Refletir sobre a produção estética, a arte, a música e a cênica do campo nos convida a nos reconectar com a poética intrínseca de habitar um território, percorrê-lo, navegá-lo, cantá-lo, semeá-lo, lutar por ele e cuidar dele. Uma tarefa de longo prazo tem sido voltar a pensar a vida através da semente e essa lição camponesa é essencial para imaginar novos mundos possíveis. O campo é toda memória viva que contém a luta pela vida em sentido completo, a existência através da comida e da água que revela ao mesmo tempo a tensão pela posse¹, termo proposto por Rita Segato que nos convida a pensá-lo como o oposto da soberania da terra, da desigualdade estrutural e do sistema econômico que insiste em construir políticas que não protegem a vida.