As extinções têm feito parte do processo natural da Terra. Hoje em dia, nos encontramos ante a ameaça, já inegável, de uma sexta extinção, a primeira provocada por uma das criaturas que o habita: os humanos. A partir daí a adoção, já mais do que aceita, da noção de antropoceno, entendida como a capacidade de intervenção dos humanos no equilíbrio da vida no planeta, com a magnitude de uma força geológica. A potência de pensar diferente palpita na atual crise da Terra tal como a conhecemos. Neste dossiê, procuramos unir ideias, para trazer à tona, em diálogos, formas de pensar e fazer diferentes, menos antropo centradas e oxalá não binarias, que brotam da arte eco política em práticas musicais, cênicas, visuais e híbridas, que desarmem as relações existentes entre as naturezas, diante dos exercícios de poder e subalternação, e suas lógicas extrativistas, instrumentais e violentas.