durham: Duke University Press.
Kester, Grant H. 2006. “Colaboração, arte e subculturas. Associação Cultural
Videobrasil”. Caderno Brasil Arte Sustentabilidade, 2: 11–35. https://
embuscadointerior.files.wordpress.com/2011/05/caderno-brasil-arte
mobilidadesustentabilidade.pdf.
Kopenawa, Davi e Albert, Bruce. 2015. A queda do céu: Palavras de um xamã
yanomami. Trad. de Beatriz Perrone-Moises. São Paulo: Companhia
das Letras.
Krenak, Ailton. 2019. Ideias para Adiar o fim do mundo. São Paulo:
Companhia das letras.
Krenak, Ailton. 2020. A vida não é útil. São Paulo; Companhia das letras.
Leander, B. 2005. “Oral and written Nahuatl: Literature from ancient
and modern Mexico. Oralidad Para el Rescate de la Tradición Oral
de América Latina y el Caribe”. Anuario 14, 8-12.
Mallmann, Kalinka Lorenci. 2018. DNA Afetivo Kamê e Kanhru – Prática
artística colaborativa em comunidade Kaingang, dissertação de
Mestrado na Universidade Federal de Santa Maria.
Mallmann, Kalinka Lorenci. 2020. Covid-19: uma consciência planetária
emergente. In Emergências contemporâneas: pandemia,
distanciamento e arte em Agamben / organização Nara Cristina
Santos. Santa Maria, RS: Ed. PPGART. https://www.ufsm.br/
app/uploads/sites/740/2021/01/Emergencias-contemporaneaspandemia-
distanciamento-e-arte-em-Agamben.pdf
Merchant, Carolyn. 2020. The Anthropocene and the humanities - from
climate change to a new age of sustainability. London: Yale
University Press.
Nancy, Jean Luc. 2020. Excepción viral. In: Borri, Nestor. 2020.
Sopa de Wuhan, Pensamiento contemporáneo en tiempos de
Pandemias, Giorgio Agamben, Slavoj Zizek, Jean Luc Nancy,
Franco “Bifo” Berardi, Santiago Lopez Petit, Judith Butler, Alain
Badiou, David Harvey, Byung- Chul Han, Raul Zibechi, Maria
Galindo, Markus Gabriel, Gustavo Yanez Gonzalez, Patricia
Manrique y Paul B. Preciado. Buenos Aires: ASPO (Aislamiento
Social Preventivo y Obligatorio). https://repositorio.uca.edu.ar/
handle/123456789/10038.
Nobre, Antonio y Krenak, Ailton. 2021. Nave Gaia. Cadernos SELVAGEM
publicação digital Dantes Editora Biosfera.
Rivera Cusicanqui, Silvia. 2015. Sociología de la imagen: ensayos.
Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Tinta Limón.
Torres, Nelson Maldonado. 2019. Analitica da colonialidade e da
decolonialidade: algumas dimensões básicas. In: Bernardinocosta,
j., Maldonadotorres, N. Grosfoguel, R. Decolonialidade e
pensamento Afrodiaspórico. Belo Horizonte: Editora Autentica.
Viveiros de Castro, Eduardo. 2015. Prefácio O recado da mata. In
Kopenawa, Davi e Albert, Bruce, A queda do céu: Palavras de um
xamã yanomami.. São Paulo: Companhia das Letras.
Viveiros de Castro, Eduardo. 2018. Metafísicas canibais: Elementos
para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Ubu Editora,
n-1 edições.
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.